Um dos prédios mais antigos da Praça Tiradentes - construído na primeira década deste século e desde os anos 40 pertencente [à] família Frischmann, está sofrendo reformas que lhe darão, em breve um novo aspecto. Entusiasmado com o que viu em Paris e Roma, onde esteve há algumas semanas, o empresário Maurício Frishmann decidiu melhorar a fachada do edifício-sede de sua organização. Assim é que, em voa hora, vai livrá-lo da poluição de cartazes gigantes que nos últimos anos impediam de ser apreciada a beleza arquitetônica do edifício. Em substituição aos cartazes - que desapareceram nesta semana - serão colocados nas suas 64 janelas toldos semelhantes aos que se vêem nos grandes prédios da Europa. Coloridos, de bom gosto, os toldos dão mais beleza ao prédio e, em termos de imagem publicitária, embora sem o impacto da antiga poluição, demonstram uma nova filosofia de promoção adotada pelo grupo Frischmann, que tem, por sinal, a assessorá-lo neste setor um dos profissionais mais criativos do Paraná, Eloy Zanetti. xxx O prédio de Frischman foi projetado por um arquiteto alemão - que em plena Belle Époque, construiu um prédio em estilo renascentista e cheio de detalhes trabalhados. Ligando os seus cinco andares, já funciona há alguns meses um elevador panorâmico de vidro - o segundo instalado no Brasil. O primeiro proprietário do edifício foi a família Hauer - nome que designou por muitos anos o "Palácio", adquirido pelo comerciante Francisco Frischmann (1899-1971) no início dos anos 40. xxx A iniciativa de Maurício Frischmann em acabar com a poluição visual da fachada de seu edifício, deverá incentivar outros comerciantes a colaborarem no difícil projeto da Prefeitura em melhorar o aspecto do centro da cidade. Pois, infelizmente a concorrência entre as lojas e, na maioria das vezes, a falta de melhor educação estética de seus empresários, polui cada vez mais a Rua XV, a Praça Tiradentes e a Praça Generoso Marques. Cartazes gigantes, confeccionados da forma mais primitiva, prejudicam sensivelmente a beleza de nossa cidade, hoje com alguns prédios restaurados e a principal rua - agora novamente das Flores - devolvida aos pedestres.

Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:

Veiculo: Estado do Paraná

Caderno ou Suplemento: Almanaque

Coluna ou Seção: Tablóide

Página: 4

Data: 14/07/1974