Videonotas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de julho de 1990
Jack Palance, 70 anos completados no último dia 18 de fevereiro, 40 de cinema (estreou em 1950, em "Pânico nas Ruas", de Eliz Kazan), criou a imagem de vilão, embora nos últimos anos, tenha se tornado mais simpático: em "Café Badgá", interpretava afetivo pintor hippie. E na série "Acredite se Quiser" (que a Manchete está reprisando), Jack é o mestre de cerimônias. Entretanto, em "Retrato de um Assassino", lançado em vídeo pela VMW, 85 minutos, Palance volta a interpretar um assassino. Produção de 1983, dirigido pelo desconhecido Alan Buckhantz, tem outro bom ator, Rod Steiger, também numa atuação especial. A história envolve uma sucessão de crimes, com muita ação.
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Picaretagem e engodo é isto: uma distribuidora de São Paulo, a Screen Life, está lançando num pacote de quatro títulos, um que se chama "O Império dos Sentidos II" (The General and His Empire of Joy), produção japonesa (?) dirigida por um certo Atauo Sakimoto. A finalidade é clara: aproveitar o (justo) prestígio que o talentoso Nagisha Oshima, 58 anos, obteve em 1976, com seu digno "O Império dos Sentidos" (Ai No Korida), premiado em Cannes, sucesso mundial - primeiro filme de arte com cenas de sexo explícito. Digno, humano, o filme de Oshima merece respeito e ele mesmo fez uma espécie de seqüência, dois anos depois: "O Império da Paixão" (Ai No Borei). Entretanto, este "O Império dos Sentidos II", é uma legítima picaretagem, que busca enganar o público desinformado. Fuja da locadora que anunciá-lo...
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Se lança "O Império dos Sentidos II", a Screen Life compensa com a escolha que fez para preencher aquilo que chama de "reserva de mercado", ou seja, o vídeo com um título nacional. Escolheu um dos mais belos filmes brasileiros dos anos 60, "A Compadecida", de George Jonas, baseado na peça de Ariano Suassuna. Com um ótimo elenco (Regina Duarte em início de carreira, Antônio Fagundes, Armando Bogus, Ary Toledo, Felipe Carone), música de Sérgio Ricardo. "A Compadecida" justifica que, oportunamente, dediquemos um especial espaço. Por enquanto, fica a recomendação: vale a locação!
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