A Catedral e sua reforma
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de março de 1975
A União Cívica promoverá ao entardecer de segunda-feira sua sede do Alto de São Francisco, uma reunião que terá em pauta assunto pouco usual de ser tratado nas tertulicas reuniões daquela entidade: discussão das modificações que se pretende impor na Catedral Metropolitana.
Preocupadas com as denuncias do jovem pesquisador Rafael Valdomiro Greca de Macedo, 18 anos, as católicas senhoras da UCF querem analisar o projeto que, embora apresente boas medidas no remanejamento exterior do templo (como conservação, iluminação e reparos), reconhece a mais absoluta solidez do edifício, cujo telhado e estrutura estão em ótimo estado, e prevê:
1- Remoção de todos os altares da Igreja colocados em 1911/12 pelo Apostolado da Oração)
2. Demolição do Altar-Mor, sob a alegação de que esconde a imagem da padroeira (foi erigido em 1911, inaugurado por Monsenhor Celso Itibere da Cunha).
3. Conseqüente remoção das imagens da Igreja, estrangeiras, em talha, que apesar de serem peças antigas são apontadas pelos autores do projeto como de péssima qualidade artística e artesanal.
4. Remoção do tríptico "A Coroação da Virgem", composto de três vitrais, colocados no edifício em 1930 e que diminuíram o presbitério.
5. Nova pintura da Catedral (embora o trabalho dos irmãos Garbaccio esteja em boas condições, visto ser relativamente recente, de 1947/48).
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Com tudo isto só sobrarão na Catedral a estatua de Nossa Senhora da Luz. O projeto não prevê o destino a ser dado aos preciosos púlpitos da Igreja, tampouco estabelece o que será colocado no lugar do altar de Nossa Senhora da Luz.
O movimento iniciado idealisticamente por Raphael Macedo já tem apoio de pessoas de expressão - como o historiador Júlio Moreira o pintor Fernando Velloso (diretor do Museu de Arte Contemporânea) e a critica Adalice Araujo, além, é claro das senhoras da União Cívica Feminina.
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