Caetano Veloso
Um revival para Raul Seixas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de março de 1992
Transcorridos menos de três anos da morte de Raul Seixas (Salvador, 21-8-89/São Paulo, 28/6/45), a obra deste compositor-intérprete tem uma justa reavaliação. Além da edição de um show feito numa praia paulista e seu último parceiro, o baiano Marcelo, praticamente ter lhe dedicado o seu último álbum a Sony Music lançou agora "O início, o fim e o meio", carinhosa produção de Liber Gadelha, reunindo diferentes intérpretes da recriação de suas músicas mais marcantes.
No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de novembro de 1991
Mais uma vez, "Bric a Brac" homenageia Paulo Leminski: o número seis desta publicação cultural editada em Brasília pelos poetas Luís Turíbia e Lúcia Leão e Roza, traz um poema manuscrito que Leminski deixou inédito sobre o Distrito Federal. "Bric a Brac" - neste número impresso em papel reciclado, "como uma contribuição ecológica" - traz um importante depoimento de Caetano Veloso à Augusto de Campos, gravado no Rio de Janeiro. Além de uma série de poemas arte-finalizados em computador, apresenta também o imaginário riquíssimo da dra.
Temas diversificados nos vídeos em disputa
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de novembro de 1991
Vitória - Escolhido para abrir o I Festival Nacional de Vídeo, "Pintolho", 6 minutos, do gaúcho Paulo César Franco - utilizando pintinhos de poucas semanas como "intérpretes" - é o candidato mais forte à premiação do júri popular. Dentro da democrática preocupação de fazer com que os 25 vídeos em disputa neste eventos sejam vistos pelo maior número possível de pessoas, estão sendo exibidos nos auditórios da Biblioteca Municipal, Biblioteca da Universidade Federal, do Sindicato dos Bancários, da Rede Gazeta e no salão da Associação de Moradores do Jardim da Penha.
Tom grava Noel Rosa para o songbook que Almir produz
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de outubro de 1991
Num ano de escassas edições musicais de bom nível - no qual será difícil fazer os tradicionais destaques da área fonográfica - uma das esperanças maiores se concentra no álbum duplo que o produtor Almir Chediak está realizando em homenagem a Noel Rosa (1910-1937).
Depois do exaustivo estudo de João Máximo e Carlos Ridier - "Noel Rosa: uma biografia" (Editora da Universidade de Brasília, 1990), é a Lumiar Editora quem vai reverenciar aquele que para muitos continua sendo o nosso maior compositor popular.
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OS 10 MELHORES DISCOS DE MPB - 1991 (produções de gravadoras)
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de janeiro de 1992
1- Todo Sentimento -Elizeth Cardoso/Rafael Rabello (Columbia/Sony Music);
2- João - João Gilberto (Philips/Polygram);
3- Olhos Negros - Johnny Alf e convidados (BMG);
4- Zona de Fronteira - João Bosco (Columbia/Sony Music);
5- Circuladô - Caetano Veloso (Philips/Polygram);
6- O Planeta Blue na Estrada do Sol, - Milton Nascimento (show acústico gravado ao vivo) - (Columbia/Sony);
7- Vai Meu Samba Vai - Martinho da Vila (Columbia/Sony);
8- Canções - Pericles Cavalcanti (Philips/Polygram);
9- Fronteiras Abertas - Luiz Carlos Borges/Antônio Tarrago Ros (RGE);
Música Brasileira - As reedições chegam com qualidade
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de janeiro de 1992
Por múltiplas razões, a reedição se tornou uma forma de gravadores tradicionais - ou mesmo produtoras independentes, na área nostálgica - para enfrentar estes tempos de recessão. Afinal, para as gravadoras que dispõem de grandes acervos não custa quase nada providenciar remontagens de gravações de artistas que passaram pelos seus estúdios. Infelizmente, a maioria dos lançamentos é feita de uma forma caça-níquel - e nisto a Continental é campeã absoluta - recolocando dezenas de vezes no mercado, com títulos e capas diferentes, as mais esdrúxulas montagens.
Digestivo som das telenovelas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de outubro de 1991
Tendo nas trilhas sonoras de suas telenovelas a razão maior do super-faturamento que obtém desde que foi criada, a Som Livre, vez por outra anima-se até a fazer projetos de qualidade. Já gravou álbuns com poetas, fez antologias e mesmo trilhas sonoras de filmes marcantes. Mas isto no passado.
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As vanguardistas parcerias deste talentoso Cavalcanti
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 08 de setembro de 1991
"Uma canção não é uma letra entoada. Uma canção não é uma melodia que diz. Uma canção é algo que ocorre entre verbo e som, sem privilegiar nenhum deles".
(Arnaldo Antunes, poeta, letrista).
Noite destas, no sempre notável "Jô: Onze e Meia", o poeta e letrista Abel Costa, falou sobre a importância dos letristas e, surpreendentemente, mostrou também uma belíssima voz, acompanhando-se ao violão. Um profissional que tem uma obra do melhor nível, com vários (e importantes) parceiros (Suely Costa, Fagner, etc.).
Mais uma bela antologia com obras de Milton Nascimento
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de agosto de 1991
A abertura do mercado de CD está fazendo todas as gravadoras - e mesmo etiquetas menores - remexerem seus arquivos para produzir reedições das mais variadas. Quando dispõe de grandes nomes em seu acervo - mesmo que hoje estejam em outras fábricas - a tarefa fica facilitada. Em outros casos, acordos operacionais - pois os tycoons fonográficos sempre se entendem, possibilitam montagens especiais. É o caso agora de "Canção da América", álbum duplo com "O Melhor de Milton Nascimento", que a Polygram montou, com direção de Mayrton Bahia e um trabalho de compilação de Luiz Pereira (Lelé).
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Uma reflexão em torno dos 60 e adjacências
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de agosto de 1991
Ao pretender uma reflexão sobre os anos 60 com uma visão de dramaturgia da década de 90, o paulista Maurício Abud, 32 anos, não deixou por menos: "60 e Over" (estréia nacional no auditório Salvador de Ferrante na semana passada; em temporada pelo Interior do Paraná; hoje em Ponta Grossa e quinta-feira em Cascavel), revela uma intranqüilidade intelectual-rebelde que o faz dedicar especial atenção a Jean Genet (1910-1986), de quem já adaptou e dirigiu duas peças ("Nossa Senhora das Flores" e "Os Negros").