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Aramis

Vocalistas

Se há quase dois anos não temos novos discos de vocalistas - compositores - instrumentistas como Carole King, Roberta Flack ou Carly Simon, temos em compensação um punhado de novas cantoras americanas, ao lado de outras, veteranas, em novas experiências. Como, por exemplo, a sempre admirável Barbra Streissand, uma das grandes revelações dos anos 60, como atriz, comediante e vocalista, que no ano passado, ao lado de um novo filme, "A Star Is Born" (trilha sonora comentada na semana passada), deu um novo salto em sua carreira de cantora: com arranjos e apoio do maestro Clauss Ogerman (o mesmo que fez o lp "Amoroso", com João Gilberto), gravou um lp ("Classical", CBS, 160238, julho/77), exclusivamente com trechos de músicas clássicas. Desafio a qualquer cantora, clássicos como Debussy, Joseph Canteloube, Hugo Wolf, Gabriel Fauré, Carl Orff, Handel, Schuman, da qual selecionou fragmentos de obras que julgou apropriadas a seu registro vocal, são revestidos neste lp suave, eternecedor, em que a Columbia Sinfônica, sob regência de Ogerman (autor da última faixa do disco, "I Loved You") e a voz perfeita de Barbra, tornam como um dos melhores lançamentos internacionais do mês. Tanto glória Gaynor como Joni Mitchell já tiveram discos anteriormente editados no Brasil, mas apesar disso ainda não aconteceram, nacionalmente, com sucessos. Valem, entretanto, serem ouvidas. Miss Gaynor, numa promoção de Gregg Diamond, também autor da maioria das faixas de seu novo lp ("Glorious", Polydor/Phonogram, 2391264, julho/77), apoiada em excelentes instrumentistas, consegue dar grande dimensão às músicas novas e recriar um clássico. "As Time Goes By" - que Herbert Hupfel escreveu em 1943 para a trilha sonora do lendário filme "Casablanca" de Michel Curtiz, com Ingrid Bergman e Humphrey Bogart, Joni Michel é autora das novas faixas deste seu terceiro lp (WEA/ Asylum Records ~, 32012, julho/77), que confirma a boa impressão deixada quando de seu lançamento no Brasil. Canções como "Coyote", "A Strange Boy" e "Hejira" , que dá título ao lp mostram muita segurança e criatividade. Curiosamente, há uma faixa chamada "Amélia", provando que a "mulher de verdade", não inspirou apenas Mário Lago/Ataulfo Alves, mas chegou aos EUA. Filha de um dos mitos da música americana, o pianista, cantor e compositor Nat King Cole (Nathaniel Adam Coles, 1917-1965), a sua filha Nathalie, em menos de 2 anos tornou-se uma espécie de "princesa do soul". Lançada em lp, em 1975, com o lp "Inseparable" Nathalie esteve nas paradas americanas por quase um ano. Duas das faixas dos lps estouraram "This Will Be" e "Un predictable", e Nathalie ainda recebeu dois "Grammies". Em 76, um novo lp "Natalie", que lhe valeu um disco de ouro e teve duas faixas estouradas: "Sohisticated Lady" e "Mr. Melody". Agora, em seu terceiro álbum ("Unpredictable", EMI Odeon, SO11600, junho/77). Natalie traz sete músicas de uma nova dupla de compositores - Chuck Jackson e Marvin Yancy e é amparada por uma excelente banda. Duas faixas são de sua autoria - uma em ritmo discotheque ("This Heart") e outro em estilo romântico ("Still In Love"). Agora vamos as novatas. Como Kiki Dee, que embora tendo gravado já dois lps anteriormente ("I've Gout Music In Me", 74; "Loving And Free", 73), só agora, com seu terceiro disco (Rockett Record Odeon, 45004, junho/77), chega ao Brasil. A produção é de Elton John e Clive Franks e das 11 faixas, seis foram compostas pela própria Kiki, uma cantora que admite ter recebido muita influência de Elton John. Martha Reeves, com o seu lp "The Rest of My Life" (Arista/Odeon, 33028, junho/77), é outra auspiciosa estréia. Cantora de voz suave, amparada num excelente repertório, limita-se, entretanto, apenas a cantar - não apresentando nenhuma composição própria. Também apenas cantora é a sensual morena Donna Summer, cujos sussurros erótico nos meios das músicas a teria levado seus discos, feitos na pequena Oasis Records, ser vetada em várias redes de rádio e televisão. Mas para o ativo Harry Zuckermann, presidente da Companhia Industrial de Discos, que conseguiu a representação da Oasis para o Brasil, o erotismo vocal de Donna está dando excelentes resultados e a prova está no terceiro lp - "I Remember Yesterday", que lançado há menos de dois meses já escalou as paradas. Donna Summer é, sem dúvida, uma cantora ideal para se ouvir nos (motéis( de periferia. Ah! - Não vamos esquecer as italianas. Como sempre ecletica Ornela Vanoni, amiga de Vinicius e Toquinho, que vindo ao Brasil, há algumas semanas, teve um de seus últimos lps aqui editados pela Victor ("Piu", RCA, 204.8003, Julho/77). Cantora que sempre inclui músicas brasileiras em seus discos, desta vez Ornella se restringiu a autores peninsulares. E pelo visto muito gente nova, mas que poderá estourar em breve. Como Picciotta ("Uno Solo Di Noi Due"), Cassella ("Il Mio Pensiero D'Amore") e "Padre Sole, Madre Luna", "La Storia Di Marcello"), "Sottovece e Piccoli ("Dimmi Almeno Se"). Outra cantora italiana que merece ser ouvida: Orietta Berti. Em "Eppure... ti amo" (Polydor/Phonogram, 2480388, junho/77), inclui desde uma regravação de "Fascinação" (Marchetti/Larici), até "A Felicidade" (Tom/Vinicius), e "Canção do Orfeu" (Bonfá/Antonio Maria), passando por músicas de Chaplin ("Eternamente"). Prever/Kosma ("Foglie Morte") e até o sempre sentimental "Till" (Danvers-Gaiano).
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Música
27
14/08/1977

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