Passos rápidos, em trajes esportes e maleta 007, cor marrom, na mão direita, o advogado Haroldo Leon Perez dificilmente seria reconhecido, na quente tarde de segunda-feira, na Praça Serzêdelo Correia, em Copacabana. Roteiro habitual do ex-governador do Paraná, hoje um próspero homem do mercado de capitais no Rio de Janeiro, onde se dedica também a lucrativas operações imobiliárias. Evidentemente, Leon Perez mantém uma discreta vida social, embora esteja sempre presente em alguns círculos empresariais.

Ontem, em todas as repartições públicas, um decreto governamental, preocupava alguns funcionários graduados, entre um gole e outro do cafezinho, substituindo o habitual papo sobre futebol: o levantamento e diagnóstico da situação funcional dos servidores dos órgãos do Poder Executivo do Estado, da Administração Direta e da Indireta. O cadastro central de recursos humanos, que o secretário Gastão de Abreu Pires bolou, em poucos itens, faz uma série de perguntas que permitirão, afinal, o governo, saber quem é quem no funcionalismo.

Do trêfego pesquisador Raphael Valdomiro Grecca de Macedo, que está sendo o autor mais editado, em Curitiba, neste ano, autor de "Cada Um Cai do Bonde Como Pode": "Os estudantes hoje em dia são totalmente imobilizados, estáticos, apáticos, despidos de qualquer iniciativa e de qualquer senso crítico. Existe o medo de se pensar, o medo de se criticar, o mesmo modo de reivindicar os próprios direitos, as coisas mais banais e comuns dentro da própria escola. Mas isso está começando a mudar..." Raphael tem 19 anos e é o primeiro aluno do curso de Engenharia da Universidade Federal.

"Juventude transviada" (Rebel Withour a cause, 55, de Nicholas Ray) segundo filme em que James Dean (1931-1955) foi astro principal, citado em qualquer estudo sobre os anos 50, é relançado hoje, inesperadamente no cine Glória, onde o elogiado "A abdicação de uma rainha" (The Abdication, 73, de Anthony Harvey) apesar do nome da bergniana Liv Ulmann no elenco, rendeu apenas Cr$ 350,00 em dois dias de exibição, sendo por isso retirado de cartaz.

Como os semanários em formato tablóide estão começando a encontrar maior aceitação junto aos leitores ("Pasquim", "Opinião", "Movimento" etc.), um grupo de jornalistas cariocas lançou "Nius" o jornal do show business, que chega agora ao seu quarto número. Editado por Mury Lydia, com uma equipe de 33 colaboradores, a publicação pertence ao Studio Zero, que já tem programado o lançamento de mais um semanário - "Ponto de vista", e de uma revista mensal, "Terceiro mundo".

Se existe uma coisa que ninguém mais dá importância é a chamada "corrente", ou seja, o sistema de enviar uma espécie de circular a uma dezena de amigos, que vai crescendo em progressão geométrica. O ridículo desta espécie de passatempo (numa época em pouca gente tem tempo livre) vai do pedido de dinheiro a coleções de flâmulas, de forma que, apesar das ameaças de morte, doenças e falências a quem interromper as correntes, a verdade é que ninguém esclarecido se dá ao trabalho de atender as solicitações.

Sábado, à meia-noite, na premiére de "Assim Era A Atlântida", num cinema carioca, o veterano radialista Renato Murce, 73 anos, 51 de rádio (Nacional, em sua maior parte) teve que ser atendido às pressas: a emoção de rever mais de duas décadas iluminadas do show-biz tupiniquim, na [nostálgica] antologia montada por Carlos Manga, foi demais. E assim, quase que o produtor do programa "Papel Carbono" tem um enfarte em pleno cinema.

Nascido a 2 de abril de 1940, em Washington, D.C. Marvin Gaye tem cantado quase toda sua vida. Começou no coro da Igreja pertencente a congregação da qual o seu pai, reverendo Martin Gaye, Senior, era ministro. Após sua saída da Força Aérea, onde havia entrado aos 17 anos, com esperanças de ser piloto, Marvin voltou ao Leste e juntou-se a um conjunto vocal chamado "The Moonglows["]. Enquanto excursionava pelo País, tornando-se conhecido e um nome popular, [Marvin] convencia-se de que venceria como solista. Sua chance veio em Detroit, quando cantava num cabaré.

A Copacabana é uma gravadora estranha em sua história. Já teve períodos [áureos], em que lançava importantes artistas (por exemplo, entre 1961/64, colocou no Brasil grande parte do catálogo jazzistico da Verve Records) e depois, por várias vezes, entrou em crises galopantes. Hoje, com novos proprietários (grupo da gravadora Beverly), a antiga fabrica da familia Vitalle, a exemplo da Continental, tenta reorganizar-se artisticas e industrialmente.

Já de volta de longa viagem ao Exterior, onde participou de vários congressos de história, a professora [Cecília] Maria Westphalen, diretora do Departamento de História da UFP, mostra que, mais uma vez, sua equipe fêz bonito em termos internacionais: assim, no XVI Congresso Internacional de Ciências Históricas (São Francisco EUA, de 22 a 29 de agosto) foi apresentado um relatório sobre "L'immigration au Brèsil de la fin du XVIII siècle a nos jours" considerado pela Comissão Internacional para o Estudo dos Movimentos Sociais e das Estruturas Sociais, como o documento mais importante levado a

Cresce a bibliografia de Histórias em Quadrinhos de autores brasileiros: agora, sai o ensaio da professora Zilda Augusta Anselmo, da cadeira de Psicologia da Educação do Departamento de Filosofia da Educação da Universidade de São Paulo. Em edição de Vozes, 180 páginas, a educadora desenvolve um estudo didático sobre o mundo das histórias em quadrinhos nas 102 primeiras páginas, fazendo depois uma análise da relação HQ e adolescentes, acabando com o mito conservado por décadas por pais e pseudo-educadores de que os quadrinhos (ou o "gibi" como era chamado) prejudicavam o ensino.

Normalmente doce e maternal em suas bondosas referências críticas, a professora Adalice Araujo, mostra-se ácida ao justificar os critérios pelo qual a comissão responsável pela programação da galeria de arte do Centro Cultural Brasil-Estados Unidos vem agindo. Adalice, sempre bondosa com todos os artistas da terra (e de fora), lembra diversos talentos que foram lançados em individuais naquela galeria - Bia Wouk, Eduardo Zimmerman, Rones Dunke, Isabel Bakker, Margarida Weisheimer. Agora, Adalice não poupa elogios a Daisy Aderne Carneiro, gravurista que desde ontem ali mostra seus trabalhos.

Mario Rangel, distribuidor territorial da Encyclopaedia Britannica do Brasil, é sempre atencioso em termos de informação: por exemplo, agora está lembrando que Marlos Nobre, maestro e compositor contemporâneo, não é apenas colaborador do novo Dicionário de Música Contemporânea, editado em Nova Iorque, mas que foi o autor do verbete sobre "Notação" na Enciclopédia Mirador Internacional, cujo lançamento, em Curitiba, será dia 30, em coquetel no Graciosa Country Clube.

Definitivo: a Fundação Teatro Guaira não cederá mais os seus auditórios para apresentações de grupos de rock. Embora, felizmente, não tenha até hoje havido maiores problemas nos espetáculos pop, o bom senso mostra que a concentração de milhares de adolescentes, nos barulhentos "concertos" (sic), é uma espécie de barril de pólvora.

Só mesmo o compromisso de gravar ontem, à tarde, alguns números musicais para o programa "Fantástico", na Rede Globo de Televisão, fez com que a cantora Maysa deixasse de assistir a convenção mundial dos Rosa-cruzes, até o final.

A Top Tap está lançando mais um [elepê] do grupo Jackson Five, familiar grupo vocal formado por Michael Joe Jackson, Marlon David Jackson, Jermaine Lajuane Jackson, Toriano Adaryll (Tico) Jackson e Sigmund Esco (Jackie) Jackson. Há ainda um sexto irmão, o jovem Randy, que toca bongos e excursiona com o conjunto. O pai Joe Jackson, foi operador de guindaste em Gary, Indiana, onde os garotos nasceram, e gastava parte de seu tempo livre tocando guitarra e compondo.

Embora em Curitiba as escolas de samba (sic) só lembrem-se do Carnaval quando a Prefeitura libera as subvenções, no Rio de Janeiro já começa a registrar-se efervescência e movimentação para o carnaval de 1976, com a escolha das músicas pelos intérpretes, o trabalho de "colocação" pelos autores, bem como as primeiras gravações.

O jornalista Mario Aratanha, ex-"Jornal do Brasil", após estágio na Alemanha Ocidental, lança-se agora a uma estimulante aventura editorial: a publicação de uma revista de artes plásticas, "Malasartes", cujo primeiro numero ("Setembro / Outubro / Novembro, Cr$ 15,00) já está circulando, embora, naturalmente, em Curitiba ainda não tenha chegado (a exemplo de outra boa publicação do setor, "Vida das Artes"), "Malasartes" sai graças ao apoio de um grupo de artistas plásticos, entre os quais Carlos Zilio, Carlos Vergara e Rubens Gerchman e pretende ser "uma revista sobre a política das a

Aretuza Garibalde, uma jovem, bela e simpática record-woman carioca, com larga experiência no mundo fonográfico, assumiu o setor de promoção da Sigla - Som Livre, gravadora do Rede Globo de Televisão, que após uma bem sucedida fase de edições de trilhar sonoras de telenovelas, organizou-se para competir com as multinacionais gravadoras, em disputa de um mercado altamente competitivo. Para isso, a Som Livre vem contratando gente boa da emepebe, além de investir em nossos talentos. No Paraná, provisoriamente, a Som Livre tem como representante o sr. Antonio Dallecave.