Um Perfil do talento do grande Sammy Davis
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 03 de junho de 1990
A morte de Sammy Davis Jr., ocorrida há apenas 15 dias, vítima de câncer, torna a inclusão do duplo "Hey There" na "Stars of Hollywood" uma homenagem póstuma. Mas quando a coleção foi idealizada, o grande enterteiner negro (New York, 8/12/1925) ainda estava vivo. Filho de uma dançarina de Vaudeville, que tinha um número com o irmão, a eles se juntou Sammy aos 5 anos - conforme "Assim era Hollywood" documentou (e o fragmento foi reaproveitado pela televisão, quando de sua morte). Artista até a medula, ganhou apelido "Mr. Wonderful" ao fazer um espetáculo com sete nome na Broadway, onde também, entre dezenas de outros sucessos, faria "Golden Boy", com texto de Bem Hecht. Preto, judeu, cego de um olho, tornou-se um ídolo amado, rodeado de belas mulheres (foi casado com a sueca Mai Ztterling) e um dos maiores amigos de Sinatra, de cuja gang nos anos 60 (Peter Lawford, Joey Bishop, Dean Martin etc.) participou intensamente em shows e filmes - vários deles em reprise agora (no dia de sua morte, a Globo apresentou "Robim Hood de Chicago").
Neste álbum duplo, compilado pelo crítico Leonard Feather, há um perfil musical da versatilidade de Sammy. "Hey There" foi produzido como "cover" de um sucesso de Rosemary Clooney; "Too close for confort" (57) foi escrito especialmente para ele em "Mr. Wonderful". No segundo bloco há Sammy acompanhado por grandes orquestras - como a de Count Basie; Charlies Shavers, músicos como Thad Jones, Frank Foster, Dolphy e Freddy Green. O terceiro lado é dedicado a canções de Cole Porter (1881-1964) e, finalmente, a última face do disco 2 inclui duetos com Carmen McRae. "Hey There" é um verdadeiro retrato de um ídolo musical americano - cuja edição não poderia ser mais oportuna.
Enviar novo comentário