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Aramis

Artigos por data (1990)

Ettore, cineasta da melhor escola

Hoje pode-se incluir Ettore Scolla, 59 anos, como um dos cinco mais sensíveis cineastas do mundo. Excelente roteirista de comédias sociais dos anos 50/60 - a partir de "Canzioni Di Mezzo Secolo", 1952, de Domenico Paolela - estrearia como diretor em 1964, em "Fala-se de Mulheres" (Se Permettete Parliamo di Donne), com Vittorio Gassman.

Belas, fortes e afinadas vozes de cantoras negras

Nos últimos meses de 1989 chegaram ao Brasil, praticamente simultaneamente ao lançamento nos Estados Unidos, discos de cantoras da maior vitalidade, com públicos ascendentes: Tracy Chapman ("Crossroads",WEA); "Rhythm Nation" (Janet Jackson, A&M/Polygram); "Bulletproof Heart" (Grace Jones, Capitol/EMI-Odeon); "The Sensual World of Kate Bush" (EMI-Odeon) - além de um revival ("Golden Hits", Imagem) de Dionne Warwick.

Jarre, o megastar

Um disco de Jarre (Jean-Michel, Lyon, França, 24/8/1948) é sempre um acontecimento. "Jarre Live", que a Polygram colocou nas lojas há poucas semanas, é uma amostragem daquilo que em vídeos e Cds o mundo todo está curtindo com o maior vigor - já que, ao vivo, só as grandes metrópoles podem bancar os megaconcertos que a criatividade de Jarre tem idealizado. O primeiro deles ocupou a Place de la Concorde, Paris, há 11 anos. O segundo foi em Houston, Texas, em 1986, comemorando o 150o aniversário da cidade. O mais recente aconteceu às margens do Rio Tâmisa, nas docas de Londres.

O "songo" cubano

Mais um título na coleção "Cuba" que em boa hora a WEA criou para divulgar a música daquele país entre nós "Los Van Van" - nome que é sinônimo de escola de músicos. Na verdade, uma orquestra liderada há 22 anos pelo baixista Juan Formell, tem prestígio internacional, fez a bela trilha do filme "Los Pássaros Tirnadola a 1a Escopeta" (que representou Cuba no FestRio-87, mas que permanece inédito entre nós) e se caracteriza por fazer uma música extremamente dançante. Ouvindo-se Los Van Van, neste primeiro Lp que chega ao Brasil, sente-se, como escreveu Roberto M.

Rogers na Wea

Considerado o mais popular cantor country nos Estados Unidos, Kenny Rogers ainda não tem o público que merece no Brasil. Prêmios não lhe faltam e com 22 anos de carreira, dezenas de ábuns na CBS, participação em filmes e nome que lota auditórios dos EUA, Kenny é agora contratado da WEA e lança seu "Something Inside So Strong", tão importante que o próprio presidente da WEA, Jim Ed Norman, fez questão de produzí-lo. A linha é a mesma que o consagrou: "Planet Texas", extraído como compacto, estorou nos EUA e o vídeo promocional (dirigido por Julien Temple) virou curtição.

Rock inglês

Abrindo cada vez mais seu catálogo para conjuntos e intérpretes pop da Inglaterra, o Estúdio Eldorado traz agora o grupo Savoy Brown: além de algumas de suas primeiras gravações estarem na coletânea "Blues Anytime", sai tembém o Lp "Make Me Sweat" (1988). Formado há 24 anos, quando do renascimento do blues na Inglaterra, foi aos poucos incorporando elementos do boogie-rock, com formação sempre mudando (três de seus integrantes formaram o grupo Foghat, no mesmo estilo, em 1971).

A Ilha do Mel nas imagens coloridas de Helmuth Wagner

No prelo em fins de 1989 - ano referência nas fichas catalográficas - os primeiros dois livros paranaenses a terem lançamento neste início de 1990 serão "Ruas e Histórias de Curitiba" de Valério Hoerner Jr. (dia 8, livraria Ypê Amarelo) e "Ilha do Mel", álbum de fotografias de Helmuth Wagner (em março, data ainda não marcada). A julgar por estes dois primeiros trabalhos, este início de década parece que será promissor para o campo editorial: o livro de Hoerner Jr.

Fotos e poesias para mostrar a bela ilha em todo o mundo

heróis, mares, nautas, marinheiros cochicham séculos e horizontes à deriva nas marés com algas do mar brasileiro o que e pedra e forte são rochas vivas (Wilson Bueno) A Ilha do Mel, em seu encanto natural, seu significado como parte da própria história paranaense, com suas praias e enseadas belíssimas, a fortaleza imponente e, sobretudo, um referencial básico do litoral paranaense, há muito que vem sendo cantada em prosa, verso e imagens por dezenas de seus mais sensíveis apaixonados.

"Splendor", a crônica da última sessão de cinema

Se o cinema é a indústria dos sonhos iluminados projetados na tela branca, "Splendor" é mais do que um filme: é o próprio sonho. Em torno deste filme não deveria haver críticas, ou releases: ou no máximo um poema tão profundo quanto aquele que Carlos Drummond de Andrade dedicou a Carlitos. "Splendor" é magia do início ao fim. Um filme para quem ama o cinema, sua simbologia, seu folclore.

Maysa, ouça e viva! (13 anos depois)

"Os olhos de Maysa são dois não Sei que dois não sei como digo Dois oceanos não pacíficos Maysa são dois olhos e uma boca" (Manuel Bandeira, 1886-1968) xxx

Com a falta de dinheiro, os nossos curtas estão parados

No ano passado o Paraná esteve totalmente ausente no circuito dos festivais de cinema. Se em 1988, Fernando Severo conseguiu com seu curta, 16 mm, algumas premiações em Gramado, Brasília e Salvador - principalmente porque "O Mundo Perdido de Kozák" focava, com bom gosto e cuidados de realização, um tema muito simpático (o resgate de um pioneiro da cinematografia, com preocupações ecológicas já nos anos 40/50), no ano passado nenhum realizador paranaense conseguiu ingressar sequer na parte seletiva dos festivais.

Schwanke no Parque Lage

Luiz Henrique Schwanke, catarinense de Joinvile, 39 anos, apesar de possuir o diploma de jornalista pela Universidade Federal do Paraná, optou pela carreira nas artes plásticas. E não tem razões para se queixar: desde 1985 vem colecionando premiações importantes e fazendo exposições bem sucedidas, a próxima das quais será a de esculturas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (Rua Jardim Botânico, 414, Rio de Janeiro), entre 1o e 23 de fevereiro. xxx

No campo de batalha

Triste constatação do fotógrafo Orlando Azevedo: a Praça Francisco Kawa, na confluência das ruas Augusto Stresser/Jaime Balão Jr. está abandonada: capinzal, falta de manutenção e até a placa de bronze do homenageado foi roubada. Como registramos no domingo, Francisco Kawa Sobrinho (23/9/1935 - 6/1/1985) morreu afogado numa praia da Ilha do Mel, que era o local onde sempre passava os finais-de-semana. Amava tanto aquele ponto do litoral paranaense que havia pedido para ali ser sepultado - desejo cumprido por sua família. xxx

O cinema bruxo de Buñuel em cartaz

Três filmes de Luiz Buñuel, diretor espanhol morto em 1983 e um dos mestres do cinema, configuram-se como a melhor opção enquanto o cinema artístico-cultural durante este primeiro mês de 1990, janeiro, em Curitiba. O primeiro destes três filmes programados para janeiro é: "O Anjo Exterminador", que Buñuel rodou no México em 1962, e já consagrado como um clássico de cinema. Está em exibição no Cine Ritz, devendo permanecer até amanhã com cinco sessões diárias. Dia 25 é a vez de "A Ilusão Viaja de Bonde", de 1953, que entrará em cartaz normal no Cine Groff, também com cinco sessões diárias.

Os dicionários de Tupi, linguagem e da Bíblia

A Universidade Estadual de Londrina começa a entrar, para valer, na área editorial. Depois que a bibliotecária Leilah Santiago de Oliveira conseguiu desinterrar a caveira-de-burro que existia na editora da Universidade Federal do Paraná - e fazer a Scientia et Labor emplacar quase meia centena de bons títulos, em diversos gêneros, os professores do Norte também decidiram ter sua casa publicadora.

No campo de batalha

O engenheiro Argus Thá Heyn, do Departamento de Estradas de Rodagem, vai pesquisar sobre sistemas de auxílio à gestão da manutenção rodoviária em Paris. De 5 a 21 de fevereiro, estará na Cidade Luz participando de um programa organizado por uma instituição rodoviária internacional. xxx Mais uma técnica da Secretaria do Planejamento buscando seu diploma de Mestrado em Campinas: Maria Elisabeth Lunardi foi dispensada de trabalhar por dois anos - 5 de março de 1990 até março de 1992, para freqüentar aulas do curso de Políticia Científica e Tecnológica da UNICAMP. xxx

Nick, caçador de nipos, debaixo da Chuva Negra

"Chuva Negra" (lançamento nacional hoje; em Curitiba, Cine Condor, 5 sessões) é daqueles filmes que oferecem um puzzle em sua apreciação. Apesar da história ser relativamente linear - e até acadêmica, na estrutura básica do roteiro de Craig Bolotin e Warren Lewis - este filme chega precedido de grande expectativa.

Uma boa trilha mas longe de Vangelis

Não espere milagres!

Um pacote de filmes brasileiros

Quando o vídeo começou a chegar ao Brasil, os realizadores (de produtores a roteiristas) souberam se organizar pela chamada reserva de mercado. Afinal, se queria evitar a repetição no caso do mercado de vídeo o mesmo que por mais de 50 anos aconteceu na tela ampla: o domínio das cinematografias estrangeiras em detrimento do produto brasileiro. A luta foi feroz, atenta e, de certa forma, vitoriosa: a disciplina do novo mercado audiovisual já nasceu com uma reserva obrigatória no lançamento de filmes brasileiros em proporção ao que as distribuidoras trazem do Exterior.

Afinal, um novo modismo ou ritmo muito dançante

Pinduca sempre foi mais o careca personagem das histórias-em-quadrinhos dos anos 40/50 (hoje praticamente esquecido) do que o nome artístico de um paraense que há quase 20 anos grava discos com um ritmo característico de seu Estado: a lambada. Fafá de Belém, oportunisticamente, no início da carreira, pensou em aproveitar o calor da lambada - que também teve incursões da maranhense Alcione e de outras cantoras. Mas, na verdade, nenhuma emplacou e Pinduca continua a ser conhecido apenas na região Norte.
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