Aeroporto 77
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de novembro de 1977
Quando Arthur Haley escreveu "Aeroporto" - na mesma linha de outros best-sellers como "Hospital" e "Dinheiro", dentro de um esquema de marketing editorial, esperava, é claro, ganhar alguns milhões de dólares com o aproveitamento de seu livro no cinema. Mas, por certo, por mais otimista que fosse, não poderia julgar que a exploração fosse tanta. Pois, em menos de cinco anos, pela terceira vez a Universal se volta ao título para desenvolver uma nova fita dentro do gênero cinema-catástrofe. "Aeroporto 77" é mais grandiloqüente e pretensioso do que as versões anteriores, num roteiro que, evidentemente, dos (personagens( originais de Haly só ficou mesmo Joe Patroni (George Kennedy). A fantasia e a imaginação atingem os pontos máximos - colocando um 727 desta vez no fundo do oceano, no Triângulo das Bermudas. Ali, todos os personagens chavões de filmes do gênero, em momentos de tensão. O diretor Jerry Jameson, para um semi-estreante, obteve um rendimento bastante razoável, bem verdade que lidando com um elenco de superstars experientes como Jack Lemmon, Joseph Cotten, Olivia De Havilland (há anos ausente das telas), Kennedy e James Stewart, Christopher Lee (o ex-Drácula da série Hammer), além de Brenda Vaccario e Lee Grant. "Airport 77" é uma superprodução feita para atingir o público que anseia por filmes-catástrofes cada vez maiores. Assim está rendendo mais de Cr$ 100 mil por semana e permanecerá em exibição (cine Condor) por mais algumas semanas. Mas um mérito é indiscutível: é uma produção muito bem administrada, em que Hollywood mostra, mais uma vez, de que sabe ao menos servir produtos bem acabados e embrulhados.
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