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Aramis

Artigos por data (1986)

Paula, a revelação

Uma agradabilíssima surpresa no final do ano foi o aparecimento do lp de Paula ("Luzes do Morro", Sigla), com um repertório equilibrado, bonita voz e muito ritmo. Filha de pais mineiros, mas fluminense deVolta Redonda, Paula criou-se no bairro de Madureira e sua aproximação com o samba dos bambas seria inevitável. A apresentação ao competente produtor Rildo Hora lhe valeu a chance de fazer uma fita-demonstração, com música de ótimos autores, que se transformaria num lp excelentemente bem acabado.

Toquinho e Geraldo, o som ao vivo

Entre os bons projetos iniciados no ano passado esteve o denominado A Luz do Solo destinado a reativar um dos espaços artísticos mais tradicionais do Rio - Golden Room, do Copacabana Palace - e, ao mesmo tempo, estimular a melhor MPB. Através da Echo Produtora, com direção de Antônio Foguete, grandes nomes de nossa música fazem descontraídos espetáculos naquele local, gravados ao vivo em equipamento Digital Sony. E do material registrado, a Barclay/ Polygram edita lps, que mesmo trazendo músicas já conhecidas, vale pela espontaneidade, calor e comunicação de seus intérpretes.

Belas vozes de Jessye e Simon

O canto lírico tem um mercado restrito mas seguro. Fernando Sartori, um dos raros lojistas que trabalha com discos-laser, vê esgotarem-se as gravações (Cr$ 300 mil a unidade) de óperas ou solistas do mundo lírico. A Polygram, em seu catálogo erudito, abastece o mercado com gravações digitais, entre Cr$ 70 a Cr$ 250.000 - conforme o número de elepês em cada álbum, como a recém-lançada trilha sonora da transposição ao cinema de "Cavalaria Rusticana", dirigida por Zeffirelli e com Placido Domingo.

Continua em cartaz Mozart

E o festival Mozart prossegue! Enquanto o filme de Milos Forman continua a fazer boas rendas em muitas cidades - e já se programa sua reprise em Curitiba - a Polygram e CBS continuam a editar novos LPs com interpretações da obra de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), que realmente deixou uma imensa e significativa obra.

A triste ópera da cultura que prejudicou um maestro

O idealismo e a vontade de realizar um grande espetáculo custou caro a um maestro de Curitiba: prejuízos de Cr$ 130 milhões, a perda de sua casa de praia, dois telefones, seis processos judiciais, penhora de móveis e objetos pessoais e aborrecimentos que se estendem há dois anos. Tudo porque houve boa fé, confiança na Secretaria de Cultura e Esportes (sic) e, principalmente, a disposição de montar uma ópera no Teatro Guaíra.

No campo de batalha

Cristina Gebran, uma poeta que surgiu no ano passado com um livro rrenovador, associou-se ao fotógrafo Ivan Rodrigues para interessante experiência em termos visuais. Após uma mostra no Museu Guido Viaro, estão levando agora seus trabalhos ao Camarin Ensaio Bar, com 10 fotos e 7 poesias. xxx

O Som do Carnaval (I) - Inflação e futebol nos sambas-de-enredo de 86

Um teste para derrubar o mais entusiástico dos foliões: cantar ao menos uma estrofe de alguma música para o Carnaval de 1986!

O merchandising do Halley rende muito!

Uma sugestão de pauta a quem interessar possa: levantar junto ao serviço de alvarás da Prefeitura - e mesmo na Junta Comercial - todas as solicitações de funcionamento com o nome de fantasia ou razão jurídica, com a palavra Halley.

O som do Carnaval (II) - Bloch carnavalesco e a marcha da Constituinte

Destinada a estimular os compositores a fazerem músicas para o Carnaval a promoção "Canta Meu Povo", organizada pela Radiobrás, com apoio da Riotur, Funteve e Funarte, realizada entre 9 de setembro a 21 de outubro de 1985, no Circo Voador, no Rio de Janeiro, foi mais uma frustração. De centenas de músicas inscritas, a comissão julgadora teve dificuldades em selecionar as 12 que ganharam o direito de serem gravadas num lp da Sigem, distribuído pela RGE - e que, infelizmente, está tendo pouquíssima repercussão.

Pobre Paraná!

Sem dúvida o prestígio, credibilidade e densidade do senador Álvaro Dias, o "príncipe" que sonha em suceder Calil Richa no Palácio Iguaçu, está crescendo na imprensa feminina nacional. Basta ler a coluna "Desfile pelo Correio", páginas 225/226 da revista "Desfile", edição de fevereiro de 1986. xxx Sob o título "Político Bonito", assim descreveu a leitora Janice Pagani, da cidade de Ibaiti:

Fundação traz Maluf para reger Camerata

A Fundação Cultural de Curitiba contratou um jovem maestro, o paulista Jamil Maluf, para substituir a Paulo Bosisio na regência da orquestra de cordas da Camerata Antíqua. Bosisio havia assumido aquela função há dois anos, após o fundador e regente-titular da Camerata, Roberto de Regina, tê-lo convidado para vir elevar o nível dos músicos de cordas. Apaixonando-se pelo trabalho, Bosisio fez tudo para permanecer na função - apesar de seus compromissos no Rio de Janeiro, suas aulas na Escola de Música e Belas Artes do Paraná e outras atividades.

O Som do Carnaval (II) - Da ecologia a Chocolate, os temas destes enredos

Ecologia, cometa Halley, folclore, futebol, Zumbi dos Palmares, homenagens aos radialistas, cinema nacional e ao sambista Chocolate, estão entre os temas que as Escolas de Samba de Curitiba apresentarão amanhã e domingo na Marechal Deodoro. Com exceção da D. Pedro, Mocidade Azul e Ideais do Ritmo, as demais escolas não conseguiram sequer gravar em fita os sambas-de-enredo que estarão apresentando. E as poucas cópias feitas dos sambas de Nelson Santos ("Sétima Arte - O Cinema Nacional" - D.

Filantropia da "Boca" carioca

Anfrísio Siqueira, presidente da Boca Maldita, satisfeito com os bons frutos que as sucursais da mais irreverente das instituições curitibanas vem obtendo em várias cidades. No Rio, como acontece há quatro anos, a Banda da Boca Maldita, iniciou no dia 20 de janeiro último, a animação pré-carnavalesca - homenageando o padroeiro da cidade. Este ano, a versão carioca da Boca Maldita - presidida pelo sr. Sérgio França - homenageou a irmã Zoé, recolhendo donativos para o Dispensário dos Pobres da Imaculada Conceição, obra dirigida por aquela religiosa.

No repicar dos tamborins

O arquiteto Fernando Popp, 30 anos, folião de larga quilometragem na noite, foi quem fez a decoração para o Clube Curitibano. A homenagem maior é ao palhaço Chic-Chic (Otelo Queirolo), uma das figuras mais queridas da cidade e lembrado sempre com saudades pelos que têm mais de 30 anos. xxx Bento Chimelli decidiu investir em marketing carnavalesco: através de suas empresas liberou 50 milhões para ajudar algumas escolas. xxx Já a firma Faureto, que explora o ramo de out-doors, liberou 40 espaços para a Mocidade Azul vender o seu peixe, digo, o seu samba. xxx

Cinema em revistas

De passagem ultra-rápida pela cidade, para lançar o número 2 de "Première", a nova revista de espetáculos que está editando para o grupo Bartolo Fittipaldi, José Augusto Iwersen anuncia uma inovação: um "Dicionário de Cinema", em fascículos, que mensalmente focalizará um Estado. Todas as pessoas ligadas ao cinema - realizadores, produtores, técnicos, exibidores, distribuidores, críticos etc., serão verbete nesta publicação útil e referencial.

O Som do Carnaval (IV) - Auto-suficiência, um sonho muito distante

Glauco Souza Lobo, presidente da Comissão de Carnaval e futruro secretário de Turismo, considera que o desfile deste ano - hoje e amanhã, na Marechal Deodoro, será o mais importante de todos já realizados. Razão: dos resultados obtidos será feita a reclassificação, com as seis primeiras escolas integrando o chamado grupo A e os seis seguintes caindo para o grupo B. Por isto, batizou a festa como "Carnaval da Reorganização".

As aulas de Hirsch, o scholar americano

Passou desapercebida a presença em Curitiba de um dos mais respeitados scholars americanos, o professor David H. Hirsch, da cadeira de Literatura Norte-Americana e Introdução à Poesia, Ficção e Drama, da Brown University, em New Hampshire. A professora Cecília Inês Erthal, coordenadora do curso de pós-graduação em Letras da UFP, em colaboração com a USIS, conseguiu que o professor Hirsch viesse orientar um curso de 45 horas, na área de Literatura Norte-Americana, Em suas aulas - consideradas fantásticas pelos professores que as assitiram - o dr.

O melhor de nossa música para as rádios do mundo

Ao patrocinar a edição de "Caymmi - Som/ Imagem/ Magia" com o livro de Marília T. Barbosa e Vera Alencar em edição bilíngüe e os dois lps com Dorival Caymmi interpretando sua obra, a Fundação Emílio Odebrecht desenvolveu uma importante contribuição para difundir a obra de um dos nossos maiores autores em termos internacionais. Afinal, da edição de 3 mil exemplares, algumas centenas foram enviadas a instituições culturais e jornalistas ligados à música em várias partes do mundo.

Caymmi, som, imagem, magia

"Que são setenta anos, diante da melodia que não conta tempo, não envelhece, enquanto as modas de cantar se sucedem e quase nada de música existe mais do que uma estação? Não há dia seguinte para o cancioneiro de Caymmi. A flor que o vento joga no colo da morena de Itapoã não murchou ainda. Murchará um dia? Não creio. O que está na voz de Caymmi a gente guarda como faz com as coisas de estimação. E ao ouvi-la em casa, na rua, no ar, é sempre a emoção de um bom encontro. Incorporou-se ao patrimônio de arte e coração do Brasil. Ninguém o apaga ou destrói".

Mangueira homenageia neste Carnaval o grande Dorival

Mangueira vê no céu dos orixás O horizonte rosa, no verde do mar A alvorada veste a fantasia Pra exaltar Caymmi e a velha Bahia, ô, ô, ô
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