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Aramis

Thalia S/A

O tempo vai esquentar na noite de segunda-feira, dia 22, na Sociedade Thalia. A assembléia geral extraordinária convocada pelo presidente José Vieira Sibut vai tratar de assunto que influirá, diretamente, no bolso de todos os associados: a aprovação de um empréstimo compulsório de Cr$ 2 mil (em 10 prestações de Cr$ 200,00), para levantamento de Cr$ 8 milhões, destinados a um ambicioso plano de obras da sociedade que, dentro de quatro anos, estará completando o seu centenário. Há mais de 20 anos que a Thalia tem no sr. José Vieira Sibut mais do que o presidente, uma espécie de executivo. Dedicando-se em tempo integral, Sibut tem procurado transformá-la em clube-empresa e, há alguns anos, quase chegou a formar o Banco Thalia, que não foi aprovado "por interesses alheios à Sociedade", como afirma mala direta que agora está sendo distribuída aos associados, convocando para a assembléia de segunda-feira, acrescentando que "hoje muitos daqueles demonstraram o arrependimento, pois o Banco Thalia estaria hoje em situação invejável, dando recurso financeiro à Sociedade Thalia na sua evolução necessária". Com exceção de um curto período de 2 anos - quando o sr. João Gualberto Sá, já falecido, esteve na presidência, na década de 60, a Thalia sempre foi comandada por Sibut, que se orgulha do acréscimo (patrimonial( do clube: fazenda Thalia, sede de praia e vários outros benefícios. Há 2 anos tentou uma grande jogada, na fusão com a antiga Sociedade Caça ao Tiro de Curitiba, inexpressivo como clube mas dono de invejável imóvel na Rua Jacarezinho, nas Mercês. O industrial Hans Klaus Garbers teve uma visão mais germânica e conseguiu fazer a fusão para o Clube Concórdia, numa assembléia histórica, onde o clima foi de Fahrenheit 40º, com muitas discussões e acusações de parte a parte. A Thalia pretendia usar o imóvel da SCTC para construir uma nova sede social, já que a atual, na Rua Comendador Araújo, é obsoleta. No edital de convocação da assembléia há um longo arrazoado, falando do progresso da Sociedade e expondo, não muito claramente, os ambiciosos projetos: Hotha Hotel Thalia, em Guaratuba, compra de terreno e construção da nova sede social, adaptação da atual sede para Colégio Thalia e construção do hotel-fazenda. Para o Hotha Hotel Thalia Ltda., em Guaratuba, a Sociedade vai comprometer-se com um empréstimo Funjetur em repasse através do Badep - já com o processo em fase de conclusão e que dará, na primeira etapa, Cr$ 3.500.000,00. O hotel terá 160 apartamentos e 4 suites, e, garante, a diretoria da Sociedade, que "acionado o dispositivo de nossa agência Thaliatur Turismo Ltda., teremos em 180 dias - ano, o, o hotel ocupado e no restaurante do ano, com convenções e mais hóspedes que queiram o seu descanso e lazer em local aprazível no Morro das Caieiras, em Guaratuba, cuja praia será para os curitibanos e paranaenses, como a praia de Santos para São Paulo. Agora com três vias de acesso: BR-101, BR-277 e Graciosa" Normalmente, é pequeno o número de associados que comparece a assembléias-gerais das sociedades, delegando às diretorias praticamente a decisão. Mas no caso da convocação da Thalia para a próxima segunda-feira o assunto é sério. Ou caro. No mínimo, representará Cr$ 200,00 a mais no orçamento de cada associado. Razão mais do que suficiente para as questões serem bem esclarecidas e não ficarem dúvidas no ar.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
19/08/1977

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