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Aramis

Vinícius italiano

O empresário Fred Jorge, um dos mais competentes produtores de shows nos palcos brasileiros, já está marcando datas para uma temporada que lotará todos os teatros nas capitais que forem incluídas no roteiro: Vinícius de Moraes, Ornella Vanoni e Toquinho. De princípio, a temporada deste respeitabilíssimo trio está previsto para meados do próximo ano, dependendo das datas disponíveis de Ornella (1). Enquanto não se ouve-vê o trio ao vivo, temos já uma amostra deste encontro pelo elepê " La Voglia" La Pazzia/ L'Inconscienza/ L'Allegria", TCA Victor 210.8001, agosto/76). Gravado em Milão, por ocasião da temporada que Toquinho e Vinícius fizeram na Itália, em fins do ano passado, foi destinado especificamente ao mercado italiano, onde a dupla já conta com um grande prestígio - e no qual evidentemente, Ornella e uma dos grandes cartazes (2). Para quem curte - e são milhões de brasileiros - Vinícius de Moraes este é mais um documento indispensável. O poeta, como bom ex-diplomata é um poliglota, que conhece vários idiomas e com isso diz as letras de suas músicas - vertidas para o italiano por seu amigo e também compositor Sergio Bardotti - e com muita clareza. É evidente que não se pode pretender de Vinícius uma interpretação canora, perfeita, ainda mais em um idioma que não é o seu. Mas, felizmente, ele completa a interpretação de Ornella - esta sim, uma vocalista perfeita. Toquinho (Antonio Pecci Filho), embora descendente de italianos, não se arrisca a cantar em italiano, limitando-se ao seu violão perfeito - e a uma ou outra intervenção, como na introdução a " Anema e Core" (D'Esposito/ Titomanlio), vocalizada por Ornella. NOTAS (1) Um dos grandes nomes da música italiana, Ornelle é grande amiga da dupla e já esteve várias vezes no Brasil. Mas esta será a primeira vez que os três trabalharão juntos em nosso País. (2) Em 1970, quando estiveram trabalhando pela primeira vez na Itália, Vinícius e Toquinho, gravaram um elepê com Sérgio Endrigo e o poeta Giuseppe Ungaretti (" La Vita, Amico, E L'Arte Dell'Incontro", aqui editado pela RGE/ Fermata). Em 71, fizeram um disco de músicas infantis, ainda inédito entre nós. No ano passado, finalmente, gravaram o elepê com Ornella, enquanto Toquinho fêz um elepê como solista, e Joyce - cantora que os acompanhou na excursão também gravou o seu disco. Em todos o acompanhamento teve por base os extraordinários Mutinho (Lupiscinio Rodrigues Sobrinho) na bateria e Azeitona (Arnaldo Alves de Lima), no baixo.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
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24
12/09/1976

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