Cláudio, samba & noite
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de janeiro de 1980
Cláudio Ribeiro, parceiro do arquiteto Homero Reboli em algumas das melhores músicas feitas em Curitiba nestes últimos anos, é um dos últimos curtidores da boemia saudável. Por isso mesmo é que ele e Homero tem transmitido em seus sambas, imagens das mais poéticas, retratos de pessoas qe conhecem nos botequins da vida, repletos de ternura e humaniddae. Há 3 anos, foram admitidos na Ala de Compositores da Mangueira, tendo por padrinhos, o grande Cartola - Angenor de Oliveira, cuja enfermidade os preocupa agora. Homero e Cláudio integram também a ala de compositores da Escola de Samba Colorado, que apesar de estar sem local para ensaios, pretende fazer bonito na avenida, já que a bateria comandada pelo veterano Maé da Cuíca (Ismael Cordeiro), é a melhor da cidade. Numa prova de amor ao Colorado, a dupla recusou "luvas" de Cr$ 20 mil, proposta por Afunfa (Oswaldo de Sousa), presidente da E.S. Mocidade Azul, que tendo os tempos do Cassino Ahú como tema, pretende vencer mais uma vez o carnaval curitibano. Aliás, consta que Afunfa já abriu o crédito de Cr$ 1.500.000,00 para que sua escola não tenha problemas. A Colorado, em compensação, que vai sair com o tema "Do Batuque à Batucada", não dispõe mais do que Cr$ 150 mil.
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Cláudio Ribeiro é também poeta e escritor. Tem pronto os originais de "Malandros, Poetas e Gigolôs", uma crônica bem humorada da Curitiba noturna, que ele conhece e pesquisa. Idéia bos não só para livro, mas também para um "show", que após "Pão, Circo, Samba, Futebol", o próximo espetáculo musicall que ele e Homero vão montar, poderá chegar aos palcos. Mas como até hoje não deu para viver de direitos autorais, Cláudio está atuando agora numa área que conhece: foi convidado para relações públicas da Drury's e está fazendo um excelente trabalho, colocando os bons produtos desta indústria de bebidas em todas as partes da cidade.
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