Steig, a volta do flautista
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de maio de 1977
Se o flautista Jeremy Steig tiver boa memória, na sexta-feira, dia 3, quando chegar ao Guairão lembrará, por certo, que já pisou naquele palco antes: há 13 anos passados, quando era um obscuro acompanhante do grupo de jazz de paul Winter, steig veio pela primeira vez ao Brasil, fazendo uma tournee sob auspícios da USIS em vários Estados. Em Curitiba, o grupo fez 3 exibições no grande auditório do Guaira, então em obras e, como a entrada era gratuita, na última noite, um grupo de garotos, maltrapilhos subiu no primeiro balcão e de lá atiraram pedras no palco.
Uma delas atingiu o baterista do grupo que, irritado, levantou-se e não voltou mais ao palco. Ma s não houve apenas pedradas ma temporada: na noite anterior o grupo participou de uma jam-session, numa residência particular, organizada pelo jornalista Roberto Muggiati (hoje diretor da "Manchete"), e na qual, o trombonista de vara Raulzinho (hoje radicado nos Estados Unidos) também mostrou o seu virtuosismo.
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Jeremy Steig, chamado de "The incredible flautit", filgo de um famoso cartunista americano - Willian Steig, ele próprio também desenhista, sofreu um acidente de motocicleta, em 1962, na localidade de Bermuda, e apesar de ter ficado com a metade do rosto paralisado, a custa de muito esforço voltou a tocar flauta. E, a partir de 1964, trabalhou com excelente instrumentistas - Bill Evans, jimmy Hendrix, Jeff Back, Gene Perla, Eddie Gomes etc., gravando 21 elepês. Em Boston, há alguns anos, conheceu o saxofonista Victor Assis Brasil, que reencontrou agora no Brasil - para onde Steig veio acompanhando sua esposa, a modelo Cláudia, que conhecer em Nova Iorque há seis meses. E, junto com Victor, mais Paulo Lajão (bateria), Paulo Russo (baixo) e Hélio Delmiro (guitarra), Jeremy Steig fará uma única apresentação, no Guairão, no próximo dia 3. A produção é de Gaby Leib, fascinante empresária que, apesar dos maus resultados financeiros das temporadas de jazz que aqui patrocinou anteriormente (Charles Tolliver, Horace Silver e Art Blakey), insiste em dar ao nosso público a oportunidade de ouvir o melhor jazz. Como o de Steig e Assis Brasil.
FOTO LEGENDA- Victor Assis Brasil
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