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Aramis

Artigos por data (1991)

Crimes (do passado) & punições

"A idéia de "Linha Mortal" veio da minha busca de uma nova fronteira para as pessoas da minha geração. O Oeste foi conquistado, o espaço já foi demarcado, e estas pareciam ser as únicas fronteiras que se antepunham diante de nós" (Peter Filardi, roteirista de "Flatliner") xxx

Léo é agora executivo da Deutsch em Hamburgo

Quando Maurício Quadrio deixou a Polygram para assumir a divisão de projetos especiais da EMI/Odeon (de onde se transferiria para a CBS, na qual se encontra até hoje), a direção da multinacional holandesa decidiu investir num jovem que começava na fonografia: Leonardo Monteiro de Barros. Filho de um dos mais brilhantes jornalistas brasileiros - Arthur da Távora (hoje deputado federal e que já concorreu ao governo do Rio de Janeiro), excelente base cultural e, sobretudo, apaixonado pela boa música, Léo soube justificar o cargo que assumiu.

O concerto gravado do Duo Carrasqueira

Mesmo as maiores gravadoras na área dos clássicos - como a Polygram, CBS e EMI/Odeon - são relutantes na produção de alguns álbuns com música erudita com artistas brasileiros. Poucos são os nossos virtuoses que conseguem gravar regularmente - e só quando um artista consegue atingir a popularidade do pianista Arthur Moreira Lima as coisas tornam-se mais fáceis.

Mais e melhores filmes de jazz

Cada vez mais os fãs de jazz têm motivos de alegria. A dieta, que por mais de 30 anos obrigava os que curtem a mais criativa das formas musicais a viver um regime de pão e água em termos de informações, parece que, finalmente, encontrou a luz no final do túnel. Enquanto multiplicam-se as edições gravadas, tanto dos históricos registros em coleções que gravadoras com notáveis acervos (CBS, Imagem, Movieplay, Bradisc, WEA, EMI/Odeon, RCA) vêm colocando nas lojas - a partir de 1989/90, também em versões CD e fitas cromo, em termos visuais a coisa melhorou.

Fio Terra quer por no ar quem tenha talento

Passam-se os anos, sucedem-se os modismos, modificam-se regras do mercado, mas os festivais musicais continuam a ser promovidos - todos, idealisticamente, abertos a revelar "novos talentos". Infelizmente, há muitos anos que as centenas de eventos competitivos que se realizam em todos os Estados não trazem, realmente, compositores da força daqueles garotos que, há um quarto de século, deram uma sacudida em nossa MPB. Mas afinal não é em toda geração que se encontra gente da dimensão de um Chico, Caetano, Sérgio Ricardo, Johnny Alf e outros.

No campo de batalha

Hélio Leites faz escola: nas vernissages e concertos, circulando agora Kátia Horn, catarinense de Luzena, 35 anos, que também se transformou em museu ambulante, com a mostra "Dibujos Andantes". Na linha de ingênua ternura que caracteriza a filosofia artística de Hélio, Kátia faz trabalhos minimalistas, que, "expõe" sobre seus jeans - enquanto distribui adesivos e bottons alusivos aos eventos que prestigia. A originalidade de Hélio Leites - e agora esta sua discípula - justificariam que os editores da "Veja" no Paraná pautassem uma matéria a respeito para a "Vejinha". xxx

A música que chega da África

A música africana tem influenciado ritmos da Europa, Estados Unidos, e, naturalmente, do Brasil, há séculos. Com uma força impressionante, os sons que nascem no Continente Negro chegam a outros países há séculos, inicialmente trazidos pelos escravos - conservando suas tradições - hoje reavaliados por compositores brancos que buscam em raízes africanas uma renovação estilística. Do jazz a Paul Simon - que com seu "Graceland" provocou uma reapreciação da música africana, o campo é amplo para interpretações.

Um furioso som dançante no pacote dos roqueiros

O II Rock in Rio fez com que as gravadoras deitassem e rolassem em seus produtos de época. Dezenas de elepês - alguns em versões CD e também em fita chromo - desaguaram nas lojas e só nos estandes do Maracanã foram vendidos 17.800 LPs, CDs e fitas, enquanto a Livraria do Rock colocava 12.000 livros (os títulos mais vendidos foram biografias do New on the Block e do Gun'N Roses). A mercadologia do supérfluo funcionou.

Juarez, o anfitrião de Requião em Paris

O próspero marchand-de-tablaux e arquiteto Waldir Assis telefonou para o seu amigo Juarez Machado, em Paris, na semana passada e surpreendeu-se com uma voz diferente, atendendo ao telefone: - "Monsieur Juarez Machado não está. Quem fala é o mordomo".

Afinal, o Paraná vai ganhar seu dicionário histórico-biográfico

Graças à visão de um executivo da área financeira e o trabalho de um grupo de professores e intelectuais, o Paraná ganhará, ainda neste primeiro trimestre, a mais importante obra referencial: um Dicionário Histórico-Biográfico. Concluída há apenas uma semana a coordenação de quase 700 verbetes, os originais estão sendo preparados editorialmente para serem encaminhados à parte industrial - com possibilidades do volume (ainda não foi definido se o trabalho ocupará um ou dois tomos) possa circular, se possível, antes do final de março.

Cupido tira Ariel do palco paulista

Sábado passado, registramos o sucesso do ator curitibano Ariel Coelho na peça "Uma Noite com Valentim", em cartaz na sala Rubens Sverner do Teatro de Cultura Artística, em São Paulo. Pelo visto, o Coelho já está em outro quintal a julgar pela picante nota que a apimentada Joyce Pascowith publicou em sua coluna na "Folha de São Paulo", com o título de "Bombom".

No campo de batalha

O ex-músico e ex-publicitário João Chiminazzo Neto, curitibano, é agora o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria Eletro-eletrônica e diretor de relações externas e recursos humanos do grupo Lorenzetti, que concluiu há duas semanas a venda da Indebra - uma de suas empresas - para o conglomerado francês Merlin Gerin, que mantinha com o grupo brasileiro um contrato tecnológico na área de bens de capital.

A "20.20" chega com o "Mississipi em Chamas"

A distribuidora LK-Tel Vídeo - que já representa a RCA / Columbia Pictures - está ampliando sua ação com um novo selo: 20.20 Vision. Começa com um filme de impacto, que há dois anos teve várias indicações ao Oscar (e levou o prêmio de fotografia) - "Mississipi em Chamas", de Alan Parker. Peter Biziou, inglês, fotógrafo premiado com o Oscar por "Mississipi Burning", foi genro do pintor curitibano Fernando Velloso e da professora lapiana (hoje no Rio de Janeiro) Filomena Gebran.

Melhor esperar "Sonhos" para ver na tela ampla

Mais uma distribuidora no mercado: o grupo Jovem Pan - até agora em rádios AM & FM e, a partir de março, na TV UHF (canal 16, São Paulo) criou a Jovem Pan Home Vídeo.

E também se foi Paquito, último gerador de sonhos

Com a morte do estimado Paquito - Francisco Morilha, às 5h30 do último dia 30, quinta-feira, desapareceu a última testemunha da primeira fase dos cinemas de Curitiba.

No campo de batalha

Enganos de digitação e montagem do jornalismo diário já são vistos normalmente pelos leitores, mas falhas maiores modificam, muitas vezes, o sentido do texto. Portanto, algumas correções aos nossos comentários de domingo em relação ao (excelente) "Condenado por Suspeita" (Cine Ritz) na edição de domingo.

Dona Ester e suas plantas medicinais

Se o ritmo continuar, 1991 será um ano rico em termos editoriais. Sem contar o pacotaço de edições que o secretário René Dotti, da Cultura, decidiu colocar na praça antes do encerramento da administração Álvaro Dias (embora conste que sua permanência na pasta já ficou acertada), outras edições locais começam a aparecer. A Secretaria da Cultura programou quase três dezenas de novos títulos, de vários gêneros e formatos, o que dá uma média de mais de um lançamento por dia útil, até o fim deste governo.

O livro das bruxas e o otimismo do biscoiteiro

Retornando de viagem às principais cidades do Paraná, na reestruturação de vendas da Editora Record, cuja direção regional assumiu há apenas 90 dias, o experiente Carlos Alberto Tonassi Maia, está entusiasmado com o fato de que em apenas três semanas um livro, que pode ser considerado difícil, escrito em 1686, esteja sendo dos mais procurados entre os best-sellers do verão: "O Martelo das Feiticeiras" (tradução de Paulo Froés, edição Rosa dos Ventos, 528 páginas, Cr$ 5.990,00).

Melhores blues sem as lágrimas

Quem conhece Saul (Silva Bueno), 45, o mais jazzístico pistão da noite curitibana e que há cinco anos faz de seu Trumpet's (Rua Cruz Machado) o único endereço em que se pode escutar a qualquer hora da madrugada, improvisações com instrumentistas que amam o jazz (seja os de casa, ou profissionais e amadores que ali gostam de dar canja) não deixará de estabelecer algumas ligações ao assistir "Mais e Melhores Blues" (Lido II, até quinta-feira). Até fisicamente, o bom Saul lembra um pouco a Denze Washington, 35 anos, que no filme de Spike Lee interpreta o talentoso pistonista Bleek Gilliam.

Lee bate fundo com muito jazz

Aos 34 anos, Spike Lee é hoje a presença negra mais forte no cinema americano. Assumidamente da corrente "black is talent", vem provando na tela que o preto não precisa ser olhado com piedade e condescendência - podendo discutir seus próprios problemas - seja na investigação de relações amorosas ("She's Got a Have It", 86), a disputa pelo poder ("School Daze", 88) e o conflito étnico ("Faça a Coisa Certa", 89), sua revelação internacional em Cannes (os dois primeiros filmes são inéditos no Brasil).
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