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Cinema e Literatura

Recife, 17 (via aérea) - Prometendo criar condições para desenvolvimento regional em várias cidades-polo do Brasil, o escritor Leandro Tocantis, 46 anos, diretor de operações da Embrafilmes, foi a única presença oficial, em termos do Ministério da Educação e Cultura, no IV Encontro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro, realizado paralelamente à 26ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência. Embora comparecendo a apenas uma (a primeira) das três sessões do encontro, realizado num dos anfiteatros da Escola de Engenharia da Cidade Universitária de Recife, Tocantins, um ex-diplomata (foi por 30 meses adido cultural da Embaixada do Brasil em Lisboa) que, como ele mesmo disse, "soube equilibrar o gosto pela arte com as necessidades econômicas", há 18 meses no segundo cargo executivo da Embrafilmes, reiterou das (boas) intenções da empresa no fortalecimento de filmes de gabarito, de preferência inspirados em fatos históricos ou em obras literárias famosas. Assim é que a empresa participa como co-produtora na realização de longa-metragens baseados em textos de José Candido de Carvalho ("O Coronel e o Lobisomem", de Pedro Rovai, em locação no município de Campos, RJ), Machado de Assis ("O Homem Célebre", de Miguel Farias, já em montagem), Oswaldo de Andrade ("Os Condenados" de Zelito Viana), e Guimarães Rosa ("Sagarana, O Duelo", de Paulo Thiago), além de uns novos filmes de Walter Hugo Khouri ("O Abismo") e Nelson Pereira dos Santos ("O Amuleto da Morte"). No encontro, Tocantins, em sua forma gentil e diplomática de exposição, traçou também um panorama das próximas co-produções da Embrafilmes: "A Bagaceira" de José Américo de Almeida, para cuja direção escolheu Paulo Thiago (no domingo, dia 14, Leandro foi a João Pessoa almoçar com o autor do famoso romance) e "Sonhos D'Ouro", de José Alencar, com direção entregue a Denoy de Oliveira (que até agora fez apenas um longa-metragem), "Almirante Muito Louca"). O roteiro de "A Bagaceira" está sendo trabalhado por Ivan Cavalcanti Proença, mas o cineasta paraibano Linduarte Noronha (que no início dos anos 60 se destacou com uma série de documentários de expressão) vai colaborar também. Já "Sonhos D'Ouro", nas palavras de Tocantins, será uma "homenagem ao espírito do Rio de Janeiro, no momento de sua fusão, já que o romance de Alencar tem o sabor do Rio no século passado". Sobre a criação de condições para fortalecer o desenvolvimento de produções regionais, afirmou que a idéia ainda é muito nova - "surgiu há menos de uma semana" e foi sugerida para inclusão no PAC-74: concessão de verba de Cr$ 200 mil para a Fundação Cultural da Bahia e Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais (Recife). Antes que o cineasta [gaúcho] Antonio de Jesus Pefeil, de Porto Alegre, protestasse, acrescentou: - Bem, depois também em Porto Alegre e no Paraná!
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
4
19/07/1974

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