Ao lado do bolero clássico, das criações do mais alto nível melódico, como os de Roberto Cantoral, Agustin Lara ou Armando Manzanero, para citar apenas três exemplos representativos, existe o bolero aculturado ao consumo do grande público brasileiro, uma parcela influente no mercado consumidor de discos, o que estimula carreiras de dezenas de intérpretes e faz com que mesmo gravadoras sofisticadas, como a multinacional Phonogram ou a nova Sigla/ Som Livre, dediquem atenção ao gênero.

Se algum paranaense encontrar-se em Nova Yorque na próxima quinta-feira dia 30 e passar pelas imediações do Carnegie Hall, não reconhecerá nas fotos do violonista que ali se exibirá, um conterrâneo. Mas na verdade o violonista Silas Antonio do Espírito Santo, 31 anos, que na próxima semana fará sua estréia naquele auditório - um dos mais famosos do mundo, é paranaense de Antonina.

Primeiro latino - americano a ocupar a presidência da Federação Espírita Internacional, onde se encontra desde agosto de 1969 - já tendo sido reeleito para dois períodos consecutivos (nos congressos mundiais realizados em Brighton, 1972 e Londres, 1975), o médico argentino Luis Di Christóforo Postiglioni, 66 anos, 51 de doutrina, retornou ontem à noite a Buenos Aires, após passar três dias em Curitiba.

Uma prova de que o bolerão é um gênero altamente comercial está na atenção com que a Phonogram dedica ao gênero. Embora não exista na multinacional fábrica holandesa nem uma etiqueta destinada exclusivamente ao chamado gênero sertanejo, na etiqueta Polydor está uma plêiade de intérpretes de músicas que fazem a felicidade do público suburbano.

Segunda-feira à tarde, três candidatos a Câmara de Curitiba encontraram-se nas salas do Instituto de Atualização da Mulher, mantendo um dialogo sincero com as elegantes alunas daquele estabelecimento. A doutoranda Rosa Maria Chiamulera (Arena) e a professora Neide Azevedo Lima (MDB), que não se conheciam pessoalmente , foram as que melhor impressionaram, pela clara exposição dos problemas.

Única emissora de televisão incluída entre as 13 maiores empresas do setor mencionadas no "Quem é Quem na Economia Brasileira?

Uma das gravadoras formada por empresários brasileiros - ( Cassio Muniz) que assumiu , desde os seus primeiros dias, a música sertaneja - firmando sobre a mesma sua sustentação econômica, a Chantecler jamais abandonou este genero. Embora hoje ligada ao grupo Continental e lançando sofisticadas etiquetas internacionais - inclusive todo o catálogo da MCA/Kapp (ex - Decca Records), a Chantecler não despreza os artistas "caipiras" - e nem poderia ser diferente, uma vez que até as maiores multinacionais (RCA, CBS, e agora a Sigla/Som Livre), também mantém lucrativos catálogos rurais.

Enquanto que Londrina o Clube do Choro já foi fundado há 4 meses, graças ao idealismo do jornalista Edilson Lea, médico José Baldy e do artista plástico Cleto de Assis ( que pensa inclusive em criar um "regional" no setor de música da Universidade Estadual), em Curitiba, só agora começ haver estímulos nossos (poucos) músicos que se dedicam ao choro.

Para justo orgulho paranista, um dos setores da economia brasileira em que o nosso Estado tem vários destaques é o que se refere a revendedores de veículos, peças e similares, de acordo com o levantamento da revista "Visão" ("Quem é Quem na Economia Brasileira", agosto/76). Entre as cinco maiores revendas de veículos, duas são do Paraná. Em segundo lugar, abaixo da Lion S/A Eng.

A imaginação dita criadora dos políticos esperançosos de conseguirem a simpatia do eleitorado dentro de 50 dias, faz com que os volantes publicitários mereçam ser colecionados, como mostra das diferentes argumentações. Por exemplo, o sr.

8 entre as 10 maiores empresas são naturalmente petrolíferas: Exxon, General Motors, Royal Dutch/ Shell, Texaco, Mobil Oil, Standard Oil Californiae Gulf Oil, A Ford Motor é a 5º maior e a IBM está em 10º lugar. Em seguida, classificam-se a General Eletric, Unilever, IRI-Inst. Ricoste Industriale, Chrysler, ITT. Standard Oil, Cia. Française de Petroles, Philips, Basfag, U. S. Steel.

Editar livros de arte no Brasil é empreendimento dos mais arriscados e contam-se nos dedos as iniciativas feitas. Em Recife, o marchand-de-tablaux Carlos Ranulpho vem, , há 3 anos, fazendo algumas edições de alto nível, tiragem naturalmente limitada e a preços evidentemente acima dos Cr$ 500,00por volume. Em Salvador, o gravurista Calazans Neto, fundou há 15 anos a editora Macunaíma, pela qual tem saído alguns dos livros mais bem produzidos no Brasil, além de álbuns de gravuras valorizadíssimos pela sua beleza e tiragem exclusiva.

Um aspecto que nenhum disc-review lembrou-se de registrar até agora, em relação ao aparecimento da " Missa do Vaqueiro" com o Quinteto Violado (Philips, 6349191, julho/76) é que com este lançamento a Phonogram passa a dispor de nada menos do que cinco diferentes formas litúrgicas regionais dos Santo Sacrifício da Missa, documentando musicalmente a tendência de tornar cada vez mais a liberalização da Igreja Católica, em relação a fazer chegar ao povo a mensagem do Evangelho, segundo a língua e os costumes de cada um.

Depois que o Quinteto Violado foi lançado nacionalmente por Roberto Santana, em 1972, trazendo uma forte - mais revisitada - música nordestina, outros grupos instrumentais-vocais de Pernambuco também tiveram a sua vez, destacando-se dois deles.

A produção da série Cultural na Continental, com João Luiz Ferreti orientando as básicas coleções " Ídolos da MPB", e "Destaques" já começa ter positivos reflexos em outras fábricas; Marcus Pereira associou-se a Copacabana, com, entre outros planos de reeditar criteriosamente o excelente acervo da fábrica paulista e na Phonogram, o experiente Paulo Tapajós, inicia uma série histórica, começando com um prometido álbum duplo alusivo aos 40 anos da Rádio Nacional, comemorados há duas semanas.

Ao se propor uma revisão da música rural brasileira é necessário se ter conscienciade que os meios de comunicação, as informações tecnológicas, o comportamento a integração nacional via Embratel modificou substancialmente aquilo que os nossos compositores do Interior do Brasil faziam há 20 ou 30 anos , para o que ocorre nestes dias . Assim , hoje os chamados "artistas sertanejos" usam camisas da "Yale University", preferem os cabelos compridos ao palheiro e não dispensam até a capanga , a calça de bico fino ou a tanga.

Embora tenha evitado, até agora, comentar o assunto, o deputado Fidelcino Tolentino não esconde uma certa preocupação por sua integridade física na campanha pela prefeitura de Cascavel. Exibindo as cicatrizes de um atentado à faca que sofreu em sua campanha a deputado estadual ( quando foi eleito com 21.922 votos), o político emedebista já tomou uma providência de ordem prática: fez um seguro de vida com prêmio de Cr$ 1.000.000,00, " o suficiente para garantir a tranquilidade a minha esposa e filho", como afirma.

Os publicitários Martins Vaz e Rematoso , após a experiência do "Scaps", fundaram a editora "Qualquer", que inicia publicando uma revista e patrocinando a vinda a Curitiba de um dos mais badalados contistas do momento : João Antonio, que 11 anos após publicar o seu primeiro livro ( "Malagueta, Perus e Bacanaço ", 1963), ressurgiu em1974, com três contos premiados pela Fundepar, em seu concurso nacional: "Joãzinho da Babilônia", "Três Cunhados - Natal 1960" e "Leão - de - Chácara".

Quando o prefeito Saul Raiz exigiu da Câmara a aprovação a toque-de-caixa de polêmica e ainda nebulosa (em suas consequências econômicas) lei do Zoneamento Urbano, o vereador Adhail Sprenguer Passos, como professor do curso de engenharia e homem preocupado com o futuro da cidade, foi um dos que esperneou. De nada valeram suas argumentações sobre a seriedade da lei e a necessidade da mesma ser analisada friamente, funcionou o rolo compressor e o projeto foi aprovado em regime de urgência.

O Sr. Otávio Glauco Ferreira do Amaral, 62 anos, o tranquilo gerente do Cinema 1, ao menos por meio minuto tem assistido todas as exibições de "O Mundo em Que Getúlio Viveu" ( 3º semana, até amanhã em cartaz) . É que numa seqüência, por 20 segundos, aparece na tela a figura de seu pai desembargados Otavio Ferreira do Amaral e Silva (1869-1942), ao lado de Getúlio Vargas , numa das visitas que ele fez a Curitiba, na década de 30.