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Aramis

Célia, novamente magnifica

Há muito que Célia estava devendo um disco como este (Pointer/Wea, outubro/83) para a MPB. Cantora da maior expressividade que há 13 anos surgiu com força total ao regravar um dos maiores sucessos de Carmem Miranda - , de Synval Silva -, Celia sofreu, durante muito tempo, da falta de uma boa produção. Voz Vigorosa, extrema sensibilidade, Celia não conseguia reencontrar-se nos vários discos que fez neste período - apesar de alguns sucessos bissextos. Nas onze faixas deste seu novo disco, Celia mostra todas suas potencialidades de intérprete, navegando segura num oceano de belíssima começar pela música que dá título ao disco, uma das mais sinceras canções de amor que ouvimos neste ano, autoria da violonista e compositora Elodi, a quem, aliás, Celia teve como acompanhante no início de sua carreira. Este elepê - com o qual o produtor José Maurício Machline, dono da Pointer dá prosseguimento à sua política de estimular a melhor MPB, com talentos que estavam olvidados ou lançado novos compositores e intérpretes -, há também uma mostra segura da competência de Eduardo Assad como arranjador. Seu trabalho para e (Filó/Sergio Natureza) estão explêndidos, na colocação segura de cada instrumento - e os músicos arregimentados não poderiam ser melhores: Nathan Marques (ovation), Lilian Carmona (bateria), Pedro Ivo (baixo), Lea Freire (flauta). Os arranjos das demais faixas ficaram por conta de Gilson Peranzzetta, que pelo muito que já fez na MPB, dispensa maiores adjetivos. Aliás, a produção executiva do disco foi distribuída entre Peranzzetta, Vitor Martins e Paulo Albuquerque, o que deve ter contado muito para os bons resultados obtidos. O repertório permite Celia esvoaçar entre os vários gêneros, mas sempre de forma segura, suave, com a divisão perfeita das letras - como há muito não acontecia. Rosa Passos, uma talentosa compositora que reside em Brasília, é a autora de , um fato à brasileira, que tem momentos de grande ternura: < Jardineiro> (Luis Avellar/Fátima Guedes encontra uma nova leitura na voz de Celia, mas é no lado B que encontramos as maiores surpresas, como (Sueli Costa/ Capinã), (Natan Marques/Sana Terra) e (Aécio Flavio/Eliana Stoducto). Uma explêndida seção de cordas dá um requinte a vários momentos - como em (Djavan), enquanto que foi valorizada com um coro do qual fizeram parte três das mais belas vozes da atualidade: Zé Luiz, Clovis Bonfim e Rosa Maria. Enfim, , um disco Explêndido novamente a melhor Célia que admiramos há tantos anos.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
1
30/10/1983

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