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Aramis

Artigos por data (1984 - Julho)

Briga de teatro é na base dos tapas

Não foi a primeira vez - e por certo não cerá a última - que os corredores da Secretária Cultura e do Esporte se transfomaram em ringue de boxe. Há tempos passados, o cineasta Sérgio Bianchi e o ator José Maria Santos ali tiveram cenas muito mais para o esportes do que para a cultura. Na semana passada, foi a vez do veterano e conhecido José Baraúna de Araújo, ator, homem de TV, mais de 30 anos de carreira, reagir aos tapas a uma provocação verbal do sr. Oraci Gemba, diretor-executivo da Fundação Teatro Guaíra.

Novelli, nasce aqui um cantor

Pouco mais de 100 espectadores souberam aplaudir um dos melhores espetáculos musicais do ano: as três apresentações de Novelli, no teatro do Paiol, no último fim de semana. Conhecido habitualmente como parceiro de gente famosa - Chico Buarque, Milton Nascimento, Carlinhos Vergueiro, Maurício Tapajós, Paulo Cesar Pinheiro, etc, em muitas músicas de qualidade, Novelli (Djair Barros, Recife, 20 de janeiro de 1945) pela primeira vez aceitou fazer um show como cantor e pianista, ele que normalmente se esconde atrás de um baixo acústico ou elétrico, exímio virtuoso que é desse instrumento.

VW LEVA AO MUNDO O DESENHO BRASILEIRO

Com textos em português, inglês e alemão, esta obra-de-arte (sem dúvida, uma das mais caras contribuições feitas à difusão de nossas artes plásticas) vem tendo, desde o final do ano passado, circulação internacional, não só junto às altas cúpulas empresáriais que se relacionam com a Volkswagen, mas com bibliotecas, pinacotecas e entidades de arte e cultura - tal a grandeza deste volume.

Entendendo o Brasil

Jornalista dos mais respeitados, autor de um best-seller do ínicio dos anos 60 - "País dos Coitadinhos", Emil Farhart, assim explica "A Educação, A Nova Ideologia" (T. A . Queiroz, Editor, 326 páginas, Cr$ 6 mil, 3a edição): "Tudo que fui absorvendo de teorias político-sociais, ao longo de décadas de estudos e leituras de livros, depoimentos e documentos da área sociológica, decidi colocar em confronto, sem idéias pre-concedidos, com os fatos da realidade cotidiana de um país ainda largamente subdesenvolvido, como é o nosso.

Simon tira máscara dos nossos artistas

No Brasil só nos últimos anos passou a se desenvolver um novo gênero editoral: o livro jornalístico, com entrevistas de personalidade de diferentes setores. Nos Estados Unidos e Europa, há muitos anos que os artistas e políticos tem sido focalizados, em longas entrevistas pessoais, ocupando centenas de páginas e podendo desenvolver raciocínios claros, expor ideias e discutir propostas, que, normalmente, as limitações dos espaços dos jornais, revistas e, especialmente, programas de televisão, não permitem.

No campo de batalha

Como se já não bastassem os desempregados profissionais que se colocam nos cruzamentos das ruas centrais, pedindo auxílio aos motoristas, mais os menores que vendem frutas, quinquilharias, jornais etc., agora também estudantes estão querendo cobrar pedágios à guisa de "auxilio" para viagens em que participarão de "congressos culturais".

O livro incômodo de ex-pedre emir

Se há uma personalidade polêmica em Curitiba é o psicólogo milton Calluf (o ex-padre Emir Calluf), que, há pelo menos duas décadas, não teme agitar a opinião pública e, especialmente, os circuitos religiosos, com posições corajosas e discutíveis. E mais uma vez Emir Calluf vai à luta, com a edição de "Reflexões Incômodas Sobre o Celibato dos Padres" (Editora Record, 125 páginas, junlho/1984).

Mestre defendem os seus direitos

Os professores da Escola de Música e Belas Artes do Paraná decidiram criar uma associação para defesa do corpo docente da instituição - e também ajudar a solucionar outros crônicos problemas existentes, inclusive da sede da escola. Após várias reuniões preparatórias, foi eleita a primeira diretoria, que tem como presidente Cloris Rohrig. xxx

Talento & público

Por um problema gráfico, a frase da suave Glacy Gottardelo, administradora do Teatro do Paiol, em relação as dificuldades de conseguir público para os bons espetáculos que acontecem em Curitiba, saiu incompleta em nossa coluna de quinta-feira 12. Na verdade ela é a seguinte: "O difícil não é trazer talentos para os palcos da cidade. O difícil é conseguir público para aplaudi-los!".

regina traduz Daudet

A professora Regina Abujanra machado, paranaense de jacarezinho e que por muitos anos viveu em Curitiba, radicado há 10 anos no Rio de Janeiro, vem sendo cada vez mais requisitada como tradutora. Seu último trabalho foi a tradução do francês de "Cartas do meu Moinho"(Let-tres de mon Moulin), romance de Alphonse Daudet, que pela primeira vez sai em português (Global Editora, SP, coleção Magias, capa de Gonçalo Ivo, 190 páginas). xxx

ah! Bons tempos do teatro nos anos 50

A coincidência da Funarte/macem promoveram um ciclo de palestras sobre o teatro paranaense como evento paralelo ao projeto Mambembão Ipiranga e o lançamento, quinta-feira 12, da revista comemorativa ao centenário do Teatro Guaíra, faz com que a história de nosso teatro seja retomada. As comemorações oficiais dos 100 anos do Guaíra - considerando a inauguração do antigo São Teodoro, em 29 de setembro de 1884 - motivaram uma preocupação em resgatar a memória teatral.

Dia 8 poeta Gullar estará na Reitoria

O poeta Ferreira Gullar estará dia 8 de agosto no auditório da Reitoria. Vem participar do projeto "Encontro Marcado", promovido pelo jornalista Arakem Távora e Fundação Pró-Memória. Após interrupção de 45 dias devido a greve dos professores - o projeto será retomado, já com bons nomes de nossa literatura programados. Depois de Ferreira Gullar virão Nelida Pílon, Antonio Torres, e Thiago de Mello.

Orelhas e Rezende, ótimo som no Paiol

Dois excelentes instrumentistas - Nivaldo Ornellas ( sax, flauta) e Marcos Rezende (teclado) apresentam-se no Teatro do Paiol neste fim-de-semana. Basicamente trazem o repertório do elepê "Som e Fantasia"(Ariola, maio/84), no qual desenvolveram uma série de temas próprios. xxx

O melhor jazz, com Miles Davis, Weather e Paquito

se a quantidade de lançamentos jazzísticos foi reduzida houve, em compensação, uma preocupação pela qualidade. Assim é que a Ariola/Barclay lançou há pouco os novos discos de Sonny Rollins e Freddie Hubbard, enquanto a CBS, em sua "Collector Jazz Serie", que Arlindo Coutinho coordena com grande rigor, traz um pacote com cinco dos melhores discos do ano: "Supersax & L. A . Voices" (que registramos na semana passada), Winton Marsalis (também presente no suplemento erudito da CBS),"Star People" com Miles Davis, Weather Report e Paquito D'Rivera.

Os sons de Tião & Maurício

Em muita boa hora o produtor Mazolla, da Barclay /Ariola, decidiu prestigiar os instrumentistas brasileiros. O êxito de "Todas as Teclas", que em 1983 uniu os virtuoses Cesar Camargo Mariano/Wagner Tiso, estimulou a criação da série "Todos os Sons", que já tem cinco outros encontros memoráveis de instrumentistas registrados em discos.

O mundo de Bezerra

Pernambucano radicado no Rio, percussionista da orquestra da TV Globo, Bezerra de Silva é um intérprete que ainda será tema de estudos mais profundos pelo trabalho documental que realiza em seus discos. Sem ser um cantor de voz apurada, Bezerra vem registrando em uma dezena de elepê (o último "É esse aí que é o homem", RCA) sambas de autores desconhecidos que têm em comum a malandragem, a linguagem cifrada das gírias das favelas do Rio de Janeiro.

Elétrica Dionne

Cada vez mais a Dionne Warwick superstar dos anos 80 se distancia da romântica intérprete da segunda metade dos anos 60, quando encantava com sua voz suave interpretando as melhores músicas de Burt Bacharach/Hal David - responsável pelo seu lançamento. "How Many Times Can We Say Goodbye"(Arrista/Ariola) nos traz uma Dionne jovial e elegante, mas bastante elétrica nas oito faixas deste elepê, a maioria de autoria de Luther Vandross - também vocalista na faixa-titulo.

O Brasil de Aldy

Uma das coisas lamentáveis no mundo artístico é que artistas de valor, que fazem os maiores sacrifícios para chegarem ao disco, tenham seus trabalhos esquecidos na batalha da divulgação. O espaço nos meios de comunicação é tão disputado (e negociado) para proteger 90% de enganações de marketing - que compositores e intérpretes de grande vigor acabam sendo retirados de catálogo por não encontrarem a promoção merecida.

A música de Plenizio, o novo Rotta para Fellini

Um (entre tantos) aspectos que fez muitos espectadores assistirem mais de uma vez a "E La Nave Va" foi a sua trilha sonora. Especialmente o público que curte o bel-canto apreciou muito a banda sonora deste filme de Federico Fellini, que em estréia nacional em Curitiba após um mês de exibição, tem agora suas últimas sessões no cine Itália - hoje em horários normais - e amanhã somente às 14 e 16 h30min. - já que á noite, ali haverá a pré-estréia de "Fanny e Alexandre", de Ingimar Bergman (em lançamento comercial a partir de quinta-feira).

Um café para a Boca

Se a Boca Maldita se tornou um espaço famoso nacionalmente como ponto de encontro dos curitibanos, muito se deve as casas de degustação de café que desde os meados dos anos 50 funcionaram na Avenida Luiz Xavier. É bem verdade que houve época em que os "Cafezinhos" se espalhavam pelas ruas adjacentes, como o "Alvoradinha"- na Travessa Oliveira Belo.
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