Carlão, o nome para a diretoria do Guaíra
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 14 de fevereiro de 1989
Embora ainda não tenha chegado oficialmente, às mãos do governador Álvaro Dias - e por uma questão de elegância, o secretário da Administração, o eficiente e atencioso deputado Mário Pereira, não queira provocar a discussão do assunto, a eliminação de alguns cargos que, na política está provado que são perfeitamente suprimíveis, está tendo boa acolhida junto a assessores do primeiro escalão do governo, que se preocupam com o enxugamento racional da máquina estatal.
Afinal, muito mais razoável do que penalizar servidores hulmides, que ocupam pequenas (e úteis) funções, recebendo pequenos salários, está na eliminação de diretorias em vários órgãos da administração direta ou indireta, que muitas vezes apenas servem como pontos de atritos. Escolhendo bons excutivos, as tarefas podem ser desenvolvidas - com auxílio de assessores (mas sem os status e custos de um diretor), de forma prática.
Na Fundação Teatro Guaíra, por exemplo, a diretoria de Programação e Artes tem sido, nos últimos anos, ponto de conflito com a Superintendência - como aqui registramos há alguns dias. Vaga há 7 semanas, desde que o prefeito Jaime Lerner, eleito pelo PDT, convocou a professora Lúcia Camargo, que ali ocupava aquela diretoria, para ser a secretária municipal de Cultura, o cargo passou, naturalmente, a ser namorado por muitos candidatos. Desde a entidades de classe que tentam fazer o lobby pela (discutível) indicação de lista tríplice (fórmula inaceitável pelo atual secretário de Cultura, que no início de sua gestão enfrentou pressões capitaneadas pelo ator José Basso, que pleiteava sua permanência na função) até indicações políticas.
O deputado Neivo Beraldim, amigo pessoal do governador Álvaro Dias, há tempos advoga a ida de um de seus amigos (e assessores) de maior confiança para aquele cargo. Embora Beraldim irrite-se com as especulações feitas sobre o seu nome como eventual substituto de René Dotti na pasta da Cultura (afirma ser seu grande amigo e tem feito muitos eleogios ao mesmo na Assembléia), o guapo parlamentar não deixa de defender, lealmente, a escolha de seu amigo de muitos anos, Antonio Carlos Gaertner ("Carlão") para a diretoria agora vaga do Guaíra.
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Simpático, bem relacionado nos meios musicais - especialmente dos circuitos rock/pop, gênero de que é especialista - Antonio Carlos Gaertner representaria na Fundação Teatro Guaíra abertura para uma faixa jovem de espetáculos de grupos de rock - mais apropriados para o Palácio de Cristal do Círculo Militar ou ginásios de esportes - a nomeação de Carlão para a direção de programação e de arte do Guaíra poderia provocar uma nova visão na política de ocupação dos auditórios. É justamente baseado neste prisma - e sabendo da lealdade e competência de Gaertner, que integrou a equipe da Secretaria Municipal de Comunicação Social no governo Roberto Requião, é que Beraldim advoga seu aproveitamento na equipe do secretário René Dotti.
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