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Aramis

Artigos por data (1988 - Junho)

A excursão de Norton

Norton Morozowicz embarcou para os Estados Unidos, onde fará concertos e dará aulas de flauta, inclusive no festival de Tagglewood, um dos mais importantes do mundo. Em Nova York não há nenhum recital marcado mas, em compensação, Norton deverá ter um encontro muito especial : vai visitar Antonio Carlos Jobim e lhe mostrar a primeira cópia da fita com as gravações que a Orquestra de Câmara de Blumenau fez com sete de suas modinhas.

Mesmo ausente, Sérgio Bianchi provoca polêmicas em Gramado

Gramado - Mesmo tendo seu "Romance" cortado pela comissão de seleção dos longas que disputam o XVI Festival de Gramado, o paranaense Sérgio Bianchi - que se encontra em Munique, onde seu filme representará o Brasil - acabou sendo motivo de polêmicas.

Política e repressão

Desde 1981, quando houve o escândalo de "Pra Frente, Brasil", de Roberto Farias (melhor filme e montagem) - que sacudiu a "abertura", provocou a demissão do diplomata Celso Amorim da presidência da Embrafilme e acabou sendo proibido por quase um ano, a política não era uma tônica tão forte nos filmes em competição, nas diferentes bitolas, neste festival.

O sax como nos tempos dourados

A temporada jazzística continua em alta. Como se não bastassem as básicas coleções da Atlantic (nove volumes de jazz; sete álbuns duplos de Rhythm & Blues) e os periódicos lançamentos da CBS - em termos históricos - temos mais quatro magníficos álbuns para quem aprecia o saxofone, sem dúvida um dos instrumentos mais ricos em suas potencialidades de harmonia e improviso.

Geléia Geral

É tão grande a disputa do mercado pop que os grupos nacionais estão sempre buscando a originalidade. Assim o IRA! - que ganhou um entusiástico elogio de Zuza Homem de Mello ("Existem uma raras ilhas nesse pobre deserto musical desenvolvido pelos ingênuos grupos de rock brasileiros. O IRA!

Agora é esperar que os filmes de Gramado cheguem aos cinemas

Gramado - Neste domingo, quando mais de 500 convidados deixam a cidade, levando as alegrias, emoções e lembranças aqui vividas durante 7 dias, no mais bem organizado e importante festival do cinema brasileiro, pode-se fazer uma reflexão: quantos dos filmes que aqui foram apresentados chegarão ao circuito (cada vez mais reduzido) comercial para atingir um público que vem trocando o hábito de ir ao cinema pelo conforto do videocassete ou simplesmente preferindo a televisão, que, se louve, tem preocupado, em suas redes nacionais, apresentar cada vez filmes mais atraentes - inclusive voltando-se p

No campo de batalha

Duas atrizes-ninfetas provocaram "frissons" em Gramado: Mariana de Moraes, que aqui esteve há 2 anos como revelação de "Fulaninha", de David Neves, e agora Cláudia, a neta da vovó Laura (Henriqueta Brieba) no belo curta "Histórias do cotidiano", de Regina Abreu e Noilton Nunes. A outra é Flávia Monteiro, de "A menina do lado". xxx

Curtição dos filmes "B" ganhou o festival de cinema de Gramado

Entre os jovens ("Feliz Ano Velho" e "Dedé Mamata") ou a homenagem (pessoal) a uma mulher ("Eternamente Pagu"), acabou dando a curtição cinematográfica: exatamente às 23h50 de sábado, quando do Cinema de Gramado, anunciou "A Dama do Cine Shangai" como o melhor filme, não deixou de haver uma surpresa entre grande parte das mais de 1.200 pessoas que lotavam o ampliado Cine Embaixador.

Os premiados em longa

FILME: A DAMA DO CINE SHANGAI; DIREÇÃO: GUILHERME DE ALMEIDA PRADO; ROTEIRO: FELIZ ANO VELHO (Roberto Gervitz); menção especial do júri para argumento: DEDÉ MAMATA (Vinícius Vianna); FILME-LONGAMETRAGEM - JURI POPULAR - FELIZ ANO VELHO; ATOR REGINALDO FARIA (A MENINA DO LADO); ATRIZ - CARLA CAMURATI (ETERNAMENTE PAGU); menção honrosa - Flávia Monteiro (MENINA DO LADO); trilha sonora original: Hermelino Nader (A DAMA DO CINE SHANGAI); trilha sonora adaptada - Turibio Santos e Roberto Gatalli ("ETERNAMENTE PAGU"); menção honrosa - trilha sonora original - HENRIQUE XAVIER (FELIZ ANO VELHO); SO

Um Kikito para Severo

Como a transmissão pela televisão (Canal 2) em Curitiba foi prejudicada pelos intervalos comerciais que contaram os detalhes da cerimônia de entrega das premiações em Gramado, os muitos amigos e familiares de Fernando Severo, não viram o seu momento de glória: quando Antonio Pitanga abriu os envelopes dos realizadores dos melhores curtas, Severo subiu, naturalmente emocionado, ao palco: recebeu o Kikito de melhor roteiro por "O mundo perdido de Kozak" - que na pronúncia de Pitanga parecia "Kojak" e provocou risos - o que levou Severo corrigir o nome e informar que se tratava de um pioneiro

O frio cobriu as estrelas mas imagens brilharam

Iniciado como uma modesta Semana do Cinema Brasileiro o hoje consagrado Festival do Cinema Brasileiro de Gramado tem sua história. E principalmente histórias às margens - como todo bom festival que se preza. Nos primeiros anos era realizado entre janeiro/fevereiro, mas como coincidia com a chamada alta estação turística na paradisíaca cidade na Serra gaúcha, foi sendo deslocado para abril ou maio - procurando colocar-se entre a festa do Oscar e o Festival de Cannes.

Premiação a Severo faz revalorização de Kozák

Tímido por natureza, Fernando Severo, 30 anos, está vencendo duas inibições: de falar em público e modesto que é, contar mais sobre o seu trabalho, reconhecido por um imparcial júri no recém-encerrado XVI Festival do Cinema Brasileiro de Gramado: o seu curta "O mundo perdido de Kózak" ganhou o Kikito de melhor roteiro - e, na opinião de muitos poderia merecer também uma segunda premiação: melhor montagem.

Freire-Maia, nosso candidato ao Nobel

Muito mais do que a data redonda em si, os 70 anos de Newton Freire Maia, lembrados ontem, com uma ampla programação organizada por seus muitos amigos, representou um pouco do reconhecimento desta cidade a uma de suas melhores "cabeças" - que pode ser visto como um exemplo em qualquer prisma do caleidoscópio de sua vida: professor, cientista, pai, intelectual, homem de fé e, sobretudo, amigo daqueles que tão bem preenchem a receita do poeta Fernando Brant ("amigo é coisa/para se guardar/ debaidebaixo de 7 chaves/do lado esquerdo do peito").

Muito lixo em vídeo

Não é sem razão que os donos de locadoras têm que recorrer cada vez mais aos chamados "consultores de vídeo" para fazer suas compras mensais. A multiplicação de distribuidoras que colocam centenas de títulos no mercado e os preços cada vez mais elevados por unidade - hoje entre Cz$ 9 a Cz$ 16 mil - faz com que haja cuidado para não adquirir títulos que não têm o menor atrativo para o público que representam, sequer, trabalhos significativos de arte.

Cinema para ler

O título desta secção acabou virando uma espécie de projeto da direção da Fundação Brasileira de Cinema, que, em Gramado, montou um stande com as publicações da Embrafilme. Apesar do "Caderno de Crítica" estar com dois números atrasados - um contendo análises dos filmes do último FestRio e outro com abordagens de novas produções regionais (e no qual serão localizados os curtas rodados no Paraná nos últimos meses), o catálogo já é expressivo - e oferece bom material de informação. xxx

Gramado sem vídeo

Pouco a pouco, a partir de 1984, o vídeo começou a dar sinais de sua presença em Gramado, no mais importante Festival do Cinema Brasileiro. Afinal, com o boom desta nova forma de indústria cultural, é claro que os festivais de cinema não poderiam ser ignorados pelos primeiros a se lançarem num mercado ainda sem regras definidas - mas com imensas potencialidades comerciais (e verniz cultural).

Trapalhões & Xuxa contra o baixo astral das rendas

A explicação simplista seria de que o frio desanimaria reuniões formais.

No campo de batalha

Há 30 anos , Eloy Fay Natal Bonin, funcionário do Tribunal de Contas, em Curitiba, mas residindo em São José dos Pinhais, encorajou-se a fundar um jornal semanário na então prosáica cidade-dormitório. "A Tribuna de São José" resistiu as intempéries, sobrevivendo a perseguições políticas e hoje, aproximando-se dos 60 anos, Eloy tem o reconhecimento de muitos amigos para planos maiores na política - como a prefeitura daquele município.

Filmes para melhorar rendas

Ufa! Os exibidores, parecem respirar aliviados: chegou julho trazendo os filmes para férias, promessas de gordíssimas bilheterias após uma temporada de salas vazias - não só por poucos programas atraentes em termos de qualidade, como, principalmente pelo clima polar que desanima mesmo os mais apaixonados cinéfilos a enfrentarem sessões geladas.

Mais um cult-movie é "queimado" no Bristol

Fany Lerner, mulher inteligente e elegante, que ao lado de seu marido, o arquiteto e ex-prefeito Jaime Lerner, não deixa que compromissos sociais (e políticos) a façam perder os melhores filmes, preferindo a tela ampla do que o vídeo, queixa-se da falta de opções inteligentes nas férias quando a programação é reduzida ao QI imposto ao público infantil. Fany tem toda razão de reclamar. E tem razão quem lamenta em Curitiba, cult-movies que no eixo Rio-São Paulo se mantém meses em cartaz, sejam destroçados em péssimos lançamentos.
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