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Aramis

Artigos por data (1986 - Setembro)

Geléia Geral

Um golpe na especulação das lojas que trabalham com as ditas raridades fonográficas: reedição dos álbuns mais procurados pelos jovens. A (ótima) idéia é de Aloysio Motta, gerente comercial da WEA, que lançando o projeto Rock Pesquisa vai de encontro ao óbvio: para o que existir público, a gravadora reeditará os discos de seu catálogo - rigorosamente iguais as edições originais (capas duplas, encartes, etc.) E tem mais: as sugestões serão bem-vindas e podem ser encaminhadas a Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 660, Jardim América, CEP 01442, SP.

Lelouch, a ternura que faz o cinema reencontrar as imagens

Claude Lelouch sempre teve os olhos colocados no futuro. Em um de seus mais autobiográficos filmes "Toda uma Vida" (Toute une vie, 1972), uma história que se alongava por várias gerações - como, 10 anos depois, repetiria em "Retratos da Vida" (um dos filmes de maior bilheteria no Brasil nos últimos 5 anos), a história começava no início do século e propunha, ao final, uma continuação até o ano 2.000. Portanto, da útlima coisa que Lelouch iria falar seria sobre a morte do cinema.

20 anos depois, com a magia das emoções

Para muitos, "Um homem, um mulher" foi o mais belo filme publicitário da história. Parecia até um comercial de mustang. Lelouch nega que a Ford tenha dado qualquer ajuda a não ser o empréstimo dos veículos. Como agora, a Lancia e a Suzuki cederam os carros e os barcos para "Um homem, uma mulher: 20 anos depois". Mas o fato é que as imagens do filme que arrebatou prêmios e emocionou mulhões de espectadores entre 1966/68 (quando foi lançado no Brasil) permanecem na retina dos espectadores.

Guerra no Oeste em realidade e ficção

Com mais de 30 títulos em catálogo e numa salutar ascendência entre as editoras regionais, a Criar, de Curitiba, tem nada menos que 11 títulos programados para lançar nos próximos meses. Diversificando sua produção, o editor Roberto Gomes, 41 anos, catarinense de São Francisco do Sul que há quase 20 anos optou por Curitiba, está vendo a antologia "Contos Cubanos do Século XX", lançada durante a 9ª Bienal Internacional do Livro, obter uma justa projeção nacional, o que talvez obrigue a antecipar o segundo volume, inicialmente previsto apenas para 1987. xxx

Almir, Eliane, Zeca, Pérola... (é a nova geração de vigor)

Há oito anos, Beth Carvalho já havia percebido que nem só de Cartola, Nelson Cavaquinho e outros eternos compositores populares poderia sobreviver artisticamente com elepês de primeira categoria. E assim, junto ao Cacique de Ramos descobriu coisas como o banjo de Almir Guineto, e repique de Ubirany e o tam-tam do Sereno e do Mauro, estes últimos de percussão tocados com a mão ao invés de baquetas.

Um soporífero debate de vazias colocações

Ao desligar a televisão, às 2h20min da manhã de segunda-feira, após assistir ao Grande Debate dos candidatos ao governo do Paraná, a sensação do eleitor era, no mínimo, de ter visto apenas um longo e maçante programa do TRE - só que reunindo, num mesmo espaço, os sete postulantes a sucessão de João Elysio.

No campo de batalha

Embora tenham aparecido muitos "pais" da idéia, a verdade é que o projeto da criação de uma "sala de leitura" no Instituto Pedroso Horta foi do sociólogo Cesar Benevides, 31 anos, autor de uma tese sobre as ligas Camponesas na Paraíba - já transformada em livro. Convidado pelo senador Alvaro Dias, presidente do PMDB, para integrar o conselho da Fundação Pedroso Horta, foi César que levou muitas idéias para que esta instituição desenvolva realmente um bom programa e uma das mais felizes foi a de equipá-lo com uma biblioteca reunindo obras sobre a realidade brasileira. xxx

Espelhos, vitrinas, palavras de Macabéa

"Espelho? esse vazio cristalizado que tem dentro de si espaço para se ir sempre em frente sem parar: pois o espelho é o espaço mais fundo que existe. E é coisa mágica: quem tem um pedaço quebrado já poderia ir com ele meditar no deserto. Ver-se a si mesmo é extraordinário." (Clarice Lispector, "Água Viva") xxx

Um western vietcongue na baia dos texanos

Embora em seus respeitáveis 30 anos de cinema Louis Malle tenha experimentado os mais diferentes gêneros cinematográficos - do erotismo de "Os Amantes" a descida nos infernos na solidão em sua obra-prima, "30 Anos Esta Noite" (Le feu follet), só por uma vez - e assim mesmo na base da sátira - animou-se pelos caminhos de um semi-western: "Viva Maria", rodado no México, com Brigitte Bardot e Jeanne Moreau.

Cinema e Literatura no feminismo de um século

Há uma semana, na entrevista com Claude Lelouch, no Rio Palace Hotel, RJ, o cineasta de "Um Homem, uma mulher: 20 anos depois", falou longamente das relações entre cinema e literatura. Analisando o seu próprio caso - de cineasta amado pelo público mas incompreendido por parcelas da crítica (que raramente tem sabido valorizar devidamente seus filmes), Lelouch lembrou que a partir do cinema falado os intelectuais passaram a ver a linguagem cinematográfica como uma extensão da literária.

Os livros de James que chegaram à tela

Há 12 anos, dois filmes baseados em obras de Henry James faziam com que se voltassem as atenções para este americano que se naturalizou inglês e que mudou radicalmente o ponto de vista narrativo, instaurando o personagem refletor, único intermediário entre o autor e o leitor. Quase sempre na terceira pessoa, suas obras utilizam um personagem que narra uma história, às vezes não presenciada mas apreendida de segunda ou terceira mão.

No campo de batalha

A videomania tem crescido tanto que agora já existe o Vídeo Clube Médico Científico, um bom house-organ e buscando associados em todo o Brasil. Seu acervo oferece centenas de vídeos científicos nos vários campos da medicina. Eis o endereço para eventuais interessados: Rua Stella, 29, conjunto 24, CEP 04011, fones 570-9420 e 549-8599, São Paulo. xxx

Disque Amizade ou a solidão na madrugada

Nesta cidade De dois milhões de habitantes Estou sozinho no quarto Estou sozinho na América ("A Bruxa", Carlos Drummond de Andrade) xxx Flor procura pelo Cavaleiro Solitário. O corujão quer saber o telefone de Penelope. João Bala insiste com Pink Panther num encontro. Asa Branca quer simplesmente conversar.

O encontro que todos procuram

Há 53 anos, o romancista americano Nathaniel West (1903-1940) numa pungente história, "Miss Lonelyhearts", falava de uma das mais doloridas formas de expressão dos solitários das grandes cidades: aquelas milhares de pessoas que buscam o correio sentimental dos jornais e revistas em busca de um encontro afetivo.

Vem aí o "Sweet Baby"

A platéia que viu B.B. King vibrar no palco do Guairão por certo está atenta para o próximo show na mesma casa: a apresentação de Stanley Clarke e banda, no próximo dia 2 (21 horas), com ingressos a 300, 250 e 200 cruzados.

Do pagode ao órgão

De hoje a domingo, no TUC (Galeria Júlio Moreira), "Deu Clip Clip no Pagode". Show cujo nome já diz tudo, sob a responsabilidade de Gogó de Ouro e os Arteiros do Samba. Ingressos a 25 cruzados. Às 21 horas. xxx Morgana Pessoa, enquanto isso, estará no Teatro de Bolso com o espetáculo "Pessoa". Ingressos a 20, 15 e 12 cruzados. Às 21 horas. xxx O Grupo D'América estará domingo, a partir das 17 horas, no Centro Comunitário de Curitiba (Av. Visconde de Guarapuava), com o show Ensaio D'América. Atenção: entrada franca. xxx

Sucesso de Fernandinha ajuda exibição das fitas nacionais

A excelente bilheteria de "Com Licença, Eu Vou a Luta!" (terceira semana, cines Lido 1/Ritz) é importante por várias razões. Em primeiro lugar por confirmar que para um bom produto existe público. Em segundo lugar mostra que o filme do jovem Lui Farias, baseado igualmente num texto de uma jovem (Eliane Maciel) e tratando das relações entre pais e adolescentes pode criar uma empatia com amplas faixas de espectadores.

Londrina exportando seu canto sertanejo

Edilson Leal, 46 anos, jornalista, incansável pesquisador e defensor da música popular brasileira e disc-review, tem pronto um trabalho sobre um interessante tema ligado a nossa música o boom da música rural/rurbana região de Londrina e, especialmente, a ascensão de dezenas de duplas que ali se formaram, muitas delas hoje grandes sucessos como milionário e Zé Rico (que voltaram há pouco de uma excursão à China).

O Musical som dos bichos do Paraná

Se de um lado existem as duplas que deixaram o Paraná, em suas formações espontâneas e com uma linguagem rurbana em busca de um espaço nacional - das quais, o exemplo mais bem sucedido é Milionário e José Rico, conforme registramos em nossa coluna de ontem, há, em contrapartida, os artistas jovens que, sem negarem influências rurais, aqui permanecem em busca de um espaço difícil. Dois exemplos: João Lopes e Alecir de Antonina.

Embra premiou o roteiro de Paulo

Pouco a pouco, uma nova e idealista geração de cineastas do Paraná começa a ocupar seu espaço. Depois de Nivaldo Lopes ("Bolinha") ter o seu roteiro premiado no concurso realizado paralelamente ao II Rio-Cine Festival, em agosto último, chega a vez de um dos seus mais atuantes colaboradores, Paulo José Friede, 24 anos, também obter reconhecimento ao seu trabalho. O roteiro que Paulo encaminhou a Embrafilmes [Embrafilme], dentro do concurso trimestral que concede financiamentos aos melhores projetos, foi aprovado e assim terá Cz$ 80 mil para realizar o curta "Ah! Essa é Boa!".
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