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O Drama da Fazenda Fortaleza

Artigo em 22.06.1991

A cineasta Berenice Mendes e sua mãe Isabel - líder feminista das mais atuantes - embarcam hoje para a Europa. Como primeira escala, Madrid, onde a irmã de Berenice, Maria Cristina, faz doutorado em engenharia. Depois, em Lisboa, Berenice fará contatos com o Instituto Português de Cinema, levando roteiro e projeto de produção de seu sonhado "O Drama da Fazenda Fortaleza". Em sua bagagem, levou cópias em vídeos dos documentários que fez sobre "Londrina "e "Memórias de David"- sobre Davis Carneiro (1904-1990) e do premiado "A Classe Roceira". Berenice só retorna ao Brasil em agosto.

Na telinha paralela, se mostrou até o filme que não foi concluído

Apesar dos festivais de Brasília e Gramado evitarem, nos últimos anos, a expansão também para o vídeo - considerando que o boom nesta tecnologia é tão intenso que justifica eventos específicos - torna-se impossível, atualmente, ignorar a telinha como forma ao menos informativa para realizadores que optando pelo vídeo apresentam trabalhos dos mais importantes. Ao menos informalmente, tanto em Gramado como em Brasília, as últimas edições dos festivais já abriram salas para que as realizações em vídeo, com cópias em VHS, possam serem vistas.

Cursos que formaram os novos cineastas

Paralelamente ao trabalho de pesquisa, preservação e guarda do que fosse possível da memória filmada do Paraná - o que por si só justificaria a sua presença nos quadros culturais do Paraná - Valêncio Xavier, com sua visão de pioneiro da televisão curitibana ( a partir de 1960, foi um dos mais ativos roteiristas e diretores da TV-Paraná, passando depois para o Canal 12-TV Paranaense) se preocupou em abrir espaços para uma nova geração interessada em fazer cinema.

Berenice grava depoimento com Lupion para a nossa história

Um grande hiato de nossa história política começa a ser preenchido: ao gravar um depoimento de 80 minutos com o ex-governador Moysés Lupion, 82 anos - completados em 25 de março último, excelente disposição e que retornou há pouco da Europa, a cineasta Berenice Mendes, conseguiu a viga-mestre para importante documentário sobre um dos homens públicos mais famosos do Paraná - e, infelizmente, praticamente desconhecido (e mal-interpretado) junto a história política contemporânea.

Em Santa Catarina, uma "Manhã" de novos tempos

Há dez dias, 24 de agosto, no Cinema N. Sra. do Desterro do Centro Integrado de Cultura, em Florianópolis, aconteceu uma sessão histórica: a primeira exibição de "Manhã", produzido pelo Departamento Artístico Cultural da Universidade Federal de Santa Catarina (será que algum dia a nossa septuagenária e artereosclerosada universidade faria o mesmo?)

Mesmo com a crise, um filme em produção. Em Florianópolis.

Enquanto Berenice Mendes, 30 anos, congela, temporariamente, seu sonho maior - levar à tela, numa superprodução, o romance "O Drama da Fazenda Fortaleza", seu irmão mais velho, o jornalista Carlos Eduardo Paredes, 33 anos, inicia o seu primeiro filme: "Memórias do Desterro".

Só 26 filmes nacionais foram lançados em 1989

Projetos não faltam, realizá-los é que são elas. No cinema, mais do que em qualquer outra área da indústria cultural, a inquietação é grande. Afinal, qualquer projeto de curta, média ou, especialmente, longa-metragem, exige orçamento na casa dos muitos mil dólares - e nesta época de crise, inflação galopante e expectativas dos novos tempos (duros) econômicos, investir em cinema é algo que fica cada vez mais distante.

No quartel do CPOR, o lugar para o Museu David Carneiro

Mais um espaço cultural para a cidade. Aonde hoje está o 5º Batalhão Logístico e a 5ª Companhia de Material Bélico do Ministério do Exército, uma área para sediar bibliotecas, um auditório e, talvez, o Museu David Carneiro. Uma fachada de cultura para o grande empreendimento comercial que o grupo Irmauad vai implantar na Praça Oswaldo Cruz. xxx

No campo de batalha

Com exceção de "A História do Futebol Paranaense", de Helenico (Francisco Cardoso), bem intencionada mas, naturalmente, incompleta visão geral do esporte no Paraná, é pobríssima a bibliografia especializada. Portanto, meritório o trabalho que Heriberto Ivan Machado, 38 anos, paranaense de Santo Antônio do Sudoeste, há 10 em Curitiba, professor de Inglês e Literatura do Colégio Bento Munhoz, vem fazendo há anos: um completo estudo sobre o Clube Atlético Paranaense, do qual é torcedor desde 1966 e atualmente seu diretor do Patrimônio Histórico. xxx

Filme sobre Maria Bueno começa no dia de Finados

No dia de Finados, Valêncio Xavier, cineasta entre outras atividades, inicia as filmagens de sua versão muito particular do mito Maria Bueno. Com equipamento e filme virgem fornecidos pelo fotógrafo Sérgio Sandeman, de Cascavel - que também participará da realização - Valêncio optou em começar pela parte documental: vai registrar a movimentação imensa no túmulo daquela que é considerada santa por milhares de curitibanos e que diariamente fazem romaria ao Cemitério Municipal.
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