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Verinha banca Marisa e garante vinda do show

O Paraná tem hoje uma produtora artística de cacife nacional. Aos 39 anos, 19 de profissão - a serem comemorados no próximo dia 22, Verinha Walflor alcança uma posição de credibilidade e respeito num movediço mercado que a faz transpor, há muito, as fronteiras regionais, ao ser convidada para coordenar temporadas nacionais com espetáculos de primeiro nível. Nesta semana, em menos de 72 horas, Verinha teve coragem e prestígio para evitar que a imagem de Marisa Monte ficasse desgastada com a suspensão de seu espetáculo. Tudo começou quando um certo empresário artístico de Florianópolis, conhecido pelo apelido de "Big Bola", lhe ofereceu a produção do show de Marisa. "Se é um bom espetáculo para público, por que este desprendimento?", desconfiou a esperta Verinha que, através de contatos diretos com Leonardo Gomes da Silva Neto, executivo do escritório comercial de Marisa, soube de que apesar da data de 6 de setembro, quarta-feira, ter sido reservada para Marisa Monte, a própria nem sabia nada a respeito. Resultado: em poucas horas, Verinha encarou a produção local - custos de mais de NCz$ 30 mil, entre 30 passagens aéreas, hospedagem no Araucária Palace, som, iluminação, diárias para os músicos e equipe (20 BTNs por dia) e publicidade (no valor de NCz$ 15 mil, a serem cobertos pela Neugebauer). Um risco grande, mesmo considerando todo o marketing promocional existente em torno de Marisa Monte, cujo primeiro disco (gravado ao vivo entre 30 de setembro a 3 de outubro de 1988), lançado pela Odeon, já passou das 300 mil cópias. Com o cachê que vai ao redor de NCz$ 12 mil e mais o alto custo de produção, Marisa tem viajado a dezenas de cidades. Em Curitiba, a única apresentação seria cancelada - o que iria desgastá-la profundamente - se Verinha não tivesse a coragem de bancar a produção e, mergulhando num esquema diuturno de trabalho, tentar recuperar o tempo perdido e garantir bilheteria com pelo menos NCz$ 40 mil para evitar o vermelho. Paralelamente, Verinha está cuidando da temporada de "O Preço" (ver texto a parte), e acaba de assinar contrato com Tatiana Taizline, para coordenar a produção do Ballet Bolshoi em todas as capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Recife), no qual esta superprodução (150 pessoas, toneladas de cenários e figurinos) estará se apresentando dentro de 60 dias. Tatiana insistiu para que Verinha a ajudasse na produção ao observar a competência com que a temporada local (3 dias) vem sendo desenvolvida - e que já garantiu a venda de 90% dos ingressos. Apesar dos preços altos, o Bolshoi terá as entradas cotadas até NCz$ 500,0 nas mãos dos cambistas, segundo previsões de quem conhece o mercado. Ou seja, quem ainda não comprou, terá que pagar um ágio de 200%.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
01/09/1989

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