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Aramis

A Cidade & O Tempo

Há oito anos os moradores da Vila Hauer levantam de madrugada no Dia de Corpus Christi para unindo à fé a habilidade manual decorarem com belos desenhos de motivos sacros as ruas Padre Beon, Bento Viana, Júlio César Ribeiro de Souza e Frei Henrique de Coimbra, por onde, a partir das 9 horas realiza-se a procissão de devotos em direção a Igreja de Santa Rita de Cássia. Num trabalho espontâneo e criativo das senhoras e crianças do bairro, com orientação do padre Roque e da Sra. Nezita Blanski Kleinke, presidenta há 12 anos da Associação Santa Rita de Cássia, a decoração das ruas da Vila Hauer passou até hoje, incrivelmente, despercebida de todos, pois dura poucas horas: às 10 horas, finda a procissão, o tráfego de veículos e pedestres destrói as figuras criadas em serragem colorida e chapinhas de garrafa, que com bom gosto são montadas durante longas horas por meia centena de pessoas simples mas dedicadas. xxx Em algumas cidades do Interior de São Paulo e também em Morretes, as ruas também são decoradas mas enquanto nos municípios paulistas este trabalho se transformou em atração turística - com ampla cobertura dos jornais e televisões - a criação das moradoras da Vila Hauer até hoje não teve a merecida repercussão. Agora, após esta notícia, por certo muitas pessoas irão no próximo domingo, dia 16, aquele bairro para conhecer a decoração que enfeita alguns quarteirões de quatro de suas principais ruas. xxx Dona Nezita, a entusiástica presidenta da Associação Santa Rita de Cássia - entidade que sem subvenções oficiais mantém uma creche para 128 crianças e mais um colégio que atende mais de 400 alunos - conta que a idéia de decorar as ruas para a procissão de Corpus Christi foi do padre Paulo Dias, quando ele era o pároco da Igreja do bairro. Seu sucessor, o padre Roque mantém a tradição - que é executada anonimamente, sem qualquer auxílio. "Aliás a nossa dificuldade está na reprodução dos desenhos", explica dona Nezita, contando que os modelos sacros foram inspirados, "com mais simplicidade", em fotografias coloridas sobre as ruas decoradas de uma cidade paulista, publicadas na revista Manchete, há 10 anos.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
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08/06/1974

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