Cândido x Enéas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de maio de 1978
Uma coincidência que merece ser anotada: o lançamento oficial da candidatura do advogado Cândido Manoel Martins de Oliveira ao Senado ocorreu, justamente, na semana do x. Seminário Nacional de Literatura e divulgação do concurso nacional de contos, instituídos justamente por ele, quando superintendente da Fundepar, no governo Paulo Pimentel. A repercussão, hoje de alcance nacional, foi idealizada por Cândido, que encontrou imensa repercussão. Na época, inexistia no Brasil uma premiação tão grande para a área do conto - estimulando a iniciativa do governo do Paraná, a promoção semelhantes e com boas dotações orçamentarias de outros governos e empresas particulares.
xxx
Embora seja, basicamente, homem de grande prestigio no Interior, Cândido vai se voltar também para a chamada faixa intelectualizada, na classe A, em busca de preciosos votos - lembrando, para tanto, várias promoções que fez quando Secretario de Educação e Cultura. Uma de suas bem sucedidas promoções neste campo foi o Tempo de Cultura, levando eventos culturais a várias cidades do interior.
xxx
A entrada de Cândido Manoel Martins de Oliveira no páreo pelo Senado, ao lado dos deputados Túlio Vargas e Joaquim dos Santos Filho, pela Arena, e enfrentando Êneas Faria e José Richa, pelo MDB, tem uma curiosa coincidência. Embora amigos, Cândido e Êneas sempre atuaram em áreas contrarias: Faria sucedeu a Martins na presidência da União Paranaense dos estudantes, em 1960, depois formaram lideranças nos dois partidos da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná. Êneas, pelo Partido Acadêmico Renovador, de tendências liberais e Cândido pelo Partido Acadêmico Progressista, conservador - nos inflamados dias do inicio dos anos 60, quando a política universitária pegava fogo em disputas que hoje, passados 18 anos, se repetem. Uma coisa é certa: tanto Êneas como Cândido são bons oradores. Méritos aliás, que também não faltam a Richa, Santos Filho e Túlio Vargas. Ao menos em termos de discursos o folclore político, para tristeza de Sebastião Nery, desta vez, não ficará tão fértil, como foi por ocasião das últimas eleições ao Senado.
Enviar novo comentário