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Aramis

A boa lição de Dame Margot

Mais do que dois belos espetáculos, o I Festival de Inverno de Dança trouxe uma importante comprovação, em termos de marketing artístico para nossa cidade: já existe condições para que aqui sejam apresentados espetáculos internacionais programados regularmente para o Rio de Janeiro e São Paulo. Ao lado da badalação social motivada pela presença de Dame Margot Fonteyn em Curitiba, por 60 horas, o alto nível dos dois concertos de dança apresentados no auditório Bento Munhoz da Rocha Neto levaram um público que aplaudiu entusiasticamente os dois diferentes recitais programados para a temporada curitibana. Se eram muitas as dúvidas levantadas, antes da inauguração do auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, em relação aos riscos de ociosidade das 2.300 poltronas do teatro, hoje está provado que público existe, desde que sejam oferecidos bons espetáculos. Seis anos atrás, numa entrevista, o ex-governador Bento Munhoz da Rocha Neto (1905-1973), idealizador do teatro, afirmava a nós e aos jornalistas Luis Carlos Zanoni e Carlos Roberto Maranhão, de sua certeza de que jamais haveria falta de espectadores para os bons espetáculos que fossem apresentados no Guairão. Infelizmente, o grande paranaense não pôde viver para ver comprovada a sua tese. Desde que foi aberto ao público, a 13 de dezembro do ano passado, o grande auditório não apresentou números negativos, mesmo com espetáculos difíceis, exóticos (teatro japonês, ópera nigeriana etc.) Agora, com uma agenda bem cuidada, selecionando espetáculos que vão desde o gosto jovem (Mutantes, Chave) até os mais sofisticados concertos, o Guaíra passa ter um problema ao inverso de muitos teatros: falta de datas, tão grande é o interesse de empresários em incluírem Curitiba nos roteiros das grandes atrações - nacionais ou internacionais. Em contrapartida, o público vai estar cada vez mais exigente. Ou seja, a época dos enganadores, dos shows "feito para Interior" acabou em Curitiba. Ao menos no Teatro Guaíra. FOTO LEGENDA - Margot, a placa e a sapatilha de prata.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
21/08/1975

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