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Aramis

Artigo em 16.12.1981

Na época do Flower Power o então adolescente Ernani Paciornick, mochila nas costas e a alegria dos muitos jovens, percorreu o mundo. As aulas da Cultura Inglesa e da Aliança Francesa, facilitaram suas andanças pela Europa e Estados Unidos - e só não chegou ao Himalaia, porque havia prometido à mamãe Helena, retornar a Curitiba antes do Natal. Depois Ernani envolveu-se no mundo do motociclismo: criou associações, apaixonou-se pelo motocross e ampliou sua galeria de troféus. Chegada a hora de ganhar a vida e como, ao contrário do pai, Moisés - e do irmão mais velho, Cláudio, não quis seguir os caminhos da Medicina, Ernani optou pelo ramo gráfico. Seu Grupo I Gráfica e Editora, instalado na Rua Baltazar Carrasco dos Reis, 2245, é hoje uma das empresas especializadas em cartões de convite e produções especiais. Mas é claro que com tanta energia e criatividade, Ernani não ficaria apenas contabilizando lucros: trocou a motocicleta pelas tábuas de surf, apaixonou-se pelos esportes aquáticos, comprou um veleiro e hoje com o seu "Iansã", percorre a costa do Brasil. E o Brasil, com um litoral de mais de 8 mil km e os esportes do mar em ascensão, só tem uma revista especializada. Ao constatar isto, Ernani lançou-se em um novo projeto: há duas semanas, circulou o primeiro número de "Mar", revista especializada em esportes marítimos, especialmente surf e vela. Com editorial da jornalista Claudia Macioro (Paciornick, é claro), bons textos e muitas ilustrações, o primeiro número já foi para as bancas (Cr$ 120,00 o exemplar) e o segundo sai ainda este ano. Um mercado amplo para ser conquistado, com uma revista que é praticamente inédita. Afinal, na história de nossa imprensa, a única outra tentativa de fazer uma revista do gênero foi a que a Claúdia e Eduardo Samuel Arruda (1927-1969) fez no início dos anos 50. Filho do primeiro juiz da junta de Conciliação e Julgamento do Paraná, Breno Arruda, o idealista Claudio fez iniciativas marcantes: adepto dos esportes do mar, lançou uma revista que circulou mais de um ano, lançou-se na exploração de minas de cal e, nos últimos 8 anos de sua vida, a partir de 1981, tentou implantar uma indústria de filmes de 16mm, destinados [à] televisão, em Curitiba: as Produções Ribalta, cujo acervo se perdeu e no qual haviam imagens hoje históricas. Por exemplo um "Conto de Natal", estrelado por Ari Fontoura e Maurício Távora, ou seqüências com mais de 300 atores e atrizes - entre profissionais e (principalmente) amadores, que Cláudio sonhava em ter na séries "Quando As Lendas Criam Vida" e "Encontros Com o Além".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
6
16/12/1981

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