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Aramis

Artigos por data (1987 - Outubro)

As delícias de viajar de graça

Com o dólar beirando os Cz$ 70,00 e as passagens internacionais ultrapassando a casa dos US$ 1.200,00 (no mínimo), quem não sonha em bater asas e dar uma circulada no Exterior com alguma mordomia?

O nosso cinema nesta I Mostra

Apesar da característica de ser uma Mostra Latino-Americana, o evento que movimenta Curitiba desde domingo, buscou prestigiar o verdadeiro cinema paranaense. Nada menos que 11 dos curtas e médias metragens que estão sendo projetados (16 horas, auditório Paul Garfunkel; 18,30 horas, cine Lido I) são realizações de cineastas de nosso Estado.

No campo de batalha

A sra. Esther Essenfelder Cunha Mello é uma senhora generosa. Tão generosa que, como presidente dos Pianos Essenfelder, atendeu o pedido do secretário Rene Dotti e doou um piano modelo B, residencial, para a Sala Bento Mossurunga. Só em dezembro o piano será entregue, já que a quase centenária indústria tem sua produção comprometida por meses. xxx

"Tigipió", quando o conto chega a tela

A adaptação de obras literárias para o cinema foi um dos pontos em debate ontem, pela manhã, na mesa redonda sobre "Literatura e Roteiro no Cinema Brasileiro". Um dos expositores foi, justamente, o cineasta Pedro Jorge de Castro, 42 anos, professor da Universidade Federal de Brasília e que estreou no longa-metragem com "Tigipió - Uma Questão de Amor e Honra", baseado num conto que seu conterrâneo, o cearense Herman Lima (1897-1981) publicou em 1934.

Remo Usai, o homem das muitas trilhas

Sérgio Sarraceni, autor de trilhas sonoras de filmes como "Anchieta José do Brasil" (realização de seu tio, Paulo César) e "Baixo Gávea" (de Haroldo Marinho Barbosa) ficou feliz ao saber que um de seus colegas da mesa-redonda sobre "A Música no Cinema Brasileiro" (auditório Brasílio Itiberê, hoje, a partir das 10 horas) seria o compositor Remo Usai. Afinal, para quem se interessa pela música no cinema o nome de Remo Usai merece o maior respeito.

No campo de batalha

Em pé, o público aplaudiu Wilson Grey, ator em 219 filmes, 41 anos de carreira, após receber a homenagem na I Mostra do Cinema Latino-Americano, domingo a noite, no Lido I. Também em pé, entusiasmado o público reconheceu os méritos de "Leila Diniz", de Luís Carlos Lacerda, O Bigode, filme inédito (só hoje a noite, terá sua primeira exibição pública no Rio de Janeiro) que concorrerá, na segunda quinzena deste mês nos festivais de Brasília e Natal.

Tigipió: um Nordeste sem emoção

O nordeste, tão cantado em versos e prosas e conhecido dos filmes de Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos, mais uma vez aparece nas telas do cinema. Tigipió, o filme que passa hoje às 20 horas no Lido I, dentro da programação da I Mostra de Cinema Latino Americano do Paraná, para alguns serve como um grito político, que mais uma vez denuncia a situação daquele povo. Para outros, é uma história envolvendo a caipirinha da região com o fino engenheiro da cidade grande.

Leila, a mulher, o mito e o filme

Só pela falta de alguém que fizesse as apresentações, foi que uma cena no mínimo pitoresca deixou de acontecer nos corredores da TV Iguaçu, na manhã de sábado, 3. Para gravar uma entrevista, ali estavam o diretor Luís Carlos Lacerda (Bigode), a atriz Louise Cardoso e Lígia Diniz - irmã caçula de Leila Diniz, biografada no filme que inaugurou no domingo, 4, a I Mostra do Cinema Latino-Americano no Paraná.

No campo de batalha

Um público crescente nas sessões dos filmes latino-americanos, mesmo nos que chegam em versão original. É que a coordenadora-geral do evento, Leo Stichem, vem mobilizando as entidades que agrupam estudantes etnias de fala espanhola para essa raríssima oportunidade de conhecerem inéditos como "Tiempo de Morir", do colombiano Jorge Ali Triana, premiado com a Gaivota de Ouro no II FestRio - mas que não teve lançamento comercial no Brasil - programado para hoje a noite (20 horas, cine Lido). xxx

Nenhuma estréia mas voltam muitos filmes de qualidade

Início de ano, programação cinematográfica tranqüila. Permanecem em cartaz os lançamentos de maior apelo popular feitos no Natal e voltam muitas reprises. Partindo do raciocínio de que todos estão em férias, os exibidores não se arriscam com grandes novidades, preferindo programas de censura livre. Só que desenhos e filmes ingênuos não funcionam nos horários da noite e assim temos programações duplas.

Ciência e Tecnologia também tem sua mostra

Dentre os múltiplos eventos que marcam a I Mostra do Cinema Latino-Americano do Paraná, um dos mais importantes encerra-se hoje, atingindo um público dirigido: a apresentação de trinta filmes, transpostos em vídeo, sobre Ciência e Tecnologia (em sessões no CEFET e Universidade Federal do Paraná, com bom público).

Adeus, Olinda

Nossa gorda, querida e feliniana Olinda Wischral foi iluminar ainda mais as estrelas. A imagem é comum, talvez, mas quem conheceu Olinda sabe que ela sempre foi iluminada. Uma mulher de alto astral, assumidamente e bem humorada em seu físico robusto, que lhe dava uma característica toda sua - e que a fazia uma presença vigorosa nas peças em que atuava. Olinda morreu sem ver publicado seu livro de poesias - que vinha prometendo há muito tempo e sem poder estrear a peça "Foi bom, bem"; que nesta sexta-feira, iniciaria carreira no Teatro 13 de maio.

Um vídeo proibido

Como vários convidados da Mostra do Cinema Latino-Americano do Paraná trouxeram vídeos inéditos, algumas sessões extras aconteceram na sala de TV do Hotel Del Rey - com extensão para o auditório da Biblioteca Pública do Paraná. Por exemplo, na tarde de hoje (14h30min), no auditório Paul Garfunkel, será exibido um vídeo de 59 minutos, "Lugar de Toda Pobreza", realizado por Amylton de Almeida, crítico de cinema de "A Gazeta", de Vitória.

No campo de batalha

O Sérgio Ricardo, compositor e cineasta, fez questão de visitar na tarde de quarta-feira a cantora Stelinha Egg. Amigo de Lindolfo Gaya, que foi o arranjador da trilha sonora de "Este Mundo é Meu", o diretor de "A Noite do Espantalho" foi abraçar a cantora Stelinha, que sofre a morte do marido. Os participantes da mesa-redonda sobre a música no cinema brasileiro saíram da teoria para a prática: um vigoroso documento levantando, oficialmente, pela primeira vez, os problemas dos autores da música para o cinema, foi redigido horas depois da reunião - já com distribuição nacional.

A canção que faltou na homenagem a "Che"

Durante dois dias, Sérgio Ricardo fez todo o esforço para lembrar a letra de "Homenagem a Che", que compôs há 20 anos, quando do assassinato de Ernesto Guevara, por forças repressoras na Bolívia. Infelizmente, não conseguiu recuperar o belo poema que, há duas décadas, se constituiu num hino de protesto e emoção, quando o mundo via, chocado, as imagens do idealista guerrilheiro argentino, fuzilado na selva sul-americana.

No campo de batalha

Revelação de Betse de Paula, realizadora do bem humorado curta "SOS Brunet", que teve entusiásticos aplausos do público pela forma com que conta as desventuras de dois jornalistas, presos no elevador do prédio em que mora a modelo Luiza Brunet, quando iam entrevistá-la: apesar dos requintes de produção o filme custou baratíssimo. "Só tive que pagar os negativos e o laboratório, com a grana na venda do carro do meu irmão" diz a jovem realizadora, que agora parte para o segundo curta, "Outra Vera", com Fernanda Torres.

O vídeo & a Imprensa

Durante a tarde de sexta-feira, no auditório Brasílio Itiberê da Secretaria da Cultura, meia centena de jornalistas, entre os quais alguns dos mais representativos críticos e editores da área, em termos nacionais, analisaram o espaço que o cinema e o vídeo vem conquistando na imprensa. O boom do vídeo provocou a volta do interesse público pela sétima arte, que durante anos não tinha, no Brasil, uma única publicação regular.

Criança é o alvo no tiroteio do consumo

O alvo é a criança. Não pode existir melhor consumidor - que mesmo sem renda própria influi poderosamente nas compras. Não há especialista em marketing que negue esta realidade. Exemplos não faltam. Xuxa, uma simples modelo, conseguiu se tornar a "cantora" (sic) de maior vendagem (quase 3 milhões de exemplares do segundo lp, Sigla/Som Livre) da história da fonografia brasileira - apenas um dos segmentos que vem explorando graças ao carisma que passa aos "baixinhos".

Os frutos da mostra para o nosso cinema

As questões são amplas, polêmicas e, obviamente, jamais se esgotariam num debate de 3 ou 4 horas. Também seria ingenuidade pretender que de uma exposição verbal possa resultar as soluções para tantos problemas levantados. Mas numa sociedade democrática, na qual a arte e a cultura devem ser analisadas também, objetivamente, na relação industrial e de consumo, questões relacionadas como a literatura, o roteiro, a música e a imprensa no cinema brasileiro cabem perfeitamente dentro de um evento cultural abrangente.

No campo de batalha

Uma feliz frase do roteirista e diretor Jorge Duran, que logo na abertura da mesa-redonda sobre literatura e roteiro no cinema brasileiro provocou reflexões "o roteirista é quem reorganiza o material num universo novo". Logo depois, Valêncio Xavier, provaria através de uma análise de "O Anjo Azul", que "um mau roteiro pode resultar num clássico". Valêncio, com sua forma espontânea de abordar um assunto, mostrou as incoerências do roteiro deste filme alemão, dos anos 30, que se tornou, entretanto, um dos mais famosos do mundo - e o marco da carreira de Marlene Dietrich, ("Lola Lola").
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