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Aramis

Bamerindus dará a Foz o mais belo dos presentes

Ainda não foi marcada a data de lançamento. Inteligentemente, a professora Maria Cristina Vieira, coordenadora do projeto, já tem três datas que se ajustam, efemericamente, ao espírito do livro: o centenário da colônia militar brasileira, que daria origem ao município criado 25 anos depois. Em 1939 viria a lei criando o Parque Nacional. Qualquer destas datas - todas a serem comemoradas este ano se apropriam para que aconteça, oficialmente, o lançamento de um dos mais belos trabalhos já produzidos no Brasil, em termos editoriais: um volume de 180 páginas, formato 30x30 sobre Foz do Iguaçu - inaugurando a coleção "Nossa Terra", do Bamerindus. *** Antes de embarcar para Nova Iorque, dia 4, onde ajudará a cordenação do I Festival de Música Instrumental Brasileira - também com patrocínio do Banco da Nossa Terra - Maria Cristina ainda vai encontrar tempo para definir mais alguns detalhes deste projeto editorial que assumiu por solicitação pessoal de seu irmão, José Eduardo Vieira, presidente do Banco. Afinal, entre tantas iniciativas que mostram a sensibilidade do Bamerindus para projetos culturais, a edição do livro sobre Foz do Iguaçu tem razões especiais para merecer um tratamento prioritário: naquele município, o grupo Bamerindus possui uma fazenda modelo - a Mitacori, na qual são recebidos convidados de todo o mundo, entre técnicos, empresários, políticos, executivos e até estadistas. A inexistência de uma publicação que mostrasse em imagens e trouxesse informações sobre tudo que se relaciona a Foz do Iguaçu levou a diretoria do Bamerindus a aprovar o projeto do livro-álbum, mais do que um brinde cultural, uma verdadeira documentação, produzida da forma técnica mais perfeita possível, para, numa primeira tiragem de 5000 exemplares chegar aos cinco continentes. Com exceção de um estudo que o geólogo Reinhaard Maack publicou nos anos 50, numa linguagem extremamente técnica, praticamente nada existe, de sério, sobre Foz do Iguaçu e região. Mesmo as publicações turísticas, relatando a lenda de Naipi e Tarobá são pobres, incapazes de merecer atenção do visitante mais exigente. Assim, a iniciativa do Bamerindus de investir alguns milhares de dólares na contratação de um equipe de peso e na produção gráfica, esmeradíssima, de um livro-álbum vem, perdoem o chavão, sanar uma lacuna em nossa bibliografia. A parte teórica foi entregue a professores universitários que, se apaixonando pelo projeto, ampliaram suas pesquisas - o que, inclusive, provocou o retardamento na finalização da obra. A participação de Maria Cristina, como antropóloga e, no caso, executiva junto a direção, valorizar um trabalho mais extenso foi fundamental - pois mesmo considerando que uma grande parcela do público-alvo talvez não venha a ler todos os textos - os mesmos possuem a seriedade e profundidade de informações para satisfazer aos que desejarem um trabalho seguro. Uma edição sairá com textos em inglês, espanhol e português. Já considerando o elevado número de turistas japoneses que chegam mensalmente a Foz - e muitos convidados do próprio grupo Bamerindus, vindos daquele país - a edição com texto em ideogramas do país do sol nascente será à parte. *** Miran (Osvaldo Miranda), hoje um dos três mais respeitados artistas gráficos do país, editor da já internacional "Gráfica", há meses dedica-se à supervisão do projeto em termos visuais. As ilustrções fotográficas deverão consagrar Orlando Azevedo: há mais de um ano que vem percorrendo a região, fazendo milhares de imagens - das quais serão selecionadas as que terão aproveitamento (o material que sobrar, de tão boa qualidade, poderá justificar, no futuro outros projetos - exposições, áudio-visuais etc.) Orlando é também um fotógrafo de prestígio nacional, autor de "Fitas e Bandeiras Wanske", a melhor obra de arte publicada no Paraná no ano passado. Duas professoras da área de história da Universidade Federal do Paraná foram contratadas para fazer o completo levantamento da região: Ângela Ferreira e Márcia Andrade Cerstein. Para a parte geológica recorreu-se ao pesquisador e professor que desde o início da Usina de Itaipu vem trabalhando na área - Igo Chmyzm, auxiliado por dois outros geólogos - Pedro Lagos Mattos Filho e Paulo Leves. A edição gráfica será da Burt, em São Paulo, que há 6 meses vem imprimindo a Gráfica. *** A possibilidade de, após a primeira edição de luxo, ser feita uma segunda tiragem, mais econômica, talvez em convênio com alguma editora - já que o público interessado existirá - ainda não foi examinado pela diretoria. Mas o fato é que finalmente Foz do Iguaçu terá um livro a altura da beleza natural que a faz o terceiro pólo turístico do país. Um projeto que, esperamos, seja o primeiro de uma coleção - "Nossa Terra". Já há até a idéia de segundo volume: Vila Velha. Mas isto fica para os anos 90. LEGENDA FOTO - Maria Cristina Vieira: coordenando projetos culturais do Bamerindus.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
26/02/1989

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