1 - ÂNGELA Maria (Abelim Maria da Cunha, 47 anos), fluminense de Macaé, ex-operária, ex-crooner do Dancing Avenida, 25 anos de carreira (seu primeiro disco, "Só Vives para a Lua", saiu em 1950, pela RCA) é uma vocalista que resiste a uma revisão crítica. Na década de 50, em pleno apogeu de sua voz morena, firme e doce, chegou a fazer algumas gravações hoje consideradas importantes. Entretanto, a exemplo de tantos outros artistas de pouca instrução, lhe faltou uma orientação mais segura, de forma que não resistiu aos novos tempos - e nos anos 60 foi condenada a um melancólico esquecimento.

Ao meio dia de domingo, duas das principais bailarinas do Corpo de Baile - a belas Raquel Caetano e Martha Nejn - sofreram um acidente, no último ensaio, e assim toda a programação do espetáculo de encerramento da Temporada Oficial do CB, a noite, teve que ser modificada. Um pas-de-deux que seria apresentado por Raquel, teve como partner de Emílio Martins, sua colega do Municipal do Rio, Cristina Martinelli. Apesar disso o público aplaudiu entusiasticamente o espetáculo, aliás, como ocorreu todas as noites.

Houve época em que o nordestino era identificado por nomes muito próprios e regionais: Raimundo, Severino, Januário, etc. Hoje, além do próprio sotaque estar diferente - no que, muitos sociológos apontam como causa a televisão, em suas redes nacionais - até os nomes estão mudando, estrangeirando-se. Na praia da Iracema, Fortaleza, defronte o restaurante "Trastevere" (cujo nome já é significativo), um garoto maltrapilho, vestindo somente um calção, pede "uma esmola para ajudar meus 10 irmãos". Simpático, vai dizendo o seu nome: - "Richard", mas pode me chamar de "Dick"!

Só o fato de se ouvir um chorinho do melhor nível como "Arrepiado", de Celso Pires, 26 anos, ou uma proposta realmente inteligente de letra-caleidoscópica, como "Receita", de Marinho/ Paulo Vítola, já faz com que se saúde, entusiasticamente, o Terceiro Movimento, do MAPA, idealizado em princípios de 1975 por Paulo Vítola e que hoje, com serenidade e inteligência, tem continuidade graças a Mário Gallera, 27 anos, compositor e violonista dos melhores.

A deusa da Fortuna sorriu para o comerciante Ari Valente, que pouco a pouco está se transformando no "Rei do Risoto", em Santa Felicidade: em pouco mais d e8 anos, o seu restaurante Veneza já foi ampliado nove vezes, para poder atender à freguesia em escalada que o tornou um dos maiores contribuintes do Imposto de Renda. E nas últimas semanas, por duas vezes, sua simpática esposa, dona Marieta, ganhou na Loteria Federal, elevando assim o depósito bancário da família em mais Cr$ 1.200.000,00.

O mercado brasileiro do disco tem no Carnaval um dos maiores lançamentos. E é a Top Tap que distribui os lps dos sambas-de-enredo, em suas gravações oficiais pela Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Estes lps contêm as gravações originais com os componentes das próprias Escolas de Samba. Desde 1973 são lançados e bastante procurados - não só por colecionadores brasileiros, mas, também, pelos turistas.

Primogênito de um dos fundadores e ex-reitor da Universidade Federal do Paraná, o professor João Macedo (1883-1949), ex-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas e professor há 30 anos da instituição, Alceu Ribeiro de Macedo, 59 anos, foi eleito por unanimidade para representar o Setor de Ciências Sociais e Aplicadas no Conselho de Ensino e Pesquisas da UFP. Mestre habilidoso, com experiência em diversos setores, Alceu Macedo foi durante mais de 10 anos membro do antigo Conselho Universitário e agora volta a integrar um dos órgãos de cúpula do comando universitário.

O arquiteto Luiz Armando Garcez que, durante 8 anos, foi o todo poderoso presidente da Companhia de Urbanização de Curitiba, apesar de ter deixado a nossa cidade, quando foi substituído no comando da empresa pelo engenheiro Cassio Taniguchi, continua a ser um admirador do que aqui foi feito em termos de renovação urbana.

"O Duelo" (auditório Salvador de Ferrante, até domingo, 21 horas) foi saudado, generosa e entusiasticamente, pela crítica paulista como um espetáculo vigoroso e revelador, em termos de montagem profissional, de um autor português, Bernardo Santareno, que o diretor Roberto Vignati, por certo levado por um entusiasmo exagerado, classifica "do maior autor vivo de teatro português". Embora português, o clima de "O Duelo" é do dramatismo espanhol de Garcia Lorca, com honra lavada a sangue, viuvez chorada aos gritos e um clima de dramaticidade da primeira a última cena.

Ontem, 25 de Novembro, foi o dia de Santa Catarina. Mais do que a padroeira do Estado barriga-verde, a Santa é também a padroeira das solteironas - o que fez com que muitas mulheres acima dos 30 anos à espera dos seus garbosos príncipes encantados, dedicassem orações a Santa, que foi martirizada numa roda cravada de espinhos - e assim sua imagem é representada. Mas, existem outras Santas Catarinas. Em Paris, a tradição manda que neste dia as chamadas "catarinetes", que são ajudantes de costura nos grandes ateliers, comemorem.

A Editora Três, que vem primando pelo cuidado que norteia todas suas publicações, colocou há poucas semanas nas bancas uma importante obra de documentação: "Hinos do Brasil". Trata-se de uma produção original de Maurício Quadrio, diretor de projetos especiais da Phonogram, que por sua qualidade mereceu o aval da Deutesch Grammophon, para a utilização de seu selo. Nas bancas, aparece como uma edição especial da revista História, com texto em que há amplas informações sobre os hinos e sua história, os compositores e suas vidas.

Pessoalmente bem diferente da imagem de cafonice que algumas músicas e parte da imprensa lhe deram, a cantora Cláudia Barroso mostrou, no último fim-de-semana, em Curitiba, que tem condições de revelar outra face como vocalista - a de boa intérprete de nosso melhor cancioneiro. Em shows de clubes (Curitibano, Operário do Ahú) e no restaurante Mouraria, Cláudia chegou a entusiasmar com um popurri dos melhores sambas de Lupiscínio Rodrigues e Ataulpho Alves. No final, descontraída, lamentava "não poder gravar isso que eu gosto de cantar". xxx

Alguns dados impressionantes serão revelados em Londrina, de 8 a 15 de dezembro, por ocasião do I Congresso Brasileiro de Alcoolismo e Drogas, reunindo médicos, psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais e mesmo ex-viciados que, de coração aberto, farão depoimentos sinceros e importantes. xxx

Amanhã, os chefes dos 6 departamentos do Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Paraná, mais o representante estudantil indicarão os nomes que irão integrar as listas sextuplas para nomeação de diretor e vice-diretor do Setor. A atual diretoria, Cassiana Licia Lacerda Carollo, terá o voto de qualidade ("minerva"). As listas serão encaminhadas ao MEC, para que dentro do prazo máximo de 3 meses, sejam definido os novos responsáveis pelo Setor. Até abril, de 1976, Cassiana continua na direção, desenvolvendo vários projetos.

Continuam a florescer no Paraná novas religiões e sociedades espiritualistas. Acaba de ser registrado o Instituto Patanjali - Grande Colégio de Iniciados.

Ismênia Dantas, ex-chefe de divulgação da Livraria José Olympio Editora, é hoje proprietária de uma das mais originais coleções do País: cartões postais da "Belle Époque". Depois de exibir sua mostra no Rio, no início de novembro os levou agora a Petrópolis, a convite da secretaria de Cultura daquela cidade. Em Curitiba, quem tem uma coleção semelhante a de Ismênia - só que sem especialização - é de Eduardo Salum, colaborador de O ESTADO.

A Zahar, além de lançar os mais importantes ensaios sobre as diferentes áreas técnicas (economia, sociologia, psicologia, política, etc.) de autores estrangeiros, vem prestigiando, de forma marcante, os pesquisadores brasileiros. Assim, os trabalhos de professores e pesquisadores de nosso País tem merecido constantes reedições, prova da aceitação de suas idéias. Ainda agora, temos mais dois bons livros, em reedições.

O filme "Cecília", que o cineasta francês Jean-Louis Comolli, realizou na Itália, com base no ensaio de Newton Stadler de Souza, começa a ser notícia de destaque na imprensa parisiense. Tanto é que Assis Viella Neto, correspondente do "Diário de São Paulo", na semana passada enviou uma ampla matéria a respeito, para o suplemento "Jornal de Domingo", mas deixando de mencionar o fato da fita ter como base o livro de um pesquisador brasileiro.

Há quem acredite - e muito - no turismo paranaense. Como o jovem Hamilton Trevilato, uma espécie de Midas princesino, que nos últimos anos vem aumentando em progressão geométrica a sua fortuna, investindo em diversos setores - e sempre multiplicando os lucros. Agora, entrando no setor hoteleiro, Trevilato montou um sofisticado motel próximo a Ponta Grossa que já dispõe de uma ampla piscina e, máximo de requinte, até um avião para atender seus clientes que desejem sobrevoar Vila Velha ou, mais adiante, Foz do Iguaçu.

Quarta-feira à noite, na bucólica tranqüilidade da Associação Banestado, uma churrascada reuniu quase toda a bancada da Arena com o secretário João Elysio Ferraz de Carvalho, da Administração. O tempero do churrasco foi a Empar e embora o encontro fosse, oficialmente, apenas uma reunião de velhos amigos, o saldo foi positivo para o Ibope do secretário junto aos parlamentares.