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Aramis

Artigos por data (1992 - Janeiro)

Noel Rosa, atual e moderno revivido em seus songbooks

Transcorridos quase 50 anos da morte de Noel Rosa - ocorrida em 4 de maio de 1937 - e 81 de seu nascimento (Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1910), Poeta da Vila está mais vivo do que nunca. Difícil encontrar um brasileiro que não conheça alguma canção entre as 230 que Noel compôs em seus breves 26 anos, 4 meses e 4 dias em que viveu, amou e sobretudo compôs no Rio de Janeiro - com raras saídas da Vila Isabel, onde nasceu e viveu toda sua vida na casa de seus pais, Manoel Medeiros Rosa, gerente de uma camisaria e Maria de Azevedo, professora primária.

A editora luminosa para a nossa música

Ao trazer para o Brasil a idéia de reunir as composições mais conhecidas de compositores de diversas épocas, Almir Chediak, 42 anos, nome respeitadíssimo como violinista, arranjador e professor, acabou se tornando um editor merecedor de prêmios.

"Water", a comédia que o ex-beatle George musicou

O ex-beatle George Harrison apaixonou-se pelo cinema e se tornou um ativo produtor realizando uma série de filmes. Alguns fracassos, outros sucessos, Harrison foi quem se associou a Dennis O'Brien para financiar "Water", uma comédia que mostra como o chamado precioso líquido pode influir no poder em uma colônia britânica no Caribe.

Videolançamentos

Depois de uma pífia refilmagem de "A Ilha do Tesouro", recentemente lançada em Curitiba, Fraser C. Heston ataca com novo filme tendo como atração principal a paternal atuação de Charlton Heston - que depois de ter vivido os maiores personagens - Moisés, Michelangelo, Ben-Hur, entre outros - é agora o detetive Sherlock Holmes, numa livre adaptação que o próprio Fraser fez sobre o personagem criado por Arthur Conan Doyle.

Noite Vazia (I) - Requiem para Habeas Coppus, onde o jazz e a MPB calaram

Às 3h50 da madrugada de domingo, 26, quando o empresário Sérgio Bittencourt Martins, cerrou as portas do Habeas Coppus (Rua Dr. Murici, 947) os últimos funcionários abraçaram-se emotivamente e seguiram tristonhos para suas casas. Era a última vez que deixavam o local, fechado por decisão de seu proprietário, após três anos e dois meses em que foi um dos endereços musicais de lazer noturno curitibano.

Serginho, o que tentou ser um mecenas musical

Engenheiro civil da turma de 1980, Sérgio Bittencourt Martins, curitibano do dia 26 de agosto de 1950, sempre foi um apaixonado pela música, a poesia de Fernando Pessoa e a madrugada. Paralelamente as atividades empresariais na construtora Monte Castelo, dividia-se entre a poesia e a noite. Assim, a decisão de fazer um estabelecimento de categoria, no estímulo dos chamados "swingles bar" que conheceu em viagens ao exterior, "foi mais do que uma iniciativa comercial um investimento cultural".

Noite Vazia (II) - Músicos, órfãos da madrugada, cada vez com menos artistas

O fechamento dos bares-restaurantes Cristal e Habeas Coppus, dois dos raros endereços que, com palco, bom equipamento de som e uma grande simpatia de seus proprietários pela valorização dos melhores instrumentistas, reduz ainda mais o já estreitíssimo mercado de trabalho dos músicos no Paraná. Cadastrados na seção regional da Ordem dos Músicos do Brasil, 30 mil associados se reduzem a menos de 3 mil efetivamente tentando trabalhar no Paraná e menos de 10% conseguindo com imensas dificuldades, sobreviver apenas desta profissão.

Aluada, uma luz de esperança na noite

Para não dizer que só falamos com pessimismo da noite vamos a uma boa notícia: na primeira semana, o movimento do mais novo endereço da cidade (Aluada Café Concerto, rua Mateus Leme, 1201, fone 252-5045) ultrapassou as expectativas dos proprietários e estimulou que ampliassem o número de músicos que pretendem manter na casa. O estimado e competente Gerson Bietinez, 44 anos, que havia deixado o restaurante Beduíno (casa que também desativou a música ao vivo), é o assessor musical da casa, na qual há um som novo: Osires Canin, 53 anos, violinista de belos improvisos.

Noite Vazia (III) - Nilo chorando com a morte da casa pela desordem na Ordem

Entre vários aspectos que o fechamento de endereços noturnos - como o Habeas Coppus e o Crystal - podem justificar numa apreciação mais ampla do que o simples registro está o da própria localização dos chamados eixos-de-animação da cidade. Desde quando presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, na gestão do prefeito Omar Sabbag - com o qual viria a romper por razões técnicas (*), o então modesto arquiteto já se preocupava em que Curitiba tivesse espaços capazes de concentrar comércios específicos, inclusive o da noite.

No campo de batalha

Devido a uma falha de digitação, foi publicado ontem que o cantor e compositor Natinho (Anatólio de Novaes da Silva), obteve 12.000 votos para a Câmara de Vereadores em 1988. Na verdade, sua votação foi de 1.200 votos - o que lhe deixou numa distante suplência. Natinho, alfaiate de profissão ("é como eu sobrevivo"), nos finais de semana atua como cantor e apresentador dos shows da casa "Nilo - Samba & Choro", na Rua Mateus Leme. xxx

Noite Vazia (IV) - Quando o endereço ajuda matar os bares musicais

Ao decidir fechar o Crystal, em 7 de novembro de 1991, Eduardo de Almeida, 33 anos, o fez não apenas pelo movimento cada vez menor que vinha inviabilizando seu projeto de manter uma casa com boa música instrumental ao vivo. É que se cansou de responder a processos junto a Prefeitura e delegacias movidos por vizinhos dos 48 apartamentos do edifício Flamingo (Rua Amintas de Barros, 36), em cuja loja o estabelecimento funcionava.

No campo de batalha

O advogado Alaor Ribeiro Reis, 51 anos, que como integrante da assessoria jurídica do Banestado foi quem conseguiu levar adiante o cabeludo processo de cobrança dos bilhões de cruzeiros devidos pelo grupo Atalla, tem sido procurado, com insistência, por dezenas de pessoas - furiosos com os altíssimos índices de impostos do IPTU cobrados pela Prefeitura para 1992.

Cinemas apresentam agradáveis estréias

Numa semana em que, felizmente, continua em cartaz um dos filmes mais conscientes e importantes do ano - o admirável "Condenado por Suspeita" de Henry Winkler (cine Ritz, 5 sessões) - surgem quatro estréias digestivas e agradáveis. Entre os lançamentos, "Contos de Primavera" do francês Eric Rohmer (Luz) é o de maior importância, embora a comédia "O Pequeno Diabo", do italiano Roberto Benigni (Groff) também mereça atenção.
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