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Aramis

Um furioso som dançante no pacote dos roqueiros

O II Rock in Rio fez com que as gravadoras deitassem e rolassem em seus produtos de época. Dezenas de elepês - alguns em versões CD e também em fita chromo - desaguaram nas lojas e só nos estandes do Maracanã foram vendidos 17.800 LPs, CDs e fitas, enquanto a Livraria do Rock colocava 12.000 livros (os títulos mais vendidos foram biografias do New on the Block e do Gun'N Roses). A mercadologia do supérfluo funcionou. Com isto, as maiores gravadoras - WEA (cujo estande no Maracanã foi o mais sofisticado), Polygram e EMI/Odeon, entre outras, puseram em ação planos de venda para tentar vender nacionalmente elepês de rock (e assemelhados), a maioria de vida curta - outros já com solistas ou grupos conhecidos. Só do pacote da Polygram, eis um pouco do que saiu nas últimas semanas. The Soup Dragons, uma banda escocêsa, formada em 1985, que traz influências que variam da guitarra de Jimmi Hendrix aos Rolling Stones. Em "Lovegood", segundo álbum da banda formada por Dickson (voz e guitarra), Sushil Dade (baixo), James McCullough (guitarra) e Paul Quinn (bateria), a banda incorpora "beats" de sampler em faixas como "Mother Universe", "Backwardas Dog" e "I'm Free", esta uma regravação de um standard dos Rolling Stones. Dino - Não confundir com o apelido carinhoso que o quase septuagenário Dean Martin tinha em fase de ouro - é um californiano criado em Las Vegas que tem seu segundo elepê ("Swingin"), lançado no Brasil. No primeiro disco ("24/7") já conseguiu emplacar em alguns sucessos e agora traz o funk urbano em faixas dançantes como "Tongue Kiss", "Why Do to me?" e "Romeo" - com a participação do "rapper" Dr. Ice, que já figura entre as top 10 da parada da Billboard. Zouk - Ritmo caribenho popular nas ilhas de Guadalupe e Martinica. "Aswad" é outro grupo na mesma linha caribenha. Em "Too Wicked", este incrementado conjunto formado basicamente por Drummie Zeb, Brisnley Ford e Tony Gad - mas com apoio de uma dezena de outros instrumentistas e vocalistas - traz nada menos que 12 faixas para consumo físico, ou seja, para a dança. Aliás, característica de todo este pacote sonoro. Dance Music II - É mais um disco para discoteca, no caso montado por Renato Costa e Fátima Figueiredo, com repertório selecionado por três disc-jóckeys da noite carioca - Ricardo, Vadão e Marlboro. Desfilam os grupos Plaza, Westbam, 2 Static, Unity Feauring, Fresch Kid, Suzanne Vega, Tony Mac e The Crew. Para menores de 15 anos. Salt-n-pep - É o nome de um duo formado por Cheryl James (Salt) e Sandy Denton (Pepa), que começaram no Media Arts Center, em Nova Iorque, onde a dupla conheceu Hurb Azor, um estudante de engenharia de som. Azor produziu um rap como trabalho final para a escola e chamou para os vocais as alunas mais barulhentas da sala. A brincadeira agradou e a música "The Swhows-topper" virou o primeiro single do elepê deste duo, alcançando o álbum a vendagem de um milhão de cópias vendidas permanecendo dois anos na parada de soul music da Billboard. Uma terceira adesão ao grupo, da disc-jóckey Spinderella, fez com que o grupo se atrevesse ainda mais no território até então masculino do rap, e com "Black's Magic" chegam o ritmo hiphop, incluindo até uma faixa de Aaron Neville (ex-Neville Brothers), "I Don't Know". Afora as novidades acima citadas, estão também na praça outros grupos com som destinado as mesmas faixas. É o caso do Slayer ("Seasons in the Abyss"), o grupo holandês Twenty 4 Seven ("Street Moves"), com composições de Ruud Van Rijen e Jim Soulier; Tony! Tony! Tony!, o nome de um quinteto que, curiosamente, não tem nenhum membro chamado Tony (Anthony) e ataca com material próprio num elepê que tem justamente o título de "Revival", mas que nada traz de nostalgia. Finalmente, o disc-jóckey Marlboro DJ fez uma montagem com o que acha que seja "The Best of M.C.A.D.E.". Na contracapa explica que "M.C.A.D.E." Hines estava destinado à música desde a infância. Seu pai tinha uma loja de discos e, em 1985, fundou a Sights Records. Ali, em 1987, a D. E. fez seu primeiro álbum ("Just Suthin to Do"), alcançando as paradas de sucesso com "Bass Rock Express", "Bass Mechanic" e "Romantic Rhyme". Logo depois vinha um segundo elepê ("How Much Can You Take") e destes dois, Marlboro, com ajuda de Carlos Celles, selecionou oito hits das discoteques, com títulos que, no Brasil, ganharam adaptações como "Melô da Sexta-feira 13" ("How Much Can You Take"), "Melô do Cachorro" ("Bass Mechanic" e "Nightmare Bons") e "Melô da Cuíca" ("Da Train") e "Melô da Locomotiva" (Bass Rock Express).
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
03/02/1991

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