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Aramis

Artigos por data (1973 - Março)

Música

Antes de se tornar devoto do misticismo e das ciências ocultas que o levaram no fim de sua curta existência a um estado mental de quase insanidade, Alexander Scrabir (1872-1915) foi um compositor de esquisitas miniaturas pianísticas, do mais puro romantismo, compradas as melhores obras do gênero de Chopin. Tal como Mahier (ilustração) era um espírito em eterna busca, que sempre se viu às voltas com questões esotéricas tentando resolver, através de sua própria filosofia da vida os insondáveis problemas cosmogônicos.

TEATRO

Dentro do Festival do Cinema Italiano, mais um lançamento especial terá lugar no cine Flórida: "Obrigado, Tia", em exibição nas noites de quarta e quintas-feiras de Cinzas, numa iniciativa do distribuidor Egom Prim. Obra de estréia do jovem (23 anos, na época de realização) Salvatore Zamperi (foto), "Grazie, Zia", deveria representar a Itália no Festival de Cannes de 1968. Pessimamente lançada no Brasil em 1969, este filme adulto e corajoso representativo da nova escola italiana - passou despercebido em Curitiba, quando de sua exibição no Cine Palácio.

Livro

Numa época em que os lançamentos de livro espiritualistas ou de temas fantástico (ao estilo de Eram os Deuses Astronautas?

MÚSICA

de uma coisa, ao menos o grupo Imperiais do Ritmo não pode ser acusado: falta de gosto na escolha do repertório. Pois em seu primeiro lp (Continental, SLP-10.087, janeiro-73) a seleção começa com o clássico "Cidade Maravilhosa" de André Filho, inclui temas de Herivelto Martins - Grande Otelo (Praça Onze), Wilson Batista - Haroldo Lobo (Emilia), Aldo Cabral - Benedito Lacerda (Despedida de Mangueira), Noel Rosa - Kid Pepe (O Orvalho vem caindo) e Roberto Martins (Meu consolo é você).

Gente

Há quatro anos, Valder Góes corria 10 horas por dia para desdobrar-se em seis diferentes ocupações na tranqüila Goiana: professor de Sociologia do Desenvolvimento na Universidade de Goiás, editor chefe de "O Popular"- o maior jornal da região, correspondente do "Jornal do Brasil" e "Veja", entre outras responsabilidades. Hoje, Valder passa quase 14 horas por dia numa única redação: é o editor nacional do "Jornal do Brasil", função que acumula com a chefia da Agência JB.

GENTE

Ao lado da aceleração nas relações comerciais com o Brasil, com a aplicação de mais de cinco bilhões de dólares em grandes projetos industriais, o Japão vai desenvolver este ano uma ofensiva cultural, com exposições, ciclos de conferencias, promoção de filmes e talvez até a vinda de seu mais famoso grupo de teatro. Dentro deste esquema cultural, um homem é muito importante: YUSUYUKI, que na semana passada esteve em Curitiba, coordenando a Semana de Arte, desenvolvida no Teatro do Paiol e Biblioteca Pública do Paraná.

Agora, no Carnaval, o que há de melhor são os Sambas-de-Enredo.

Uma matéria sobre musica de carnaval poderia começar, nostalgicamente, com um amplo levantamento dos anos de ouro que marcaram a Festa máxima do povo brasileiro - a partir do inicio do século com "O Abre Alas" da Pioneira Chiquinha Gonzaga (1) - aos últimos anos.

TEATRO

"Obrigado, Tia" (cine Florida, dias 7 e 8 às 20,30 horas) foi a primeira experiência cinematográfica, em termos de realização, de um cineasta de apenas 23 anos, Salvatore Samperi, que posteriormente realizaria "Cuore di Mamma" (1968, inédito no Brasil). O crítico Fernando Ferreira, em "Guia de Filmes" (n. 21, 1969), definiu "Grazie Zia" como uma fita provocante, agressiva, bem solucionada e convincente, que traz lembrança outro produto de um talento jovem de contestador - "De Punhos Cerrados" (I Pugni in Tasca-65) de Marco Bellocchio.

NOTAS

(1) - Francisca Hedwiges de Lima Neves Gonzaga (Chiquinha Gonzaga - 1847-1935), considerada o maior vulto feminino da musica popular brasileira. Em 1899 compôs o famoso "Abre Alas", para o cordão "Rosa de Ouro" considerado um marco carnavalesco. (2) - N. 190, 26-2-73, página 21. (3) - Catituador elemento encarregado pelo autor de promover, junto aos disc-jockeys e programadores de rádios, a divulgação de sua música.

MÚSICA

A presença do sambista Zuzuca entre os produtores da CBS, tem garantido a edição de uma série de álbuns de musica popular, com pequenos conjuntos que embora apresentados anonimamente, sem os merecidos destaques, demonstram muito ritmo e bom gosto na escolha de seus repertórios incluindo composições próprias, muitas vezes ou dos autênticos (até que pontos?

LIVRO

A noção da pessoa da Igreja, que é única e a mesma, aqui e na eternidade; a distinção entre pessoas da Igreja e seu pessoal; a diferença entre o pessoal da Igreja atuando como agente instrumental, ou agindo com causa própria e, nesse caso, sujeito a falha e ao erro - eis os temas principais de "A Igreja de Cristo", de Jacques Maritain, cuja tradução portuguesa a Agir coloca nas livrarias.

GENTE

Paulo José, um crioulo de 41 anos mas que aparenta pouco mais de 20, pode ser apresentado com múltiplos adjetivos. Mas um o agrada particularmente: foi um dos músicos responsáveis pela introdução da Bossa Nova nos Estados Unidos a partir de 1961, "antes mesmo do histórico concerto no Carnegie Hall, Hall, em 1962", explica em seu jeito tranqüilo de falar.

Música

Bem poucas personalidades musicais contemporâneas, terão sido tão duramente atacadas, quer de ponto de vista estético-musical, quer do ponto de vista político-musical (se é que se pode admitir isso numa época como a nossa) quando shostakovitch (foto) . Este musico, que aos 18 anos estarrecia o mundo com a sua 1.ª Sinfonia - um golpe de gênio - foi sempre um artista << marcado >> , mesmo sendo altamente considerado em sua pátria. A sinuosa trajetória de sua vida musical está repleta de tentativas e atribuições de toda sorte, causadas, sobretudo, por exigências estatais.

ONDE ESTÃO AS MÚSICAS DO CARNAVAL (DE 1973)?

MESMO não querendo, uma pergunta é inevitável: e as músicas do Carnaval deste ano? Desafio alguém a cantar, ao menos uma estrofe, de três composições feitas especialmente para este Carnaval?

E Assim falou o Grande Ismael

1- Eu não acredito que os bons compositores não queiram mais fazer músicas de Carnaval. João de Barro, Klecius Caldas, eu mesmo, temos muitos Sambas e Marchas capazes de fazer sucesso. 2- O que acho é que não vale a pena tentar sequer lançar uma música se as rádios diminuem cada vez mais o espaço para divulgar os sambas e marchas, a corrupção é cada vez maior e, principalmente, a música estrangeira ocupa 90% do tempo disponível.

As razões de Ricardo Albim

1) As emissoras de rádio e de televisão não estão mais apresentando em suas programações, para depois do reveilon até o Carnaval por dois motivos: a) as músicas gravadas apresentam um nível muito baixo: b) Cada vez mais há um excesso de comercialização dessas próprias emissoras - que só tocam as músicas carnavalescas que eventualmente são "catituadas" por seus autores (isto é, horário "comprado" pelos compositores interessados).

A opinião de Carmem Costa

1) O que mais prejudica a Música de Carnaval é a quantidade. Se houvesse qualidade, uma preocupação em selecionar e divulgar 30 ou 50 músicas - ao invés das 300 tenho certeza que o povo aprenderia cantá-las novamente. 2) Entendo que a música para ser cantada no Carnaval tem que ser conhecida com bastante antecedência. Eu gravei "Está chegando a hora" (uma adaptação do clássico mexicano "Cielito Lindo") em maio de 1941 e quando chegou o Carnaval de 42, todos já a conheciam e cantavam.

ELES & ELAS

Para tratar de futuros (e grandes) negócios com o grupo de Rubens Teig (já com 9 lojas, na rede Beleve-Universal, a caminho da décima), passou por Curitiba na semana passada, o industrial Raphael Zajdenwer, da Liloca - confecções e lojas da Guanabara.

PALCO SOM IMAGEM

SUA voz, normalmente rouca, estava ainda mais pesada ao final do espetáculo. A emoção era grande e só pode dizer: "Estou feliz por ter podido realizar um velho sonho". Alto, elegante, jovial apesar de seus sessenta e poucos anos, Ismael Silva encerrava a estréia nacional de "Se Você Jurar" (quinta e sextas-feiras, no Teatro do Paiol) debaixo dos aplausos de mais de 200 pessoas que lotavam a nossa casa de espetáculos, enquanto Carmen Costa - também emocionada, vestida de Baiana (em homenagem à outra Carmen - a Miranda) distribuía rosas aos presentes.

COMUNICAÇÃO

Osmar Mendes, o homem da McCann no Paraná, foi a São Paulo
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