Virmond & Tomie
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de outubro de 1983
Eduardo Rocha Virmont, ao lado de sua atividade profissional como advogado - dos mais bem sucedidos do Paraná - sempre foi um exigente crítico de artes plásticas. Desde o final dos anos 50, que atua em júris, organizando salões e museus - como o de Arte do Paraná, criado na época em que Assis Chateaubriand implantou o << Diário do Paraná >> (março/55), e tendo uma posição bastante independente. Apesar de toda esta sua vivência no setor, nunca havia sido convidado oficial para a Bienal de Artes Plásticas, em São Paulo. Por isto, entre surpreso e, naturalmente, satisfeito, aceitou o convite para participar da abertura desta importante mostra que a cada dois anos se realiza em São Paulo, com artistas de (quase) todo o mundo.
Além da Bienal, outro motivo levou Virmond a São Paulo nesta semana: a grande retrospectiva de sua amiga Tomie Ohtake, inaugurada terça-feira, 11, no Museu de Arte de São Paulo. Hoje aos 70 anos, unanimamente reconhecida como a mais importante pintora brasileira, materia de capa da revista << Isto É >> que está nas bancas, Tomie Ohtake, nascida em Kyoto, no Brasil desde os anos 40, só começou a pintar aos 40 anos. E uma das primeiras premiações importantes recebidas foi em Curitiba, num salão do qual Virmond era jurado - nascendo então uma grande amizade. a matéria de << Isto É >>, assinada pelo crítico Olivio Tavares de Araújo, salienta a criatividade de Tomie, que consegue elogios de todos os setores da máquina artística público, crítica, marchand, << até mesmo dos colegas - que a ela se refere com simpatia, admiração e deferência inesperadas >>. Paralelamente a retrospectiva, está sendo lançado num livro com 230 reproduções de seus quadros e textos de Pietro Maria Bradi (diretor do MASP) e Casimiro Xavier de Mendonça (crítico de artes da revista << Veja >>).
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