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Aramis

Um nome para o PDR

Se até agora o ex-vice presidente da República Pedro Aleixo não tinha encontrado nenhum paranaense interessado em coordenar no Paraná a criação do Partido Democrático Republicano, eis agora uma dica que poderá resolver este problema: o advogado Alceu Ribeiro de Macedo, 56 anos da turma de 1939 da Universidade Federal do Paraná, Procurador Geral do Estado, ex-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas da UFP, várias vezes cogitados para encabeçar a lista tríplice para a Reitoria, não esconde a sua simpatia pelo movimento em favor da criação de um terceiro partido político. Embora não conheça pessoalmente Pedro Aleixo e nem tenha pretensões a cargos eletivos Alceu Ribeiro, como bom advogado que é tem sólidos argumentos para justificar a importância de que o PDR deixe de ser um projeto e se transforme em realidade. Neto do lendário coronel Joaquim Pereira de Macedo Filho (1884-1949) segundo Reitor da UFP, Alceu Ribeiro de Macedo atualmente não está ligado a nenhum partido embora, anteriormente tenha integrado a Arena. Pedro Aleixo já fez algumas sondagens no Paraná para designar um coordenador do PDR. O procurador Guilherme Albuquerque Maranhão que o conheceu num congresso de juristas, em Belo Horizonte, há 15 anos foi um dos nomes lembrados, mas acabou declinando na incumbência, embora, muito discretamente, tenha feito algumas pesquisas em vasto círculo de relações, para sentir até onde havia repercussão em torno de uma estruturação de movimento para apoiar o PDR. Em princípios de setembro último, o sr. Pedro Aleixo calculava com que as novas adesões obtidas já tinha 900 mil assinaturas, altando apenas 250 mil para atingir o número exigido pela Constituição ao pedido de criação de novo Partido no TSE 5% do eleitorado que tenha votado nas eleições parlamentares de 1970 - 1 milhão 150 mil eleitores. Em setembro o ex-Vice-Presidente encaminhou aos Tribunais Regionais Eleitorais as primeiras listas de adesão ao PDR, mas mesmo em Minas sua terra contavam com apenas 67 mil assinaturas e outras 26 mil no Ceará que não representam porém 7% de votações da última eleição dos dois Estados, o que é exigido pela legislação vigente. A maior dificuldade no trabalho de coleta de assinaturas de adesão ao PDR é que as folhas das listas terão de ser entregues aos tribunais em duplicata. Os que apoiam a criação do terceiro partido terão, assim, de prestar informações pessoais filiação, número do título e zona eleitoral a que pertencem em duas vias, assinando duplamente os documentos. Pelas instruções não se permite aos eleitores de uma zona eleitoral subscreverem a adesão ao PDR na mesma folha de que constem assinaturas de eleitores de zonas diferentes (cada folha comporta apenas 5 assinaturas de eleitores). Existem no Brasil 1 mil 818 zonas eleitorais. Só em Minas Gerais são 236 zonas e em São Paulo 237. Muitas das filhas assinadas pedindo a criação do PDR foram perdidas porque o eleitor não foi devidamente orientado para o detalhe. á O Nosso Bom Samba (VI) Contando em seu elenco com alguns dos nomes mais conhecidos da chamada música de carnaval, a CBS já está nas lojas com seu lp de músicas para o carnaval de 19675 - abrindo assim a concorrência para este gênero de imensa popularidade, cada vez disputado com maior número de compositores, intérpretes e gravações - mas que, mesmo não querendo ser pessimista, repousa, ainda, na verdade, nos êxitos do passado, que são, realmente as músicas que os foliões conhecem e que sabem cantar, ao menos a primeira estrofe, nas 4 noites de Momo. Com o veteraníssimo Black-Out (Otávio Henrique de Oliveira 55 anos, 35 de vida artística), criador de sucessos como "Oito Mulheres", "General da Banda", "Maria Escandalosa" e "Piada de Salão", temos "Marcha da Garagem" do incrível Rossini Pinto um dos mais ativos especialistas em versões de sucessos internacionais, mas que sempre ataca de compositor carnavalesco, e com o nostálgico e bonito "Quero Morrer no Rio", do próprio Black-Out. Outro veterano é Jorge Veiga, 64 anos, um dos sambistas mais respeitados deste País, que com sambas como "Café Society", "Brigite Bardot", "Quem Chorou Fui Eu" ou côco-batuque "Bigorrilho", o grande sucesso no carnaval de 1964, tem feito milhares de brasileiros cantar nos carnavais e esquecer, ao menos por 4 noites, os problemas. Com Veiga temos "Está Comigo, Está Com Deus", que compôs em parceria com Flora Mattos e Ayrton Borges , talvez com uma das mais bonitas estrofes do Carnaval de 75: Ninguém ninguém vai levar Este azul dos olhos seus Você agora está comigo E quem está comigo Está com Deus Veiga é tam e a Há 120 anos, na primeira eleição realizada na Província do Paraná, 135 eleitores representando Curitiba, Paranaguá. Príncipe (hoje Lapa) , Castro e Guarapuava, escolheram o primeiro Senador (João da Silva Machado, o Barão de Antonina (1782-1875), um deputado Geral (Antonio Candido Ferreira de Abreu) e 20 deputados pra a primeira Assembléia Provincial. Pesquisando a população votante de Curitiba para sua tese de 221 páginas, de mestrado em História Demográfica, o professor Jaime Antonio Cardoso, 34 anos, do Departamento de História da Universidade Federal do Paraná, após 5 anos de exaustivo trabalho, consultando milhares de documentos e livros de registros no Arquivo Público do Estado, e outras fontes, obteve dados sobre a primeira eleição ocorrida na Província. De forma indireta, nas eleições primárias, os votantes eram homens brasileiros, livres, com mais de 25 anos e renda anual de duzentos mil réis. De cada 40 votantes, havia um Eleitor - com as mesmas exigências anteriores, mas tendo que provar renda de 400 mil réis o qual participava da escolha dos deputados e Senador. Em 1854 - a data exata da eleição não pode ser precisada, pois no primeiro número de "O Dezenove de Dezembro" (1º de abril de 1854) - já há referências no pleito realizado "há algum tempo" - havia na paróquia de Curitiba 1.275 votantes (que podiam escolher os Camaristas e Juiz de Paz), dos quais saíram 51 (31 dos quais da cidade, os demais da paróquia) dos 135 eleitores que participaram diretamente do primeiro pleito. Nesta eleição, o advogado Jesuíno Marcondes de Oliveira de Sá (1827-1903) disputou a única vaga de Deputado Geral, ficando em segundo lugar, mas garantindo também sua escolha para a Assembléia Provincial. Em 1870, por lei foi modificada a representatividade para as eleições: para cada 30 votantes (anteriormente era 40) passou a haver um Eleitor. Cinco anos depois, com base no primeiro recenseamento realizado no Paraná em 1872 (126.722 habitantes em todo o Estado, 12.651 em Curitiba), dos quais 31.219 homens 31.039 mulheres (10.189 escravos). Em 1881, oito anos antes da Proclamação da República, a votação passou a ser direta - e nesta época o Paraná já tinha 369 eleitores. Em seu cuidadoso estudo, o professor Jayme Cardoso, trabalhou inicialmente com os dados da população votante de Curitiba, no período de 1854/1881. Agora, está ampliando as pesquisas para todo o Estado, na elaboração de sua tese de Doutoramento. (Sem Título) Dia 26, uma das dez vagas existentes na Academia Paranaense de Letras, será preenchida quando for recebido o novo Imortal, poeta e professor Dario Nogueira dos Santos Pereira Martins (1876-1926) como patrono e anteriormente ocupada pro Vicente Nascimento Junior (1880-1958) e José Augusto Gumy (1889-1970), Nogueira dos Santos - que ao lado de sua esposa, dona Pompilia Lopes dos Santos (presidente da Academia Paranaense Feminina de Letras), passou mais de 40 anos dedicando-se ao magistério em todo o Estado - será saudado pelo professor Oscar Martins Gomes, 81 anos. As nove vagas da APL continuam abertas aos interessados mas o presidente Vasco José Taborda , está fazendo algumas exigências para admissão de novos imortais. Que o diga o escritor Waldyr Jansen de Mello, que apesar de ter o livro de maior tiragem da história do Paraná (Manual do Candidato a Graduado) 50 edições, mais de 300 mil exemplares vendidos) teve que escrever rapidamente um livro de ficção (o que fez em 45 dias) "O Louco" para ter seu nome incrito para disputar as próximas eleições acadêmicas. A última chegada de Papai Noel Hoje, após votar em São Paulo, o desenhista Maurício de Souza viajará para Curitiba, junto com uma equipe de cinco de seus principais auxiliares. O mais próspero criador de estórias em quadrinhos do Brasil passará o fim-de-semana na cidade, por uma razão muito especial: pela primeira vez seus personagens - Mônica, Cebolinha, Cascão, Chico Bento, Horácio, Bidu, etc. - estarão participando de um grande desfile antecedendo a figura sempre querida do Papai Noel, Em sua décima edição, a tradicional promoção "Chegada do Papai Noel em Curitiba", a Prosdócimo Magazine não poderia escolher um tema mais feliz e brasileiro, como o aproveitamento das populares personagens de Maurício de Souza - hoje enfrentando os heróis de Walt Disney, Hanna & Barbera, etc, nas milhares de bancas de revistas de todo o país. XXX Lamentavelmente, esta será também a última vez em que Papai Noel chegará a Curitiba. Não que o bom Velhinho, vivido por Lafayette Queirolo, pretende abandonar as crianças da cidade. Mas é que a promoção de Prosdócimo, que nestes últimos 15 anos tem sido sempre diferente em cada Natal com novos personagens e meios de transporte (Papai Noel já chegou de trem, avião, helicóptero, ônibus, etc) - não será realizada mais a partir de 1975. Quando buscaram autorização para fazer o roteiro da chegada de Papai Noel - que domingo de manhão sairá do Palácio Iguaçu, percorrerá a Avenida Candido de Abreu até chegar [à] Praça Tiradentes - o publicitário Milton Mueller, gerente de propaganda [da] Prosdócimo foi informado pelos técnicos do IPPUC, que a partir do próximo ano aquele órgão - que agora faz o planejamento do [trânsito] da cidade - não poderá mais permitir a interrupção de tráfego por algumas horas, em várias ruas para tal desfile. Assim, domingo, as crianças estarão vendo, pela última vez, Papai Noel chegar em Curitiba - na colorida e feliz promoção de Prosdócimo, desta vez com os personagens de Maurício de Souza distribuídos em seis carros alegóricos e no último o Papai Noel que, na tradição mágica infantil, abre oficialmente a temporada natalina-75. Maurício não está cobrando nem um centavo de royaltes pela utilização de suas criações : em troca, pedia os bonecos e fantasias criados por Motter Filho, do Departamento de Propaganda da Prosdócimo Bigg - Wither e os ingleses Os melhores sambas com Cesar e Paulinho em dois ótimos lps. Quatro cantores compositores - Paulinho Tapajós, Cesar Costa Filho, João Noguira e Ivan Lins - são uma demonstração vigorosa de quanto talento musical existe neste país. Quatro criadores em estilosdiferentes, mas eminentemente brasileiros e honestos em seus trabalhos e que se constituem em candidatos fortes a mereerem a inclusão entre os melhores lps do ano. Muitas e agradáveis horas de bom papo com o veterano, respeitado e admirável Paulo Tapajós, 61anos, desde 1938 na vida musical brasileira (35 anos de Rádio Nacional, compositor, cantor e pesquisador de MPB), por ocasião de sua recente vinda a Curitiba (show "Do Chorinho ao Samba", ao lado de Altamiro [Carrilho] e conjunto, no Paiol, setembro/74), nos auxiliaram a entender melhor a musicalidade da família Tapajós, Maurício, o filho mais velho, arquiteto, parceiro e amigo do MPB-4 a tal ponto que é chamado de "MPB-5"m tem uma série de músicas extraordinárias, como "Pesadêlo" e esta beleza que se chama é ["]Estácio-74", Dorinha, moça bonita e de bela voz, depois de formar o trio "Umas & Outras", integrou-seao Quarteto em Cy - em sua quarta versão, e com ele está viajando pelo Brasil, com um espetáculo que até o mês passado tinha Vinicius de Moraes na liderança, mas que agora bem para o Sul só com toquinho (Paiol, 7 a 10 de dezembro), mas ainda assim com muita beleza musical ... Peço a Deus para morrer Como morre um cavaquinho Nos acordes de um samba Que se acaba de mansinho O rigoroso Sérgio Cabral, não poderia ser mais feliz na apresentação de contracapa: "Acho que poucos compositores-cantores surgidos nos últimos anos mereceram uma expectativa tão grande para o seu primeiro LP quanto mereceu Cesar Costa filho. O seu talento está provado desde o primeiro Festival Universitário de Música Popular e, desde então, César só o tem confirmadonuma obra de críticas favoráveis e de sucessos obtidos em discos tipo compato". Soma-se, portanto, ao seu talento Homenagem a Lupicinio Triste mercado fonográfico, onde um compositor da dimensão de Lupiscínio Rodrigues (1964-1974) tem que morrer para que as gravadoras lembrem-se de lançar suas músicas e seus discos. A anônima Rosicler, subsidiária da Chantecler , foi quem fez o último lp com Lupiscínio cantando suas músicas, mas a distribuição daquele selo é tão precário que até hoje não se encontra em nenhuma loja da cidade este disco. Em compensação, a Copacabana, através da etiqueta Som, reeditou um lp que o bom gaúcho gravou na etiqueta dos irmãos Vitalle, com algumas de suas melhores composições ("Felicidade", "Vigança", "Se Acaso Você Chegasse", "Namorado", "Inah", "Não Sou de Reclamar", "Nunca", "Nossa Senhora das Graças", "Jardim da Saudade", "Amor é Um Só" e "Os Beijos Dela" e "Inah"). Já a Continental, presta agora uma "Homenagem a Lupiscínio Rodrigues" (LPS 22.018), utilizando o seu acervo. Com Francisco Petronio temos "Cadeira Vazia" e "Maria Rosa", com Jamelão - sem dúvida o melhor intérprete que Lupiscínio teve - os clássicos "Foi Assim", "Meu Barraco"; com Mauricy Moura - dono de bela voz mas desaparecido de circulação - "Homenagem"e "Nunca"; com Noite Ilustrada, "Nervos de Aço"(revivido no ano passado por Paulinho da Viola), "Brasa" e "Vingança"; com Lauro Paiva, "Ela Disse-me Assim"e, finalmentecom o novato Chocolate do Mercado Mercado Modelo, "felicidade" (também revidido há pouco por Caetano Veloso). XXX A quem interessar possa, isto é, ao público específico eis alguns registros. AGNALDO TIMÓTEO - gravou novo lp ("Encontro de Gerações", Odeon SMOFB 3842), onde interpreta desde músicas de Vicente Celestino "Porta Aberta" e Charles Aznavour ("She") até Marcio Greyck "Meu Sonho Se Perdeu", passando por Roberto Correa ("Mais Uma Lembrança") e gente menos conhecida (Major Mita, Arthur Neto), mas incluindo também um bonito samba de Roberto Martins Mario Lago: "Dá-me Tuas Mãos". VANUSA também tem novo disco na praça gravado na [Continental], com produção de Wilson Miranda e arranjos de Chico Mo DSFDASFSDFASD
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
4
01/11/1974

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