Login do usuário

Aramis

As Aventuras de Seixas

Com bom humor e muita ironia, o guitarrista Gabriel O Meara estréia no número 2 do " Jornal da Música" (23 páginas, Cr$ 6.00, nas bancas da cidade) contanto " As aventuras de Raul Seixas no Paraná". Em agosto, de 13 a 21, Raul Seixas, acompanhado pelo grupo Flamboyant (Aureo na bateria, Carlinhos no baixo e O'Meara na guitarra) fez um roteiro por 10 cidades do Norte e Sudoeste, enfrentando as mais diferentes situações, que motivaram, agora, o relato no " Jornal da Música". Em forma de diário, Gabriel O'Meara descreve o dia a dia da excursão. Em Londrina, as coisas foram amorosamente bem, como, sutilmente, diz o guitarrista-repórter: " Depois do espetáculo fomos a um restaurante cheio de gente esperando por Raul. Fizemos algumas amizades e ninguém voltou pro hotel antes das 10 da manhã seguinte. Tinha sido o melhor dia". Já a descrição sobre Goioerê não é nada simpática: " Para chegar a Goioerê, viajamos em estradas de terra durante três horas. Pensei que a gente estivesse em Dodge City, no faroeste. Todo mundo andava armado. O show foi no teatro mais caindo aos pedaços que já vi, mas a platéia - composta de vaqueiros, estudantes e prostitutas - foi muito boa. Fomos convidados para ir a uma churrascaria, mas só Raul aceitou o convite. Aureo é vegetariano e, sem a gente perceber, estava nos convertendo. Há três dias não comíamos carne. Raul apareceu depois pra nos levar a outra boate. O Aureo, como sempre, ficou no hotel. Os estudantes sumiram com o dinheiro do show". A parte do diário que se refere ao dia 17 de agosto, terça-feira, na cidade de Umuarama, vai criar algumas confusões a pessoas daquela cidade, se é que O'Meara disse a verdade. Eis o seu relato: " Quando chegamos a Umuarama não havia reservas e tivemos que ficar num hotel de quarta categoria. O prefeito da cidade decretou um feriado para que os estudantes pudessem assistir ao show, num cinema superlotado. Depois do show nos convidaram para ir a uma boate. No fim era mesmo um bordel, mas mesmo assim bebemos e dançamos com as mulheres. Passei o tempo todo procurando a Gabriela. Esse lugar só podia ser o Bataclan. Tinha até " um juíz" e várias figuras importantes da cidade. No fim da noite a madame fechou a casa e só ficamos nós. Tem um conjunto que fica lá tocando e resolvemos fazer um show improvisado. Carlinhos tocou órgão, eu toquei baixo e Raul tocou guitarra. O baterista foi o mesmo do conjunto da casa. Quando esse som terminou, eu e o Carlinhos fomos embora. O resto do pessoal curtiu os prazeres do salão de bacanal. E de graça!". Por certo que a circulação do " Jornal de Música", depois destas indiscretas revelações, vai aumentar em algumas cidades paranaenses.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Nenhum
4
17/09/1976

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br