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Aramis

Artigos por data (1986 - Agosto)

No campo de batalha

O governador João Elísio Ferraz de Campos garante que a máquina oficial não vai trabalhar pelos candidatos do PMDB. Mas é bom ficar atento e alerta. Por exemplo, uma cliente do Banestado, agência Comendador, surpresa em não ver há dias o simpático gerente, indagou para uma funcionária o que havia acontecido. Resposta imediata: - Ele está à disposição do comitê Álvaro Dias. E até 15 de novembro não volta para cá. Depois, possivelmente será promovido. xxx

Jazz vive nos palcos do Free Festival

Pela quinta vez nos últimos 8 anos, um grande evento jazzístico traz ao Brasil grandes nomes do jazz. Em sua segunda edição, o Free Jazz Festival, dividindo-se entre São Paulo (Anhembi, 27 a 31 de agosto) e Rio de Janeiro (Hotel Nacional, 2 a 7 de setembro) apresenta grandes nomes do jazz - desde o veterano Ray Charles, 54 anos - até estrelas ascendentes - como Wynton Marsalis, Stanley Jordan e David Sanborn.

O sax de Sanborn

A inclusão do saxofonista David Sanborn como um dos destaques do Free Jazz Festival (dia 28, Anhembi; dia 6, Hotel Nacional) somada ao sopro moderno e criativo deste instrumentista que tem acumulado prêmios como Grammy e chegado também entre os mais vendidos, animou a WEA a relançar dois de seus elepês ("Hideway" e "Backstreet") e apressar o lançamento do recente "Double Vision", dividido com o tecladista Bob James.

Jazz com amor através dos melhores talentos

I Love Jazz. O título não poderia ser mais feliz. São nove esplêndidos álbuns que chegam ao Brasil por apenas Cz$ 55,00 cada - quando o importado custa hoje quase Cz$ 300,00. E nesta coleção, uma síntese do que há de melhor, com uma seleção primorosa das interpretações de nomes como Louis Armstrong, do recém falecido Benny Goodman, Thelonious Monk - de monstros sagrados como Sarah Vaughan ou do pouco divulgado entre nós - mas veteraníssimo e admirável - Cab Calloway.

Teclados renovadores de Lyle Mays e Ahmad

Paralelamente ao melhor jazz tradicional, com nomes consagrados, há também momentos renovadores da música instrumental, com gente na faixa dos 30 anos fazendo propostas fascinantes. Um exemplo é Lyle Mays (Wisconsin, 27/11/53), conhecido até agora como tecladista do conjunto de Pat Matheny, mas que mostra amplas condições para fazer seus vôos solos.

Jazz na fria noite

Daquela Curitiba, quando o então jovem Luis Elogio Zilli e seus amigos saíam pelas pacatas ruas, com um caminhão transportando até um piano de cauda par animar o chamado "jazz" que era apresentado em românticas serenatas, não restam sequer fotos. E o jazz que se apresentava ficava apenas no nome, pois a música que no início do século havia subido pelo Mississipi, de Nova Orleans par o mundo, ainda não tinha também chegado, sonoramente ao Brasil. Entretanto, a palavra jazz já se fazia ouvir - forte e carismática, como hoje é explorada até no marketing dos cursos de dança.

A big band de Lionel e os grandes da "Blue Note"

No boom jazzístico que se assiste no Brasil, com o crescimento de uma platéia interessada, espera-se que após a recente excursão de Dizzy Gillespie, os empresários animem-se e tragam outro dos grandes nomes do jazz tradicional: o vibrafonista, baterista, pianista e regente Lionel Hampton, 73 anos.

A estrela que renasce com brilho há 44 anos

Em busca dos filmes perdidos. Esta parece ter sido a palavra de ordem lançada há alguns anos, por apaixonados arqueólogos cinematográficos preocupados em recuperar longas seqüências que, nas salas de montagem, foram cortadas de filmes clássicos, para frustração de seus realizadores. Exigências do mercado exibidor refratário a longas-metragens acima do normal (o que prejudica a rentabilidade imediata do filme) tem sido carrasco de muitas obras-primas, levando a guilhotina nas salas de corte fundamentais seqüências concebidas pelos realizadores.

Sexagenária Metrópolis com curtição dos jovens

Uma cidade de arquitetura avançadíssima. Arranha-céus imensos, trens cirulando em várias superfícies. Um vídeo-fone, uma espécie de computador e até um robô fantástico. Imagens corriqueiras nos dias atuais, mas que, há 60 anos passados, só poderiam nascer na imaginação de um grande ficcionista. Jovens nas faixas de 13/20 anos, entre os quais muitos até darks e punks tupiniquins que jamais ouviram falar em expressionismo curtem, adoidado, as imagens de "Metrópolis" (Cine Groff, hoje último dia em exibição).

Quem diria, Zé Maria acabou até cantando!

Quem for aplaudir José Maria Santos no auditório Salvador de Ferrante neste fim de semana (e ele merece ser aplaudido!) prepare-se para mais uma surpresa: ele canta. Assim como o então jovem (31 anos) Marlon Brando atacava de cantor das músicas de Frank Loesser em "Eles e Elas" ("Guys and Dolls", 55), para conquistar as boas graças da religiosa Sarah Brown (Jean Simmons, no auge de sua beleza), o bom Zé também decidiu passar óleo de peroba nas rosadas faces e, na base da cara (de pau) e coragem entoar quatro canções em seu novo espetáculo.

No campo de batalha

Difícil entender os critérios do bom e simpático Francisco Alves dos Santos, o estimado "frei Chico", na programação das salas da Fundação. Na semana passada interrompeu a carreira do inédito "Lola", de Werner Fassbinder - quando o filme ainda poderia permanecer mais uma semana com bom público no Cine Luz. Agora, inesperadamente, decidiu retirar de exibição "Metrópolis", de Fritz Lang, que pelo seu "rejuvenescimento" começava a atrair um grande público jovem. No domingo, as duas sessões da noite estiveram lotadas. xxx

Na guerra das rendas quem dança são os bons filmes

Um dilema que embranquece os cabelos de quem é responsável pela programação dos cinemas: qual o momento de substituir um filme?

Na curva do tomate, a festa de Flora e Airto

Domingo foi um dia de festa na Curva do Tomate, no Uberaba. Os vizinhos, amigos e parentes da família Moreira reuniram-se na casa de dona Zelinda, que, só sorrisos e alegria, recebia para uma ocasião muito especial: a comemoração do 14º aniversário de sua neta, Diana e, pela primeira vez, em 18 anos, a presença em sua casa, de sua nora, Flora Purim - ao lado de seu marido, Airto Guimorvan Moreira.

Um filme, muitos shows e o novo disco de Flora

Dois assitentes do cineasta Bob Rafelson, 50 anos, e dois câmeras estão acompanhando Airto e Flora nesta sua excursão pelo Brasil. Dale Djerassi e Isabel Maxell, da equipe do diretor de "O destio bate a sua porta", estão já há dois anos trabalhando na pré-pré-produção do filme sobre Flora e Airto. Inicialmente, foi a CBS que adquiriu os direitos para realizar um filme de duas horas sobre o casal, tendo inclusive o pré-roteiro desenvolvido transformando-se no livro "Freedon's song".

O bom profissionalismo desta Santa companhia

Organização e persistência dão bons resultados. Três paulistas - Crispin Gomes Júnior, Jorge Beethovem e Mauro Roberto Machado - provam isto. Há 11 anos fundaram uma companhia de teatro - a Sia Santa - que hoje não só desfruta de um sólido patrimônio, mas cumpre um organizadíssimo calendário artístico. Mais uma vez, como acontece desde 1979, a Sia Santa está em Curitiba, desta vez ocupando o auditório Salvador de Ferrante, lotando as sessões que ali faz de manhã e a tarde com a peça "O Rei de Palha", texto e direção de Jurandyr Pereira. xxx

Joana e seu teatro com a fé Rosacruz

Joana Rolim é uma mulher entusiasta pelo teatro. Rosacruz convicta, vem buscando através da linguagem do palco transmitir os ensinamentos espiritualistas em peças místico-filosóficas nas quais coloca todo o seu esforço. O que a faz merecedora de respeito e admiração. xxx Neste fim-de-semana (Sesc da Esquina, hoje e amanhã, 21 horas, ingressos a Cz$ 15,00) apresenta novamente sua peça "Noite Negra", cuja direção dividiu com Paulo Friebe. A ação se passa numa galeria de artes, onde um visitante confronta dois quadros que lhe sugerem diferentes idéias.

O melhor nativismo virá ao festival Cante Terra

Cante Terra - I Festival Nativista (Campo Mourão, 26 a 28 de setembro) tem tudo para se constituir em grande evento musical. Com dois meses de antecedência o coordenador José Ernesto Tavares, [Secretário] da Cultura e Turismo do município, já está com a programação artística definida e selecionados os grupos e vocalistas que apresentarão as 24 músicas que concorrerão a Cz$ 60 mil em prêmios - Cz$ 30 dos quais para a primeira classificada. xxx

O humor demolidor que a "Casseta" apresenta

Depois do "Planeta Diário", outra publicação irreverente e audaciosa, começa a emplacar regularmente: "Almanaque Casseta Popular". O segundo número (Cz$ 12,00, 50 páginas) está nas bancas, satirizando políticos, autoridades, publicidade e tudo o mais. xxx A irreverência começa no próprio "expediente" da publicação, que traz os seguintes nomes em sua "diretoria": presidente Lee Oswald; Vice-presidente Administrativo: Iaccoca; vice-presidente financeiro: Assis Paim Cunha; vice-presidente de Marketing: Ronald Levingson e vice-presidente de futebol: Nagib Abi Chedid.

Airto & Flora, simplesmente um love story

Durante 4 anos uma brasileira esteve em primeiro lugar na relação das melhores cantoras do jazz no respeitado Jazz Poll da revista Down Beat: Flora Purim. Em apenas seis anos nos Estados Unidos, esta carioca conseguia chegar ao top musical, ocupando um espaço até então privativo de monstros sagrados como Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Carmen McRae entre outras.

As quatro vezes em que a bela estrela nasceu

Entre os pecados da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood está, sem dúvida, o fato de não ter dado a Judy Garland (1922-1969) o Oscar de melhor atriz em 1954. Assim como foi imerecida a premiação de "Three Coins In The Fountain" (Jule Styne/Sammy Cahn), de "A Fonte dos Desejos" - e grande sucesso de Frank Sinatra na segunda metade dos anos 50 - em detrimento ao antológico "The Man That Got Away" (Gershwin/Arlen) que havia obtido indicação ao Oscar de melhor canção.
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