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Aramis

Valorizando o Brega

Já com o segundo elepê na praça (lançamento Polygram), o sucesso de Eduardo Dusek vem conseguindo, na base do deboche e do humor, a partir da palavra brega, está fazendo com que a grande imprensa comece a se voltar para aqueles intérpretes e autores que há anos garantem sobrevivência de muitas gravadoras. São os artistas urbanos, que, de nossa parte, sempre que possível, aqui tiveram acolhida e registro - independentemente de apreciações estéticas formais. Inclusive, há dois anos, no seminário de Sá Brito (maio/82), estudiosos da MPB do nível de J. Ramos Tinhorão, Paulo Tapajós e Aluízio Falcão, entre outros, debruçaram-se sobre este tema tão estimulante, mas carente ainda de apreciações. Afinal, são os cantores e autores que conseguem chegar a imensas faixas de público, inclusive internacionalmente, como é o caso de Nelson Ned, hoje um dos mais populares cantores para ouvintes de língua espanhola em várias cidades (inclusive Nova Iorque) das Américas do Sul, Central, e do Norte. Nelson Ned (Nelson Roberto Perez, Campinas, SP, 12/9/1918), 40 anos de carreira artística (começou imitando o estilo do cowboy-cantor Gene Autry), depois de ter formado um grupo vocal (do qual participavam os irmãos Paulinho Nogueira e Celso Mendes) chamado "Cacique", inspirado no Bando da Lua e nos Anjos do Inferno. Anão, sofrendo muitos problemas (para sobreviver, trabalhou anos como caixeiro-viajante), Ned lutou pelo seu espaço musical, que só obteria nos anos 60, quando se tornou intérprete de canções dramáticas, típicas de dor-de-cotovelo, fazendo uma série de discos de grande vendagem na Copacabana, fábrica que só deixou há pouco, ante proposta [irrecusável] da Odeon, pela qual sai agora seu novo elepê - "Caprichoso". Nelson é autor de todas as faixas, músicas românticas, dentro de um estilo que o tem caracterizado e reservado o raciocínio de que time que está ganhando não de muda. Se Ned é um cantor consagrado, vendedor seguro de milhares de cópias de discos, outros intérpretes procuram o mesmo filão. É o caso de Tarcys Andrade, que, em "Sabor de Paixão" (Jangada/Odeon), mistura composições próprias a versões como "do you miss me" (Geff Harrison) e "criações" de outros autores identificados com sua linha - sem esquecer um apelativo poutpourri intitulado "Tributo a Paulo Sérgio: Lembranças de Um Ídolo".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
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26/08/1984

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