Hollywood Cada manhã, para ganhar o meu pão Vou ao mercado onde compram mentiras. Cheio de esperanças Entro na fila dos vendedores (Bertold Brecht, 1898-1956) xxx Qual a atualidade que um filme abordando fatos ocorridos há quase 50 anos pode ter neste final de milênio? Teria sido aquilo que se chama de Macarthismo mais cruel do que as perseguições sofridas por décadas por intelectuais, artistas e opositores do governo soviético?

Aproveitando o feriadão e como opção a quem não foi à praia, há nada menos que nove estréias nesta semana. Portanto, somado ao que já está em exibição, o panorama é atraente.

Pela primeira vez um publicitário paranaense participa do mais famoso festival de filmes comerciais do mundo com obras nas quais deu sua contribuição. Eloy Zanetti, paranaense de Jacarezinho, 44 anos comemorados festivamente no último dia 7, viajou ontem para Lisboa, de onde seguirá para Cannes no início de julho (*).

Nos anos 50/60, enquanto as platéias dos cinemas recebiam com vaias e irritação os cine-jornais da "Amplavisão" do ítalo-paulista Primo Carbonari ("Conheça primeiro o que é teu, para depois conheceres o que é dos outros..."), os documentários coloridos com a marca do franco-brasileiro Jean Manzon eram aplaudidos. Mesmo com patrocínios diretos, os curtas de Manzon documentavam de forma agradável grandes empresas, obras (especialmente do setor energético), trazendo imagens que constituem hoje um acervo das transformações no Brasil.