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Aramis

Caras e vozes novas no pacote pop-Odeon

Em seu primeiro pacote de 1989 a EMI-Odeon traz dois interessantes álbuns de cantoras - Tania Maria (também pianista, hoje nome consagrado nos EUA) e a estreante mais badalada em 1988, Marisa Monte - que merecerão registros posteriores. Para a faixa que se liga à música pop também há novidades. Marc Almond, cantor/poeta/peformático, americano de Southport, em seus tempos de estudante conheceu Dave Ball, com quem criou o Soft Cell - emplacando alguns sucessos (o mais conhecido foi "Tainted Love"). Partindo para uma carreira solo, em seu primeiro LP ("The Stars We Are") destacam-se faixas como "Bittersweet", o exótico "She Stole My Sole Istambul", a balada "Your Kisses Burn" (dividindo os vocais com Nico) assim como o poderoso "Tears Run Rings", que antecipada em compacto atingiu as "top 30". Sairá também o cassete e o CD com duas faixas extras - "The Frost Tomorrow" e "Kept Boy", está em dueto com Agnes Bernelle. Robbie Nevil em seu primeiro LP emplacou três sucessos - "Dominoes", "Wot's It to Ya" e "C'est la Vie" - este galgando a preferência no Brasil ao entrar na trilha sonora internacional da telenovela "Brega e Chique" (Sigla). Para o seu novo LP ("A Place Like This"), Nevil incluiu faixas como a sinuosa "Getting Better" (remanescente do clima rhythm & blues dos anos 70), "Back on Holiday", "Love and Money", "Here I Go Again" (uma pretensa melodia jazzística, em parceria com Mak Mueller) e até "Too Soon", definida pela gravadora como "balada etérea" (sic). Marillion é definida como "uma das mais populares bandas da Europa". Tendo como vocalista um cantor chamado Fish, 7 anos de estrada, o grupo terá agora um álbum duplo ("The Tilleving Mgpye") lançado no Brasil, paralelamente à catituagem do primeiro compacto gravado ao vivo da banda: "Kayeleight". Embora a banda esteja em alta, o vocalista Fish já começou a gravar seu primeiro álbum-solo *** Jayne Mansfield (1932-1967) foi uma atriz loira, seios imensos e tentadores, "inventada" para concorrer com Marilyn Monroe (1926-1962), mas que assim como outras imitações - a inglesa Diana Dors (1931-1984) ou a holandesa-americana Mamie Van Doren, não deu certo. Enventualmente, Jayne pode ser vista na televisão em reprises de ingênuas comédias como "Sabes o que eu quero" (Will Sucess Spoil Rock Hunter, 59, de Frank Tashlin) ou "Guia para um Homem Casado" (1966, de Gene Kelly), seu último filme. A informação é necessária para a garotada que adquirir o último álbum do grupo Sigue Sigue Sputnik ("Dress for Excess") saber quem é a musa citada na faixa 3 do lado A ("Hey Jayne Mansfield"). Na estrepolia sonora que este grupo faz - e que junta num álbum apresentado com a música para 1989 ("We Invented the Future"), a pretensão dos rapazes começa já na primeira faixa - "Albinoni Versus Star Wars", dizendo assim, juntar a "inspiração" de Tommaso Albinoni (1671-1750), autor de obras belíssimas para violino (Bach aproveitou alguns de seus temas para compor suas "Fugas"), com a música de John Williams para a saga espacial de George Lucas. O resultado é um pastiche de muitos decibéis que só vale pela curiosidade. Assim como a faixa dedicada a Jayne Mansfield fica apenas para registro dos cinéfilos mais tolerantes (e ardorosos). Syd (Roger Keith) Barret (Cambridge, Inglaterra, 1946) fundou em 1965 o notável Pink Floyd, sendo responsável pelas letras surrealistas, cheias de visões místicas e interplanetárias que ajudaram a fazer do PF o grupo cult dos anos 60 - e que permanece até hoje, embora em reciclagens diferentes como mostrou no recentíssimo "Delicate Sound of Thunder" (CBS, ábum duplo). Foi lamentável, mas Syd se tornou tão excêntrico e cheio de problemas pessoais (principalmente pelo uso de drogas pesadas) que foi substituído no grupo por David Gilmour, em 1968. Chegou a lançar dois LP's solo mas depois disso pirou de vez, sendo internado em clínicas especializadas. Seus antigos companheiros do Pink Floyd o homenagearam com "Wish You Were Here" (surgiu o folclore de que ele teria aparecido no estúdio durante as gravações, mais isto nunca se confirmou). Agora, a EMI-Odeon edita "Opel", com gravações feitas entre maio/68 ("Lanky") a junho de 1970 ("Rats", "Dolly Rocker", "Word Songs", "Milky Way"). Na garimpagem que se procede sobre fitas deixadas por artistas que morreram - ou deixaram de produzir - é natural que o material de Barret, tão criativo em sua época, mas vítima das drogas, fosse naturalmente reaproveitado. E está aí, para a curtição dos fãs velhos e novos. LEGENDA FOTO - Syd Barret, fundador do Pink Floyd em 1965, vítima das drogas, com um elepê em que estão gravações de sua última fase, já bastante pirado.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
12
19/02/1989

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