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Aramis

Vocalistas

Há mais de 10 anos que muita gente boa, em termos de emebe, já insistia: Bebeto (Adalberto José de Souza Castilho), não só devia continuar a gravar com seus companheiros do Tamba Trio (Luiz e Helcio Milito), mas também fazer um elepe como solista. Executando flauta e baixo como poucos músicos no mundo, dono de uma voz deliciosamente renovadora. Bebeto, 37 anos, foi o único dos integrantes do Tamba Trio que participou de todas as fases, desde a criação do conjunto em 62, até a última, em 1968/69, [lá] no México e na qual chegaram a fazer parte a vocalista Flora Purin e até o bailarino Lennie Dale. Em agosto de 19972, quanto tivemos a alegria de promover o retorno do Tamba Trio original num espetáculo no Teatro do Paiol em que publicamente se apresentaram pela primeira vez, já se falava no elepe solo de Bebeto. O Tamba Trio, neste retorno, procurou um novo som - com instrumentos elétricos, experiências vanguardistas, que fizeram com que perdesse o público antigo, que guardava outra imagem do conjunto - e não conseguisse a simpatia da nova geração. Resultado: após o 2º elepe, a RCA rescindiu o contrato, Luiz Eça trabalha agora com o saxofonista Victor Assis Brasil, Helcio Milito é produtor de discos (no que aliás mostra bastante eficiência) e Bebeto, há 2 meses, acompanha o MPB-4, em seu espetáculo "MPB-4 no Safari". Mas o importante é que, saiu o elepe de Bebeto. Um disco realizado com amor, produzido por Helcio Milito, participação especial de Luiz Eça em várias faixas, além de outros excelenetes instrumentistas: Laércio de Freitas (arranjos), que foi pianista do Tamba numa de suas fases, Durval Ferreira no cavaquinho, e Helcio na bateria. E um elepe para ser curtido por todos que amam a MPB mas, em especial, para sensibilizar, a geração que descobriu a beleza de ser brasileiro, através da Bossa Nova (na qual, orgulhosamente, nós encantamos). Executando flauta ou baixo, mas principalmente cantando, Bebeto fez um disco suave e belo como foi, aliás, a principal fase da BN. Embora mostre apenas também seu virtuosismo instrumental, principalmente na flauta em "Naquele Tempo" de Pixinguinha (erradamente colocado na contracapa como "Voltei ao meu lugar"), o disco atinge os seus momentos mais emocionantes, quando Bebeto relembra as melhores canções dos anos 60, como "Tristeza de Nós Dois" (de sua autoria em parceria com Durval Ferreira / Mauricio Einhorn), "Mendigo e Ladrão" (Carlos Lyra /Vinicius de Moras), "Moça Flor" (Lula Freire) e a melhor faixa do disco, para nosso entender - "Canção do Nosso Amor" (Silveiar). Mas Bebeto não é apenas nostalgia dos anos 60. Gravou sambas novos, como "Batuque", "Prá Não Chorar" e "Estardalhaço" as três de autoria de Lisyas E. Oliveira (irmão do pianista João Donato) e José Edmundo Gudes; "Razão de Viver" de Eumir Deodato, e dois belos boleros: "Nosotros" (Danilo Caymmi - Joyce) e "Deja-me Ir" (Mike Ribas - Disco Novarro). O elepe de Bebeto (Tapecar, LPX-36, junho/76) é, sem dúvida, um dos melhores discos destes anos. Mas é também a oportunidade dos mais jovens nos quais restem sensibilidade o não atesiada pelo superfluo som pop) conhecerem um artista brasileiro de uma época em que a MPB era melodia & amor.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Música
26
04/07/1976
Gostaria de saber mais sobre a vida de Edison, pois ele é avô do meu marido Obrigada

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