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Aramis

Ballet Guaíra dançará Ravel

Uma das mais importantes coreografias montadas no País, aclamada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e no Festival de Havana, está sendo montada pelo Ballet Guaíra pelo próprio autor do bailado - Renato Magalhães - e tem sua estréia marcada para a próxima sexta-feira, 26, ao lado de mais dois novos trabalhos da companhia: Raymonda e Inter-Rupto. Renato Magalhães, coreógrafo e ex-bailarino do Teatro Municipal do Rio, há um mês encontra-se em Curitiba ensaiando os 32 bailarinos que desempenharão Concerto em Sol da música de Maurice Ravel "Concerto em Sol Maior". - "Os bailarinos são do mais alto nível e graças a sua formação clássica podem partir para qualquer trabalho de dança", garante o coreógrafo sobre o corpo de baile do Teatro Guaíra, onde se destacam Eleonora Greca, Jair Moraes, Paula Figuesso, Cássio Vitalino, Angelina Faccioli, Francisco Duarte, Rita Barreto e Jurandi Silva. Em Concerto em Sol, os dançarinos poderão desenvolver não só a técnica acadêmica como também movimentos modernos. Pois, o estilo neoclássico confere a Renato Magalhães a liberdade de criar em cima de uma base clássica. A música de Ravel - diz ele - propõe-se justamente a este trabalho. Dividida em três movimentos diferentes, o último culmina por exemplo com influência jazzística, pois Ravel morava nessa época, em Nova Iorque recebendo, portanto, os bons fluídos do jazz. O segundo movimento (romântico) é considerado o adágio mais bonito do século XX e de difícil execução. Com ares de art-nuveaux, a primeira parte é bastante alegre. Esta coreografia foi feita por Renato Magalhães, em 1980, para o Teatro Municipal do Rio. Carlos Trincheiras, diretor do Ballet Guaíra, viu os ensaios e convidou o coreógrafo carioca para montá-la em Curitiba. Mas em 1982 veio o Festival de Havana, onde Concerto em Sol foi levado com bastante sucesso, e outros compromissos adiaram sua montagem aqui por seis anos. Renato Magalhães não fez qualquer alteração para esta atual montagem que enriquece o repertório do Ballet Guaíra. Apenas os figurinos (com a sensibilidade de Nei Souza) e os cenários de Carlos Kur são diferentes. A direção do Guaíra não contabilizou ainda todos os gastos com a montagem, mas pode-se imaginar os altos custos apenas pelos figurinos: os trajes são em musseline de seda. Além disso, Concerto em Sol (25 minutos) é a última coreografia do programa que abre com Raymonda (música de Glauzunoff, coreografia de Petipa e cenários e figurinos de Carlos Kur) e tem na segunda parte Inter-Rupto, com coreografia de Trincheira para a música de S. Barber (cenários e figurinos de E. Pinto). A nova montagem do Ballet Guaíra estréia dia 26 próximo e fica em cartaz o dia 2 de julho, sempre às 21 horas.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
2
22/06/1986

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