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Aramis

Canta, Brasil!

Pinto e Vevê, o samba que o Nordeste enviou Como é bom ouvir novos talentos! Dois exemplos de compositores intérpretes de garra e vigor que estão aparecendo agora, com seus primeiros elepês: o pernambucano Fernando Pinto e o baiano Vevê Calazans, ambos radicados no Rio de Janeiro já há alguns anos. Carnavalesco dos mais respeitados, que há 14 anos, com o enredo "Alô, alô tai Carmen Miranda", garantiu a vitória a Império Serrano, hoje na Mocidade Independente, depois de ter passado pela Padre Miguel ("Tropicália Maravilha", 80) e "Mangueira" (As mil e uma noites cariocas; (?)", no ano passado, Fernando criou o belíssimo "Ziriguidum 2001", cujo samba de enredo acabou gravado por Joyce em seu lp "Saudades do Futuro". Ex-integrante do grupo Pimenta Malagueta por onde passaram também Elba Ramalho, Tânia Alves e Dianas Estrela, ex-crooner da gafieira Elite, ex-Dzi Croquete, Fernando tem muita estrada de samba, vivências mil, enfim muito know-how que faz com que, só agora fazendo seu primeiro lp (Estrelas", Nova República/Fonobrás) chegue com a experiência e segurança de quem sabe das coisas. São 11 faixas, todas letras de Fernando músicas suas e com alguns parceiros - incluindo a conterrânea Teca Calazans ("Na Feira da Vida") e Joyce ("Heavy Telecoteco"), ambas em participações especiais. A produção não poderia ser melhor, já que foi dividida entre Maurício Carrilho e João de Aquino, violinistas e arranjadores de mão cheia. O resultado é um disco ótimo, mostrando a força de um artista de voz agradável, bom letrista e, sobretudo, garra e emoção. Também ótima é a chegada em elepê do baiano Vevê Calazans, que já viu 68 de suas músicas gravadas por cantores como Maria Creuza, Nana Caymmi e Fafá de Belém. A exemplo de Fernando Pinto, estréia como cantor em disco do selo Nova República, produtora de Roberto Sant' Anna. Projeto inicialmente desenvolvido para o Som Livre, acabou saindo com o selo Nova República, num disco de ótimo astral, com participações muito especiais de Moraes Moreira e Luiz Caldas ("Igexá, Pra quem tem fé"), o violonista Nonato Luiz, Edmo Fraga e Chiquito Braga "Coração Viçoso"), o saxofonista Victor Neto ("Só para descansar"). Parceiro de gente boa, como o cineasta, Oscar Santana (em "Nos Calcanhares da Vida"), Vevê Calazans, há 11 anos no Rio, fez um disco bem baiano com todo seu misticismo pulsando no ritmo e na poesia. Tanto Fernando Pinto como Vevê Calazans são daqueles artistas simples, criadores autênticos que, sem pressa, produzem músicas de beleza e comunicação e que, só agora, fazem seus elepês como intérpretes. Sem maiores pretensões, resultam em ótimos momentos para a nossa MPB. LEGENDA FOTO 1- Fernando Pinto, carnavalesco, compositor, em seu primeiro disco. LEGENDA FOTO 2- Vevê Calazans, o sabor baiano.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
4
28/09/1986

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