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Aramis

Um debate sobre os caminhos do vídeo no momento brasileiro

Vitória - Qual a importância do vídeo no Brasil, neste momento em que a indústria cinematográfica parece totalmente neutralizada, sem novas produções em andamento? Qual o mercado que realizadores de vídeo não comerciais voltados a ficção, documentários ou experimentais, podem encontrar para mostrar o seu trabalho à platéia mais ampla? Estas - e muitas outras questões estão sendo debatidas e discutidas neste I Festival Nacional de Vídeo de Vitória, que se encerra amanhã, com a exibição na "Praça dos Namorados" e outros espaços da capital capixaba dos vídeos premiados. Hoje pela manhã, jornalistas ligados ao audiovisual - como Maria do Rosário Caetano, do "Jornal de Brasília"; Rubens Ewald Filho, do "Jornal da Tarde"; Paulo Góes, do "Jornal do Vídeo"; Marcelo Avellar, do "Estado de Minas"; Wilson Cunha, produtor-apresentador de "Cinemania", da "Rede Manchete", entre outros - participarão de uma mesa redonda em que, de forma ampla, serão enfocados os vários segmentos que o vídeo oferece. Pela própria juventude desta nova forma de expressão artística e informativa alternativa ainda não dispõe de diretrizes e formulações, sem falar que inexiste ainda uma legislação que discipline a sua produção e exibição. Uma das idéias da secretária da Cultura de Vitória, Vera Lúcia Correa Coimbra, é a edição de uma fita com os trabalhos premiados entre os 25 que disputam as premiações de Cr$ 4.500,00 - Cr$ 3 milhões dos quais para o melhor vídeo - "para distribuição às locadoras de todo o país e entidades culturais, de forma que estes trabalhos sejam conhecidos". Vinda da área teatral, e com uma atuante participação na TV Educativa do Espírito Santo - onde produziu programas dos mais importantes, veiculados inclusive em rede nacional - Vera Lúcia Viana, 35 anos, uma morena mignon extremamente comunicativa, decidiu levar avante a idéia de promover um festival nacional de vídeo a partir de um fato concreto: até 1990, a TV Educativa mantinha quinze programas produzidos localmente, quatro deles - "Entrelinhas", "Primeira Pessoa", "Conhecendo o Espírito Santo" e "Casa de Espetáculos" - transmitidos em rede nacional. Com a mudança da administração, a nova diretora, Jane Mary, desativou a área de produção local, o que reduziu totalmente o mercado de trabalho para o pessoal ligado à produção audiovisual. Paralelamente, nestes últimos anos, há um crescente interesse, em especial da juventude, pelo vídeo como expressão de linguagem. - "Assim, pensamos num festival que ao mesmo tempo estimulasse a discussão do vídeo e trouxesse uma informação abrangente sobre o que se tem feito na área e também mostrasse suas possibilidades", diz Vera Lúcia, cuja maior preocupação foi, justamente, de fazer uma promoção voltada a atingir tanto os artistas locais como aproveitada pela população. Afinal, Vitória é uma das três capitais brasileiras que tem por uma administração petista - o médico Vitor Buaiz - e sua filosofia de trabalho volta-se a investir os recursos oficiais "em forma que haja uma valorização regional e, principalmente, beneficie que atinjam a população", explica Vera Lúcia, há 14 meses ocupando a Secretaria Municipal de Cultura e Esporte.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
20
23/11/1991

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