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Aramis

As bolachas da RGE

A RGE, a fabrica paulista que já teve períodos áureos e hoje luta para voltar a brilhar no mercado fonográfico, está colocando na praça um punhado de compactos, de diversos gêneros, para todos os gostos. De princípio registramos, apesar do atraso com que os discos nos chegam às mãos, os seus compactos com seis músicas que apesar de toda a boa vontade acabaram passando despercebidos: a veterana Carmélia Alves, 48 anos, que nos anos 40 foi uma espécie de "Princesa do Baião" e fez sucesso com "Cabeça Inchada" e "Trepa no Coqueiro", ataca com "Feliz Carnaval" (Nelson Sampaio). A dupla Torresmo e Pururuca - que também fez um interessante elepê, contando estórias infantis (que merecerá registro a parte, na próxima semana) gravou do mesmo Nelson Sampaio, "Maestro Folião". Os outros quatro artistas são ilustres desconhecidos: Wilson Medeiros com "Até Que Enfim" (Tanio Jairo/Osvalmi Brito), Paulo Walter com "A Ordem Desceu do Chalé" (José Guimarães/Oswaldo Oliver), Canarinho com "A Coisa Tá Braba" (Albert Gomes/José Angelo) e Petronio Borges em "Minha Canoa" (Oswaldo Oliver/Oswaldo Galil). O segundo lançamento carnavalesco da fabrica paulista é "Sambas Enredo'75" (RGE 302.0029), reunindo quatro dos mais divulgados sambas-de-enredo, apresentados pelas Escolas de Samba da Guanabara: "Macunaíma", "Zaguia Jorge, Estrela do Suburbio, Vedete de Madureira", "O Segredo das Minas do Rei Salomão" (do Salgueiro, que acabou ganhando o Carnaval-75) e "Imagens Poéticas de Jorge de Lima". O Trio Mocotó, formado pelos bons Nereu Gargalo, Fritz e Joãozinho Paraíba, que há três anos, na memorável noite de 27/12/71, ao lado de Vinicius de Moraes, Toquinho e Marilia Medalha, inauguraram o Teatro Paiol, ainda continuam na ativa. E uma prova está no compacto simples (RGE, 301.0109), em que apresentam uma divertida interpretação para "Na Baixa do Sapateiro" de Ary Barroso, tendo no outro lado "Tudo Bem!", composição do próprio Nereu Gargalo. Também temos discos de duas duplas - os paranaenses Marcelo Fasolo e Tuclay Ganzert formaram a dupla Ponte & Vírgula, que estream com um compacto simples (RGE, 301.0107-A), com "Chacrilongo" (Chato-Cri-Cri-Pernilongo) e "Eu Vou Curtir Meu Rock", ambas composições próprias. Já Nazareno & Pena Branca, que estão agora com um compacto duplo, não se constituem em estréias: anteriormente já fizeram um simples e continuam tentando um lugar ao sol. Agora apresentam-se com quatro composições de Nazareno, todas em parceria: "Não Vou Deixar" (com Edson/Sergio Bittencourt), "Desesperança" (com Ciro Aguiar), "Banho Frio" e "Vai Doer" (ambas com Marcelo Duram). Parece-nos que estréia também é de Noel Carlos, que vem cantando "jaburu" e "Tanga", ambas composições de um misterioso Jota Junior. No modesto suplemento internacional, estão os compactos de Moon Willians ("Sweaweed Avenue", "Sticks and Stones", da trilha sonora de "O Rebu"), Charles Gerald ("God-bye, My Love" e "Brotherhood"), Jeannie ("Won't Somebody Dance With Me??" de Lynsey De Paul e "Guilty" de Roker-Shury) e as já admiradas de The Point Sisters, com "Shaky Flat Blues" e "Let It Be Me" de Becaud. Há um compacto duplo, o volume 3 da série "4 Top/Hits From england", desta vez tendo seu cavalo-de-batalha na interessante "Sweet Painted Lady" com Elton John. Os três outros hits ingleses são "Water It Down" (Earwing), "Bye Bye Bad Days" (Hector) e "Rome Wasn't Built In A Day" (Arnold/Martin/Morrow).
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal do Espetáculo
14
23/02/1975

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