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Aramis

Artigos por data (1987 - Junho)

Augusto redescobriu a nossa guerra da carne

As voltas que a história e a política dão, fazem com que um livro lançado há exatamente dois meses por uma editora da cidade - a Gralha Azul -, adquiria, extrema atualidade. "História; Mulher", do jornalista Luiz Augusto Moraes, ao enfocar fatos verídicos ocorridos na provinciana Curitiba de 35 anos passados - e que estavam totalmente esquecidos da história oficial - mostra que os problemas sociais e econômicos continuam os mesmos. E a leitura das 90 páginas deste romance - criado a partir de um pano de fundo real - chegam até a emocionar pela atualidade de alguns fatos. xxx

O livro que abre uma nova editora

Dos 3 mil exemplares nesta primeira edição de "História, Mulher", aproximadamente 2.000 já foram vendidos. Afora um modesto lançamento ocorrido na loja Funarte, a 27 de abril último, o autor, Luiz Augusto Moraes, tem preferido dar mais atenção a cidades do interior, onde tem feito palestras e debates, do que centrar sua atenção em Curitiba cidade em que se passa sua história.

Filmes de censura livre para as férias de julho

Aproximam-se as férias de julho e começam os lançamentos específicos para a garotada. Assim saem de cartaz os filmes violentos e proibidos e entram os de censura livre, já que é necessário oferecer às crianças opções. Nesta semana temos a estréia de "Os Trapalhões no Auto da Compadecida" (São João/ Lido I), "Uma Tremenda Confusão" (Astor), "Pânico em Kilimanjaro" (Plaza) e a segunda parte de "A Hora do Pesadelo/ A Vingança de Freddy" (Palace Itália) e a reprise de "Branca de Neve e os Sete Anões", comemorando os 50 anos da realização deste pioneiro desenho em longa-metragem.

Jornada

Ficam abertas até o dia 31 de julho as inscrições para a XVI Jornada de Cinema da Bahia, que será realizada entre 8 e 14 de setembro próximo. A novidade desta edição da Jornada é o crescimento da participação latino-americana na competição. Esta participação, que ocorre há 3 anos, atinge este ano seu melhor momento. O coordenador da Jornada de Cinema da Bahia, Guido Araújo, acaba de retornar de Cuba e da Argentina, onde confirmou a presença de cineastas dos dois países.

Está na hora de salvar a nossa Biblioteca Pública

Em 1953, quando a Biblioteca Pública do Paraná foi inaugurada a 19 de dezembro, dentro das comemorações do centenário de emancipação política do Estado, a população de Curitiba era de pouco mais de 230 mil habitantes. Hoje, com uma população de 1.400.000 a Biblioteca continua idêntica aquela que foi inaugurada há 34 anos passados.

Goteiras nos museus, teatro sem elevador. Pobre Paraná!

Preocupado em realizar uma "administração iluminada, em renascimento cultural no Paraná" - como tem, exaustivamente, repetido em dezenas de discursos desde que foi escolhido pelo governador Álvaro Dias para a pasta da Cultura, o advogado Renê Dotti tem uma responsabilidade maior em suas mãos: apesar da época de crise, do orçamento em vermelho, sensibilizar o governo para que a Biblioteca Pública do Paraná ganhe os dois andares que, projetados há 34 anos, estão à espera de uma administração realmente preocupada com a nossa vida cultural. xxx

Astaire, a dança, o canto, o mito

Para muitos jornalistas que, nestes últimos anos, tentaram entrevistá-lo, ele não era, absolutamente, o rei da simpatia. Mas o mau humor da velhice era desculpado quando se revia suas performances inesquecíveis em tantos musicais que ajudou a tornar clássicos. Fred Astaire - na verdade Frederick Austerlitz, falecido na última segunda-feira, em Los Angeles, aos 86 anos, está naquela categoria dos ídolos que tão bem caracterizam a Hollywood mítica, a Usina dos Sonhos - e que teve nos musicais a sua melhor imagem.

Astaire e Irving Berlin, dois monumentos americanos

As músicas dos filmes de Astaire, ao longo de quase meio século de cinema - de "A Alegre Divorciada" ("The Gay Divorcee", 1934) - que reuniu pela primeira vez Astaire e Ginger Rogers - a "A Caminho do Arco-Íris", no qual Coppola reverenciou-o com a inclusão de clássicos da canção americana - formam uma antologia do que de melhor foi produzido para o show bussines americano. Astaire não só dançou, mas também cantou as músicas dos grandes autores em filmes inesquecíveis.

A gauchização do Paraná (vamos nesta, tchê!)

O Paraná começa a se gauchizar. O verbo não existe mas pode ser conjugado a partir de algumas constatações que confirmam uma crescente escalada do tradicionalismo gauchesco subindo do Rio Grande do Sul para o nosso Estado. Evidentemente, que pela própria colonização das regiões Oeste e Sudoeste por migrações gaúchas nos anos 50 e, especialmente, 60, o tradicionalismo sempre encontrou terra fértil no Paraná. Entretanto, aquilo que era visto com um certo preconceito das populações urbanas, no Sul do Paraná, começa a ser, justificadamente, encarada como uma válida manifestação cultural.

Rui Biriba, um cantor com o som do chimarrão

Há mais de uma semana que Rui Biriva (Rui da Silva Leonhart, Horizontina, RS, 28/10/1958), encontra-se no Paraná, divulgando seu primeiro elepê ("Cantar", Continental, maio/87).

Uma orquestra faz sucesso (a de Blumenau, é claro!)

Enquanto a Orquestra Sinfônica do Paraná ainda capenga em termos promocionais - mais de um ano após ter sido fundada - a Orquestra de Câmera de Blumenau, criada há apenas cinco, está gravando seu sétimo álbum (um disco-duplo), tem a agenda preenchida para todo o ano de 1987 - com apresentações em praticamente todo o Brasil - e prepara-se para vôos maiores, com tournées no Chile e República Federal da Alemanha. Sem contar que ainda este ano, estará se apresentando em Montevidéu.

No campo de batalha

Enquanto a idéia de criar uma Fundação Newton Carneiro toma corpo - e nesta coluna, há quase 3 meses, fomos os primeiros a falar a respeito - a Biblioteca Pública decidiu homenagear o intelectual, homem público e colecionador, um dos idealizadores da construção da BPP, há 35 anos. xxx Amanhã, às 15 horas, será inaugurada a exposição "Newton Carneiro: um exemplo de cultura", reunindo livros, fotos, desenhos e mesmo peças ligadas a vida do professor Carneiro, uma das grandes personalidades do Paraná. xxx

Nico Rezende em seu primeiro disco-solo

Ao lado de lançamentos maciços do pop internacional, a WEA tem também trazido surpresas em termos de instrumentistas brasileiros. Ainda agora apresenta um álbum duplo com o virtuose violonista André Girassai, do trio D'Alma, acompanhante habitual de Egberto Gismonti em suas andanças - e que produziu, inclusive, seu primeiro lp-solo, pela Carmo (hoje desativada, infelizmente). Mas enquanto o disco de Girassai não chega, é um prazer ouvir Nico Rezende, 26 anos, paulista, que faz um disco moderno e comunicativo, colocando várias influências.

Ivan Lins internacional e cada vez mais seguro

Há muito que Ivan Lins já provou que é um compositor e intérprete de grande vigor. Aos 40 anos, revigorado em termos pessoais, com as portas internacionais abrindo-se cada vez mais às suas músicas (o grupo vocal Manhattan Transfer acaba de incluir três de suas canções no elepê recém-concluído), respeitado e valorizado por nomes importantíssimos da música instrumental contemporânea, Ivan Lins não tem do que se queixar.

Uma noite na ópera com Jean e Plácido Domingo

A temporada de Plácido Domingo, hoje o tenor mais conhecido no mundo, em setembro próximo, no Municipal do Rio de Janeiro, deverá atrair não só o público que aprecia ópera, mas também uma faixa de pessoas que cada vez mais se aproxima deste ídolo do bel-canto. Como fizeram outros cantores líricos no passado e no presente, Plácido Domingo tem procurado gravar também temas populares, pois acredita, democraticamente, que não seria justo restringir sua voz única apenas ao repertório lírico.

Kuarup, uma receita de trazer a melhor música

O ex-jornalista Mário Aratanha é o exemplo do produtor-revelação nestes últimos anos. Foi durante anos um dos mais respeitados profissionais da imprensa brasileira, com longa atuação no "Jornal do Brasil", em especial. Assumindo a divulgação do Ballet Stadium - um dos grupos de dança mais importantes do país, integrou-se tanto ao seu trabalho que evoluiu para o gerenciamento de projetos artísticos, tornando-se mais do que um simples empresário artístico, um verdadeiro manager.

Geléia Geral

No rock, ao contrário da natureza, muito se perde e pouco se transforma. No descartável mercado de consumo de ídolos de hoje que são esquecidos amanhã, há que ser muito habilidoso para sobreviver. Por exemplo, Cazuza, cantor, compositor - filho de um dos tycoons da insdústria fonográfica, João Araújo (Sigla/Som Livre/RGE) começou com o grupo Barão Vermelho, mas logo partiu para sua carreira solo. Como o papai Araújo "limpou" a Sigla de contratados - mantendo a etiqueta apenas na linha de discos-marketing (com trilhas sonoras de telenovelas ou temas do momento), Cazuza também dançou.

Viaro leva ballet até Foz do Iguaçu

Tinha razão o advogado René Dotti ao ser convidado para a Secretaria da Cultura pelo governador Álvaro Dias em insistir em alguns nomes para cargos em sua pasta. E, se a nomeação de Constantino Viaro para a superintendência da Fundação Teatro Guaíra encontrou algumas objeções junto e camarilha que ocupava aquele órgão, insistindo numa discutível lista tríplice, o fato é que Viaro, nestes 80 primeiros dias de administração vem se mostrando, mais uma vez, o eficiente executivo cultural.

A tesão de Roberto

Houve época em que certas palavras eram totalmente proibidas não só na imprensa, mas também em conversas junto a círculos mais "educados". Pouco a pouco, o comportamento modificou e aquilo que era considerado palavrão se integra ao vocabulário do dia-a-dia, sem que ninguém mais se choque.

É a hora de localizar os aparelhos mal utilizados

A Biblioteca Pública do Paraná terá em breve uma cabine de 35mm, possibilitando que no auditório Paulo Garfunkel sejam exibidos curtas, médias e longas-metragens, dentro de um programa cultural - o qual, se espera, seja bem conduzido. A cabine de projeção, em fase de reparação pelo técnico Zito Alves, encontrava-se abandonada no Palácio Iguaçu. Ali havia sido instalada, há 20 anos, no primeiro governo Ney Braga e, nos últimos anos, pouco foi utilizada.
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