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Aramis

"Betty Blue", a melhor estréia

Apenas três estréias numa semana das mais fracas: "Betty Blue 37, 2 da Manhã", "Massacre na Serra Elétrica" e "Emanuelle 4 e sua Forma de Amar". Afora isto, apenas reprises e continuações e mesmo nas sessões extras do circuito alternativo nada de especial. A esperança é a próxima (dia 3) estréia de "Um Trem para as Estrelas", o novo filme de Cacá Diegues. Infelizmente, "Besame Mucho" de Francisco Ramalho Jr. - um dos 10 melhores filmes do ano, em termos nacionais, não atingiu a bilheteria mínima para ganhar uma terceira semana no Itália, ali sendo substituído pelo retorno do violentíssimo "A Hora do Pesadelo 2 - A Vingança de Freddy", de Jack Sholder, na mesma linha da fita anterior. No elenco, apenas um nome conhecido - a veterana Hope Lange. Famoso por "Poltergeist - o Fenômeno", produção de Steven Spielberg - que já teve uma seqüência, Tabe Hooper realizou anteriormente um dos mais sangrentos e violentos filmes nos EUA: "Massacre na Serra Elétrica". Um filme de imagens tão chocantes que durante anos não encontrou distribuidor disposto a lança-lo no Brasil. Entretanto, como a escalada da violência vem crescendo cada vez mais - inclusive fora da tela - não só "Massacre da Serra Elétrica" (Palace Itália) chega nas telas e em vídeo, como a seqüência deste filme - consta que ainda mais violenta - também está sendo lançada no Brasil. Há 15 anos, Sylvia Kristel ficou famosa por "Emanuelle", de Just Jaeckem. Ela fez duas seqüências e tentou outros rumos. "Emanuelle" teve vários pastiches, mas Sylvia retoma a personagem em "Emanuelle 4 e sua Forma de Amar", dirigido por uma mulher - Christine Gozlan - ao lado de Mia Nygren e Patrick Bacucham. Em exibição no São João. A estréia mais atraente da semana é "Betty Blue 37, 2 da Manhã", produção francesa, direção de Jean Jacques Beineix. Definido como "o extravagante relato de uma romântica paixão", "Betty Blue 37, 2 da Manhã" focaliza Zorg (Jean Hughes Anglade), 35 anos, um pacato cidadão, sem ambições, que treme nas estruturas ao encontrar Betty (Beatrice Dalle), mais jovem do que ele, de espírito livre, que rejeita os meios-termos. O amor que os une é intenso enquanto dura, na receita de Vinícius. "Betty Blue" ganhou elogios da crítica. "L'Evenment", por exemplo, disse: - "Esse novo filme de Beineix renova nosso entusiasmo, resgata nossa capacidade de assombro juntamente com o incrível prazer de esquecer tudo por duas horas e sucumbir ao feitiço das emoções que nos projetam para fora de nós mesmos. A ausência de qualquer concessão torna ainda mais instigante o estilo barroco de Beineix". Adaptado do romance de Philip Dijan, "Betty Blue" tem um elenco de gente nova. Isto não só tornou a produção barata, como revela novos talentos. Na personagem título, Beatrice Dalle, uma bela atriz, revelada como modelo fotográfico e capa de várias revistas. Para os papéis secundários de Lisa e Eddy, o diretor selecionou Consuelo de Haviland, atriz franco-americana, vindo dos palcos de Nova Iorque e Gerneard Damon, que atuou anteriormente em "Diva". A trilha sonora, das mais interessantes, também de um novo compositor: Gabriel Yared. LEGENDA FOTO - Beatrice Dalle é "Betty Blue". No Cine Astor.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
2
28/08/1987

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