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Aramis

Afinal, a Editora da UFP

Um número oferecido pela professora Cecília Maria Westphalem, diretora do Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Paraná, com relação aos originais de professores a espera de oportunidade para serem publicados, confirma, mais uma vez - e como se preciso fosse - aquilo que não nos cansamos de reclamar: o absurdo da sexagenária universidade Federal do Paraná, que orgulha de ser a mais antiga do Brasil, só agora se movimentar para ter a sua editora. São nada menos do que 50 livros prontos, cada um resultado de anos de pesquisas por parte dos professores dedicados e idealistas, os quais, evidentemente, não dispõe de condições de financiarem suas edições. Há anos que funciona na Universidade Federal do Paraná um imenso parque gráfico que se, bem acionado, poderia já há muito tempo estar publicando livros importantes. Infelizmente, os raros livros que até hoje ali foram impressos deve-se, muito mais ao relacionamento de amizade de seus autores com o alto comando universitário do que por méritos que os textos possam ou não ter. Agora, criando-se um conselho editorial - que, se espera, venha a ser formado por nomes realmente expressivos, e não "medalhões" decorativos - a futura Editora da UFP poderá colocar ao alcance de estudiosos de todo o País - e mesmo no Exterior - obras de reconhecido valor. A presença de uma professora admirável como Cecília Westphalem na testa da iniciativa, mulher corajosa e independente que costuma dizer (e defender) o que pensa, já é pelo menos uma [tranqüilidade] que a nova unidade não se transforme em trampolim para lançamento de beletristas de [tertúlias] literárias. Ao contrário, que possibilite o aparecimento de teses, pesquisas, ensaios, livros científicos - enfim, obras sérias e que justifiquem a égide - "Editora da Universidade Federal do Paraná". A Editora Nova Fronteira, sem qualquer convênio com órgãos oficiais, costuma, entretanto a editar obras do mais alto nível. Uma de suas novas coleções, "Vidas Extraordinárias", já colocou nas livrarias "Eça de Queirós e o Século XIX", de Viana Moog, a qual acrescenta agora "Ivan, O Terrível" (368 páginas, Cr$ 160,00) e "Minha Mocidade" de Winston Chrchill (1874-1965). "Ivan, o Terrível" é a bibliografia de um dos mais complexos homens de todos os tempos - o czar russo Ivan (1530-1584), que chegou ao poder em janeiro de 1547 e teve um reinado dos mais sangrentos. Sua biografia - que inspirou ao [gênio] do cinema soviético, Sergei Mikhailovitch Eisentein (1898-1948), uma trilogia não completada (a primeira parte, de 1945, chegou a ter lançamento no Brasil; a segunda 45/46, só foi exibida na Europa em 58 e a terceira ficou no roteiro) foi levantada agora pelos jornalistas Robert Payne e por Nikita Romanoff, sobrinho-neto de Nicolau II da Rússia, criado na Europa e educado na Inglaterra. "Minha Mocidade" (396 páginas, Cr$ 100,00), autobiografia de Churchill, traduzida por Carlos Lacerda (1919-1977), aparece agora em segunda edição. Os dois próximos títulos desta coleção serão "O Dia do Leão", de Rooy Mac Gregor-Hastie e "Madame Mao, A Mulher Que Mandou Em 700 Milhões de Homens" de Roxane Witke.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
4
16/07/1977

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