Aviso aos navegantes de águas literárias: existem dez vagas para Imortal. Apesar de ter eleito recentemente novos ocupantes para três cadeiras vagas, a Academia Paranaense de Letras continua com uma dezena de lugares à espera de intelectuais que reunam condiçòes justificando a sua escolha para a entidade fundada pelo advogado Ulysses Falcão Vieira (1885-1942) em 26 de setembro de 1936 e cujos estatutos foram reformulados há poucas semanas. Os mais novos Imortais do Estado são o deputado Tulio Vargas, 45 anos, eleito para a cadeira n. 23 vaga com o falecimento do ex-senador Artur Santos (1894-1973) e o médico Alvir Risemberg, 51 anos, de União da Vitória, escolhido para a cadeira n. 40 que estava sem titular há exatamente 15 anos, desde a morte de Ângelo Guarinello ( 1884-1959). Ainda este mês haverá uma solenidade de posse na Academia: o professor Benedito Nicolau dos Santos Filho assume a cadeira n. 16 ocupada inicialmente pelo seu pai, o musicólogo Benedito Nicolau dos Santos (1876-1970). Há 10 dias vagou mais uma cadeira com a morte do médico e poeta Arildo José Albuquerque (1917-1974). Há 10 anos, quando Vasco José Taborda - hoje presidente da Academia - foi eleito, eram escolhidos em poucos meses nada menos que 12 novos Imortais, mas 6 falaceriam pouco tempo depois. Funcionando junto ao Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, a Academia já viu passarem por suas sessões muitos paranaenses de expressão. Uma única cadeira - n. 25 foi ocupada por três governadores: João Candido Ferreira (1864-1948), Vicente Machado da Silva Lima (1860-1907) e Bento Munhoz da Rocha Neto (1905-1973).

Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:

Veiculo: Estado do Paraná

Caderno ou Suplemento: Nenhum

Coluna ou Seção: Tablóide

Data: 08/05/1974